“Para se chegar onde nunca se chegou é preciso seguir um caminho que nunca ninguém seguiu”

David Sobral
David Sobral
Imagem cedida por DS

David Sobral e Andra Stroe, juntamente com outros astrónomos das universidades da Califórnia e Harvard, Lawrence Livermore National Laboratory e Observatório de Hamburgo, descobriram que os megas tsunamis cósmicos gerados pelo choque de enxames de galáxias têm um impacto tremendo nas galáxias.

O próximo passo dos cientistas é investigar se aquilo que descobriam é válido para todas as colisões de enxames ou se existem algumas condições necessárias para tal acontecer.

Os resultados anunciados recentemente em comunicado de imprensa estão descritos nos artigos MC2: boosted AGN and star formation activity in CIZA J2242.8+5301, a massive post-merger cluster at z = 0.19★”e “The rise and fall of star formation in z ∼ 0.2 merging galaxy clusters, ambos publicados online na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, a 23 de abril de 2015.

Quando é que começou a estudar este assunto em particular?

David Sobral (DS) - Comecei a estudar mega enxames em colisão (e o que acontecia às galáxias dos enxames nessas colisões) em 2012. O meu interesse principal passa por compreender como é que galáxias como a nossa se formam e evoluem, e isso implica não só estudá-las ao longo dos últimos mais de 13 mil milhões de anos, mas também nos mais diversos ambientes. Algumas galáxias vivem isoladas, outras em grupos de galáxias (como a nossa), outras nos filamentos da rede cósmica, enquanto outras formam-se e evoluem em grandes enxames (verdadeiras cidades de galáxias). Estas cidades estão constantemente a crescer, e duas (ou mais) grandes cidades podem crescer colidindo com outros grandes enxames de galáxias. A colisão de enxames altamente massivos dá-nos a possibilidade de estudar o que acontece nessas situações em que se libertam energias que só o big-bang consegue superar.

Na prática, a investigação surgiu naturalmente quando fui para Leiden para desenvolver a minha investigação, depois de concluir o doutoramento em Edimburgo. Na altura, a Andra Stroe estava a começar o doutoramento em Leiden e a estudar as ondas de choque (verdadeiros tsunamis cósmicos) formadas devido à colisão “frontal” de enxames com uma massa enorme. Com a minha orientação, demos um passo extra e começámos a pensar como poderíamos estudar também o efeito da onda nas galáxias.

Sabia-se muito pouco sobre o efeito que as colisões de enxames de galáxias podiam ter nas galáxias. De modo a obtermos um progresso assinalável, decidimos estudar dois exemplos fantásticos para os quais já tínhamos bastantes dados no rádio no que toca à caracterização de mega ondas de choque.

David Sobral
"Creio que os melhores momentos passaram primeiro por confirmar que os filtros que desenhámos, tecnicamente e teoricamente, funcionavam mesmo, quando os usámos pela primeira vez no telescópio", comenta David Sobral
Fonte Imagens cedidas por DS

Como correu este trabalho?

DS - O trabalho necessitou de vários passos e dum planeamento detalhado e cauteloso. Primeiro identificámos os alvos ideais para o nosso estudo piloto (os enxames têm nomes estranhos devido à forma das ondas de choque, os mega tsunamis cósmicos: “salsicha” e “escova-de-dentes”). Depois fiz os cálculos para saber se seria possível fazer filtros óticos específicos para procurar galáxias ativas nos enxames, e saber se o custo permitia construí-los. Depois de ter conseguido reunir todas as especificações, e depois de vários orçamentos impeditivos na ordem das dezenas de milhares de euros, finalmente consegui uma empresa capaz de os produzir com o meu orçamento. Escrevemos depois a primeira proposta para observar em La Palma durante cerca de 10 noites: o tempo necessário para os primeiros resultados científicos. Conseguimos todo o tempo que pedimos, e por isso foi possível avançar com a produção dos filtros.

Os filtros foram depois produzidos, enviados para La Palma, para o Telescópio Isaac Newton. Fizemos as primeiras observações com os filtros no enxame da “salsicha”, e ao fim da primeira observação de apenas alguns minutos descobrimos logo que algo de estranho/fascinante se passava: não esperávamos ver galáxias tão ativas.

No entanto, foram precisas cerca de duas dezenas de noites, e muitos outros dados em outros comprimentos de onda, até conseguirmos finalmente interpretar a nossa descoberta de uma forma robusta e verdadeiramente compreensiva.

Quais foram as principais dificuldades? Como as ultrapassaram?

DS - O facto do enxame se encontrar por detrás da nossa própria galáxia (a via Láctea) foi talvez a principal dificuldade. Isso faz com que muita da poeira, gás e estrelas da nossa própria galáxia interfiram nas observações de uma forma extrema. Por isso, foi necessário observar por muito mais tempo do que se estivéssemos a observar numa outra direção. Por outro lado, o facto de a nossa galáxia estar entre nós e os enxames distantes explica facilmente o porquê dos enxames praticamente nunca terem sido estudados antes. Aliás, o enxame com mais galáxias ativas e com a grande onda de choque tem um nome “astronómico” (para além de ser referido como “salsicha”) que diz tudo: faz parte dos enxames na “zone of avoidance”, isto é enxames que por estarem por trás da nossa galáxia são muito difíceis de estudar e são normalmente evitados.

No entanto, se fosse fácil já alguém tinha feito esta descoberta por nós. E não há nada como um conjunto de desafios para nos forçar a desenhar e implementar uma estratégia única e robusta, para ver o que nunca ninguém antes viu. Afinal, para se chegar onde nunca se chegou é preciso seguir um caminho que nunca ninguém seguiu. E isso implica seguir caminhos difíceis, arriscados e complexos.

Na prática, como o enxame nunca tinha sido estudado em detalhe, tivemos que observá-lo em praticamente todos os comprimentos de onda, e derivar mapas precisos para retirarmos a contribuição da nossa própria galáxia de cada uma das imagens. Mas os resultados foram de tal forma excelentes que conseguimos até determinar a quantidade de matéria escura que existe nestes enxames distantes, mesmo com a nossa galáxia a dificultar-nos a vida. Foi a primeira vez que isso foi feito. Isso, juntamente com outros resultados que temos publicado, deu-nos as bases para agora podermos ter publicado os artigos que mostram claramente que a onda cósmica tem um efeito claro de “trazer as galáxias de volta à vida”.

E os melhores momentos?

DS - Creio que os melhores momentos passaram primeiro por confirmar que os filtros que desenhámos, tecnicamente e teoricamente, funcionavam mesmo, quando os usámos pela primeira vez no telescópio. Depois, obter a primeira imagem com os novos filtros, e a descoberta óbvia de galáxias muito ativas no enxame foi também fantástico. Finalmente, foi ótimo observar essas galáxias com o telescópio Keck, no Havai, (com dez metros de espelho, a informação obtida é absolutamente fantástica) e o William Herschel, em La Palma, e confirmarmos tudo aquilo que achávamos que estávamos a ver.

Na prática, agora fazemos parte de uma equipa que estuda enxames em colisão com várias perspetivas, incluindo tentar medir se a matéria escura interage entre si. Dois professores da Califórnia visitaram-me no ano passado. Ambos ganharam bolsas Fulbright e virão para Lisboa passar um ano de sabática, a partir de setembro. Já fizemos um primeiro workshop e mais serão organizados, fazendo com que o Observatório Astronómico de Lisboa, a Faculdade de Ciências da ULisboa e a capital sejam ainda mais divulgados. Não há nada como discussões científicas sobre os mais variados fenómenos, com equipas internacionais e multidisciplinares.

Desenvolveu filtros especiais que permitiram estas descobertas. Em que consistem esses filtros? Qual é a sensação de desenvolver algo que se torna tão útil?

DS - Já tinha utilizado filtros semelhantes durante o meu doutoramento (tive a sorte de viajar de seis em seis meses para o Havai para recolher dados que usei na minha tese), por isso tinha alguma experiência, mas foi de facto a primeira vez que os desenhei “de raiz”. Não fomos nós que os construímos fisicamente (esse é um processo industrial), mas tive a responsabilidade de determinar todas as suas propriedades para que, ao ser colocado no telescópio, deixasse apenas passar fotões com a energia que queríamos. Para além disso, foi importantíssimo ter o meu próprio financiamento para que eles pudessem ser fabricados.

Foi muito bom quando fizemos as primeiras observações com estes filtros e vimos que estavam a funcionar exatamente como tinha calculado.

Desde então, já “concebi” e comprei outros quatro filtros diferentes, para investigar outras galáxias, outros ambientes e para procurar galáxias ainda mais distantes. Estamos neste momento a trabalhar para publicar muitas dessas descobertas. De facto, a Andra Stroe, neste momento prestes a acabar o doutoramento, estará de visita a Lisboa nas próximas duas semanas, para trabalhar em novas descobertas comigo e com o grupo, jovem mas extremamente ativo, que estou a montar no Observatório Astronómico de Lisboa e Faculdade de Ciências da ULisboa.

Como tem sido a reação dos pares a este trabalho?

DS - Tem sido muito boa, não só por parte de outros grupos, que estão agora a encontrar resultados semelhantes, mas também da parte de colegas teóricos, que conseguem agora ver nas suas simulações aquilo que as nossas observações revelam. Claramente, o passo seguinte é investigarmos se o que descobrimos é válido para todas as colisões de enxames, ou se existem algumas condições necessárias para tal acontecer.

Ana Subtil Simões, Gabinete de Comunicação, Imagem e Cultura de Ciências da ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
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O livro “ESPRESSO: Uma Aventura no Deserto de Atacama”, da autoria dos cientistas Alexandre Cabral  e Nuno Cardoso Santos, foi apresentado ao público numa cerimónia ocorrida no grande auditório da Faculdade no passado dia 14 de maio. A obra bilingue e gratuita dá a conhecer a aventura tecnológica e humana da construção do ESPRESSO, com fotografias e memórias criadas no deserto mais seco no mundo, no Chile.

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Vigésima terceira rubrica Radar Tec Labs, dedicada às atividades do Centro de Inovação da Faculdade. A empresa em destaque é a NBI – Natural Business Intelligence.

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“De Lisboa para os Trópicos” é o nome da mais recente exposição da Ciências ULisboa, patente no átrio do edifício C6 desde 21 de abril e que vai estar em exibição até ao próximo dia 21 de junho. A mostra itinerante de fotografias assinala o 2.º aniversário do Colégio Tropical, uma unidade transversal da ULisboa.

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A principal conferência internacional dedicada aos fatores humanos em sistemas computacionais distinguiu com a classificação de melhor apresentação 25 papers, destaque para o paper "Investigating the Tradeoffs of Everyday Text-Entry Collection Methods" sobre as vantagens e desvantagens de vários métodos de introdução de texto.

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Margarida Duarte Amaral dirigiu o Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI) durante oito anos. Esta entrevista é sobre o passado, o presente e o futuro e como “o todo é maior do que a simples soma das suas partes”.

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Conceição Freitas, presidente do Conselho Científico da Ciências ULisboa, escreve sobre a prestigiante subida da ULisboa no Center for World University Rankings e no SCImago Institutions Rankings.

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Life Ribermine é o nome de um projeto ibérico responsável pelo restauro geomorfológico de minas em Portugal e Espanha. A  Associação Centro Ciência Viva do Lousal, da qual Ciências ULisboa é associada fundadora, é o único parceiro português do projeto.

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A XII edição da Jobshop Ciências 2022 - a feira anual de emprego da Ciências ULisboa realiza-se nos próximos dias 11 e 12 de maio, no campus da Faculdade, no Campo Grande. Cerca de 80 entidades participam nesta edição e poderão contactar diretamente os estudantes, graduados e pós-graduados da Faculdade em stands, workshops e sessões de recrutamento. Além de empresas, também participam no acontecimento unidades de I&D da Faculdade.

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Com foco na posição de Portugal em comparação com os restantes países europeus, a rubrica "Dados Contados" abordou temas como educação, desigualdade salarial, direitos LGBTQ+, impostos e imigração, entre outros, através de diversos indicadores estatísticos. Durante toda a produção, a autenticidade das fontes e a correta representação dos dados foram as duas principais preocupações.

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Depois de duas edições com atividades online, o Dia Aberto em Ciências regressa este ano às atividades presenciais. A investigação científica e o ensino vão estar no centro da programação, abrangendo todas as áreas científicas. São mais de 70 as atividades disponíveis, entre visitas a laboratórios, atividades científicas, palestras, speed dating com cientistas, visitas ao campus e conversas rápidas sobre os cursos.

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Os cientistas da Faculdade foram eleitos sócios honorários da Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), juntamente com outras quatro personalidades, duas delas da ULisboa. Atualmente a SPM tem nove sócios honorários.

Jaime A. S. Coelho, professor convidado do Departamento de Química e Bioquímica e investigador do polo desta faculdade do Centro de Química Estrutural, foi distinguido pela Sociedade Portuguesa de Química (SPQ) com o Prémio para Melhor Químico Orgânico Jovem 2021.

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Os artigos da revista Astronomy & Astrophysics (A&A), uma das principais revistas científicas de Astronomia do mundo, já são publicados em acesso aberto, através do subscribe-to-open (S2O), um modelo de ciência aberta por assinatura.

5 quitones

Artigo científico publicado no Journal of Paleontology dá conta da descoberta em Portugal de duas novas espécies de moluscos marinhos do Pliocénico (há cerca de 3,6 Ma) . O cientista Carlos Marques da Silva é um dos autores deste trabalho.

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Crónica sobre a exposição “De Lisboa para os Trópicos”, da autoria de Rúben Oliveira e Teresa Vaz, curadores da mostra e que a partir de 21 de abril e até 21 de junho vai estar em exibição no átrio do edifício C6, no campus da Faculdade.

Cinco oradores e vários alunos a assistir

A Matemática une. O tema das comemorações do Dia Internacional da Matemática 2022 reflete o espírito de quem organiza atividades de divulgação científica, na Faculdade e fora dela, e também de quem participa. Fique a par das atividades do IDM, e conheça a opinião de estudantes e professores.

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Após dois anos a comemorar um aniversário de forma remota, em 2022, a comunidade da Faculdade volta a reunir-se no grande auditório da Ciências ULisboa para celebrar os 111 anos da instituição, criada por decreto a 19 de abril de 1911. A cerimónia comemorativa acontece no próximo dia 27 de abril, a partir das 14h00.

Logotipo da olimpíadas

A semifinal das Olimpíadas de Química Mais (OQ+) e a semifinal das Olimpíadas de Química (OQ) Júnior acontecem, respetivamente, nos próximos dias 30 de abril e 7 de maio, no campus da Faculdade. Professores e estudantes do Departamento de Química e Bioquímica colaboram em ambos os eventos.

Mercado de Santa Clara

"A sustentabilidade económica e escalabilidade dos sistemas agroecológicos é um objetivo difícil de atingir, mas sem dúvida necessário", escreve Inês Costa Pereira, da equipa da Caravana AgroEcológica, a propósito do 4.ª Dia Aberto de Produtores.

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O grupo de Instrumentação do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço  produziu nos laboratórios da Ciências ULisboa uma peça essencial para o sucesso da missão espacial PLATO, designada unidade de colimação. Segundo notícia publicada no site do IA, duas delas já estavam previstas no âmbito do consórcio, a terceira acontece por encomenda direta da Agência Espacial Europeia.

Barco

Eduardo Sampaio, aluno de doutoramento da Faculdade, participou num documentário em Cabo Verde a bordo de um barco chamado Captain Darwin, como conta nesta crónica. Este mês a Science também publica uma carta da sua autoria, a propósito de uma das aventuras vividas durante parte desta viagem.

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Um estudo do IA Ciências ULisboa analisa observações da luz infravermelha dos planetas Vénus, Marte e Júpiter comparando-as com simulações do Planetary Spectrum Generator. Artigo inclui entrevista com o autor principal do artigo, alumnus da Faculdade.

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O musaranho-de-dentes-brancos (Crocidura russula) está em expansão na Europa e foi identificado como tendo um carácter invasor em algumas ilhas, nomeadamente na Irlanda.Segundo comunicado de imprensa pulicado esta segunda-feira no EurekAlert!, a descoberta é feita por um grupo de investigadores do CESAM Ciências ULisboa e do Institute of Environmental Biology da Adam Mickiewicz University, na Polónia.

Mesa de trabalho com computador e utilizador

O redesenho do portal é um projeto da responsabilidade da Direção, Direção de Serviços Informáticos, Gabinete de Gestão de Informação e Departamento de Informática (DI). No âmbito desta iniciativa, Carlos Duarte, professor do DI Ciências ULisboa e membro da equipa, convida os utilizadores do portal a participar num breve estudo.
 

ETAR

A eficiência de remoção da carga do vírus responsável pela COVID-19 nos processos de tratamento das águas residuais em Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) é uma das conclusões mais relevantes do projeto de investigação SARS Control.

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