Grande Prémio Ciência Viva 2023

Entrevista com… Maria José Costa

Zita numa sala com livros

Maria José Costa é uma das mais destacadas biólogas marinhas portuguesas, especificamente nas áreas da ecologia de peixes e pescas, biodiversidade marinha, qualidade da água, gestão costeira e avaliação de impacto ambiental

Ciência Viva
Zita

Maria José Costa – ou Zita, como gosta de ser conhecida – é uma das mais destacadas biólogas marinhas portuguesas, especificamente nas áreas da ecologia de peixes e pescas, biodiversidade marinha, qualidade da água, gestão costeira e avaliação de impacto ambiental. Doutorada em 1982 pela Université de Paris, França, e docente universitária desde 1973, é professora catedrática aposentada da Ciências ULisboa e investigadora do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, da mesma faculdade.

Foi vice-presidente do Instituto Nacional de Investigação das Pescas, presidente do Departamento de Biologia Animal da Ciências ULisboa, diretora do Centro de Oceanografia da Ciências ULisboa – que mais tarde viria a integrar o MARE –, membro do Conselho Científico das Ciências do Mar e do Ambiente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais.

Tem mais de 160 publicações em revistas científicas internacionais e publicou vários capítulos em livros científicos, também de carácter internacional. Além do mérito científico, a paixão pelo mar que marca toda a sua carreira académica leva-a a uma generosa partilha de conhecimentos com a sociedade. Zita participa regularmente em iniciativas de divulgação científica e de promoção da literacia do oceano em escolas e Centros Ciência Viva e colaborou entusiasticamente com a Ciência Viva no Verão desde a primeira hora.

Dar a conhecer as espécies da costa portuguesa, sensibilizando o público para a sua preservação tem sido uma das suas bandeiras. Quando a Ciência Viva publicou um guia para o consumo sustentável de espécies marinhas,”As espécies mais populares do mar de Portugal: Num restaurante perto de si”, Zita deu um contributo inestimável para a sua produção e revisão científica. Mais recentemente, “Peixes de Portugal, um impressionante catálogo de divulgação científica com todas as espécies de peixes da costa portuguesa foi outra obra que respondeu ao crescente interesse pelo ambiente marinho, quer de cientistas, quer do público. É sobretudo um atlas ilustrado, que serve de guia científico, mas também de manual de iniciação para alunos e outros interessados. No livro “Estuário do Tejo: onde o rio encontra o mar” dá a conhecer dimensões menos visíveis do estuário do rio Tejo, numa linguagem clara e acessível para sensibilizar os leitores para a sua defesa. Outra importante faceta de Maria José Costa tem sido a sua luta pela promoção da igualdade e participação plena das mulheres cientistas em todos os aspetos da ciência.

É uma das fundadoras da AMONET, Associação Portuguesa de Mulheres Cientistas, a que presidiu, sendo atualmente vice-presidente. E, em 2016, foi uma das 100 cientistas retratadas pela Ciência Viva no livro “Mulheres na Ciência”.Em 2021, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior galardoou a investigadora com uma Medalha de Mérito Científico.

Fonte: Ciência Viva

“Portugal é mais mar que terra”, diz a professora cientista - Maria José Costa – bióloga marinha, nesta curta entrevista a propósito do Grande Prémio Ciência Viva 2023, que lhe é atribuído, pela sua colaboração na disseminação da cultura científica nas áreas da biodiversidade marinha, ambiente e literacia do oceano. Esta é a principal categoria dos Prémios Ciência Viva, que distingue todos os anos personalidades e entidades com intervenções de mérito na divulgação científica e tecnológica. A cerimónia acontece a 24 de novembro, no Dia Nacional da Cultura Científica, pelas 15h00, no Auditório José Mariano Gago do Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. A cerimónia é transmitida via streaming através do canal de Youtube do Pavilhão do Conhecimento.

Estava à espera de ser distinguida com este prémio?

Maria José Costa (Zita) - Foi com surpresa que recebi a notícia do prémio que me deixou muito feliz, não estava à espera.

Que planos tem para curto/médio prazo?

Zita - Continuar e finalizar o projeto do Livro vermelho dos peixes marinhos de Portugal, liderado pelo Oceanário de Lisboa e Fundação Oceano Azul.

E continuar a promover as mulheres na ciência como um todo e no mar em particular, pois apesar de as mulheres cientistas serem em grande número, vemos infelizmente que esses números não se refletem nos cargos de topo.

Que ações de promoção da cultura científica devem ser realizadas em Portugal e que fazem mais sentido para si nos tempos que correm?

Zita - É difícil dizer o que devíamos fazer para a ciência e os cientistas terem um papel mais preponderante em Portugal…

Com as dificuldades que a maioria das pessoas sente no seu dia-a-dia, torna -se complicado, mas tudo depende por um lado dos cientistas que têm de ser claros e concisos na mensagem que passam aos jornalistas e divulgadores das ciências, mas também dos políticos, que devem basear as decisões que tomam em pareceres bem fundamentados pelos cientistas.

E deixo a mensagem, de que às vezes não estamos conscientes: Portugal é mais mar que terra.

Prémios Ciência Viva

Estes prémios são atribuídos todos os anos pela Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, de acordo com uma seleção feita pelos representantes das instituições científicas associadas. A cerimónia, enquadrada na Semana da Ciência e da Tecnologia, premeia ainda este ano o Concurso Nacional Jovens Cientistas da Fundação da Juventude, na categoria educação; e Miguel Gonçalves, na categoria media. Nesta edição, também é atribuído um prémio na categoria publicidade, e que distingue o móvel da literatura da Ikea, como melhor campanha de marcas nacionais e internacionais, inspiradas na ciência para criar valor para os seus produtos.

Já foram distinguidos com o Grande Prémio Ciência Viva o editor Guilherme Valente, o geólogo Galopim de Carvalho, o botânico Jorge Paiva, os físicos Manuel Paiva e Carlos Fiolhais, o patologista Manuel Sobrinho Simões, a astrónoma Teresa Lago, o astrofísico Rui Agostinho, o físico Alexandre Quintanilha e os biólogos Maria Amélia Martins-Loução e Nuno Ferrand.

Ana Subtil Simões, Gabinete de Jornalismo Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Robô e criança

"Revendo as discussões nos últimos anos sobre a Inteligência Artificial (IA), a ideia da superinteligência (super-homem) e da frieza dos comportamentos dos agentes artificiais, quando comparados com os seres humanos, concluímos que o medo à IA só será ultrapassado com uma nova postura da IA, virada para a enfâse nos benefícios", escreve Helder Coelho, professor do DI Ciências ULisboa.

Raúl Ferreira

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências ULisboa? O Dictum et factum de dezembro é com Raúl Ferreira, assistente operacional da Oficina Gráfica da Área de Serviços Técnicos de Ciências ULisboa.

Às vezes é mesmo preciso “sair da cabeça e dar ouvidos ao corpo”

“Às vezes é mesmo preciso 'sair da cabeça e dar ouvidos ao corpo'. Dar atenção aos sinais físicos e às sensações”, escreve na rubrica habitual a psicóloga do GAPsi, Andreia Santos.

Soraia Pereira

Leia a entrevista com Soraia Pereira, vencedora do Prémio SPE2018 e que descobriu o interesse pela Estatística no último ano da licenciatura em Matemática.

Matemática

O novo livro de Jorge Buescu, professor do Departamento de Matemática de Ciências ULisboa é apresentado ao público em dezembro. Leia a entrevista com o matemático e escritor que através da Matemática "rasga horizontes e abre novos mundos a mentes sequiosas".

Logotipo

"Até agora, os cientistas cidadãos das comunidades GROW implementaram/instalaram 2.000 sensores com o intuito de avaliar a humidade, temperatura e radiação solar do solo nos diferentes GROW Places. No próximo ano deverão ser implementados cerca de 10.000 sensores. Este é considerado o maior levantamento de dados de diversas propriedades do solo na Europa, realizado por cidadãos", escreve em artigo de opinião Gil Penha-Lopes, investigador do DBV Ciências ULisboa e cE3c.

Livros

O projeto “NitroPortugal -Strengthening Portuguese research and innovation capacities in the field of excess reactive nitroge” promove livro infantil “A história do azoto, bom em pequenino e mau em grande”.

Adrià López Baucells

A British Ecological Society anunciou esta sexta-feira, dia 30 de novembro, os vencedores do concurso anual de fotografia Capturing Ecology. Entre as várias fotografias premiadas encontram-se as de Adrià López Baucells, estudante do programa doutoral Biodiversidade, Genética e Evolução e investigador do polo de Ciências ULisboa do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

Ilustração de um buraco negro ativo no centro de uma galáxia

Cientistas portugueses estiveram envolvidos na primeira medição espacial do redemoinho de massa que orbita um buraco negro de centenas de milhões de massas solares.

C6

Soraia Pereira, investigadora do Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa e antiga aluna de Ciências ULisboa, vence Prémio Sociedade Portuguesa de Estatística 2018.

Representação esquemática da bicamada fosfolipídica da membrana e da sua alteração, após ação do antibiótico (à esquerda) e visualização da membrana danificada por ação de uma dose inferior à concentração mínima letal (à direita)

Uma equipa liderada por Ciências ULisboa descobriu antibióticos derivados de açúcares, que matam células de espécies de Bacillus spp, incluindo Bacillus anthracis, um micróbio causador da doença antrax, que ataca animais e seres humanos e é um agente de bioterrorismo.

Mar

No Dia Nacional do Mar trazemos à memória os 20 anos da EXPO’98 e da Ponte Vasco da Gama e a reabilitação daquela área, na qual participaram vários professores de Ciências ULisboa e investigadores do extinto Instituto de Oceanografia, atual MARE.

Talhões SUSBEAUTY

Estudo coordenado por Ana Duarte Rodrigues, investigadora do DHFC e do CIUHCT, demonstra que plantas autóctones do Algarve são mais sustentáveis do que as espécies exóticas introduzidas na paisagem e que esgotam os recursos hídricos da região.

Cristina Máguas

“A Federação Europeia de Ecologia (FEE) tem objetivos muito claros – um deles é o de alargar o conhecimento ecológico à Europa”, diz Cristina Máguas, primeira portuguesa a ser eleita presidente da rede europeia de ecólogos. A tomada de posse ocorre em janeiro de 2019.

Ana Subtil Simões

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências ULisboa? O Dictum et factum de novembro é com Ana Subtil Simões, técnica superior da Área de Comunicação e Imagem de Ciências ULisboa.

Campus Ciências ULisboa

Ciências ULisboa organiza no seu campus a competição internacional destinada a treinar equipas multidisciplinares de estudantes universitários para a inovação e o empreendedorismo na área da saúde. A equipa vencedora irá participar no EIT Health Winners Event, em Londres, nos próximos dias 11 e 12 de dezembro.

Diego Rubiera-Garcia

Aos 14 anos o investigador do polo de Ciências ULisboa do IA deslumbrou-se com um livro “A criação do Universo” e a teoria do big-bang. O que mais gosta de fazer é simples: pequenos cálculos sobre ideias que lhe vêm à mente!

líquenes

O 1.º Prémio de Doutoramento em Ecologia Fundação Amadeu Dias foi atribuído a Paula Matos. A investigadora do cE3c do polo de Ciências ULisboa irá apresentar a tese em Biologia e Ecologia das Alterações Globais no 17.º Encontro Nacional de Ecologia.

João Alexandre Medina Corte-Real, professor jubilado da Universidade de Évora, docente em Ciências ULisboa durante mais de 30 anos, faleceu a 31 de outubro. A Faculdade lamenta o triste acontecimento, apresentando as condolências aos familiares, amigos e colegas.

Burnout

Saiba mais sobre a síndrome de burnout, na rubrica habitual da psicóloga do GAPsi, Andreia Santos.

Pormenor de simulação de matéria a orbitar perto de um buraco negro

Há um buraco negro supermassivo, escondido, no centro da Via Láctea anunciou o ESO. O GRAVITY, que tornou possível esta observação, foi desenvolvido por um consórcio internacional, do qual fazem parte investigadores de Ciências ULisboa e da FEUP, integrados no CENTRA.

CCDesert

Ciências ULisboa, através do cE3c e do IDL, é um dos 37 membros fundadores do Centro de Competências na Luta contra a Desertificação criado pelo Governo este verão.

HortaFCUL

Contributo da HortaFCUL para a sustentabilidade do campus em 2017/2018.

Grande auditório de Ciências ULisboa

Novo ano escolar… Vida nova para muitos caloiros… Recorde a sessão de boas-vindas aos novos alunos de 2018/2019 e conheça as histórias de alguns deles.

Ciências da Sustentabilidade

O novo doutoramento da ULisboa foi concebido no âmbito do Colégio Food, Farming and Forestry e junta 42 professores de 17 faculdades e institutos da ULisboa. A primeira edição conta com 14 alunos.

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