Planeamento marinho na Antártida pode ser modelo para o oceano global

Catarina Frazão Santos, docente de CIÊNCIAS e investigadora do MARE, é líder do estudo.

Pinguins-de-adélia

Pinguins-de-adélia caçam numa fenda no gelo marinho

John B. Weller

Num artigo agora publicado na Science, investigadores de instituições de renome a nível mundial propõem uma estratégia para envolver todas as partes interessadas na governança do Oceano Antártico através de um processo de ordenamento do espaço marinho (OEM) inteligente do ponto de vista climático.

O Oceano Antártico é fundamental para o funcionamento do nosso planeta: influencia o nível do mar, regula o clima, e impulsiona a circulação oceânica global. Por esta razão, o que acontece na Antártida afeta as regiões costeiras de todo o planeta, bem como os milhares de milhões de pessoas que dependem das mesmas. O aumento de atividades humanas como o turismo e a pesca comercial, juntamente com os impactos das alterações climáticas, representam uma ameaça para a resiliência dos ecossistemas da região Antártica. Os atuais esforços de conservação devem assim ser alargados por forma a garantir a sustentabilidade da região no longo prazo, em especial num contexto de mudança.

O OEM inteligente do ponto de vista climático é uma ideia que ganhou visibilidade nos últimos anos, com o reconhecimento da sua importância pela UNESCO, a Comissão Europeia, ou o Banco Mundial. No entanto, este tipo de OEM nunca foi desenvolvido em áreas fora de jurisdição nacional (Alto Mar), onde nunca foi desenvolvido qualquer tipo de OEM, nem em águas nacionais. Pese embora as áreas marinhas protegidas tenham um papel fundamental na conservação da biodiversidade marinha, apenas uma abordagem de OEM que seja inteligente do ponto de vista climático pode fazer face aos impactos das alterações climáticas a uma escala regional — mais vasta — e de forma adaptativa, para assegurar a resiliência ecológica e social necessárias no longo prazo.

O artigo destina-se a informar as discussões da 46ª Reunião Consultiva do Tratado da Antártida, que está a decorrer em Kochi, na India, até ao final de maio.

 “As Partes do Tratado da Antártida têm uma oportunidade histórica de decidir desenvolver uma estratégia de OEM inteligente do ponto de vista climático para o Oceano Antártico, sendo pioneiras no desenvolvimento da primeira abordagem de OEM no Alto Mar”, diz Catarina Frazão Santos, líder do estudo e professora auxiliar convidada de CIÊNCIAS, investigadora do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), e investigadora honorária da Universidade de Oxford (Reino Unido). “Além disso, o OEM no Oceano Antártico pode servir como modelo para a implementação mais alargada desta abordagem em águas internacionais e nacionais em todo o planeta”, acrescenta a investigadora.

Benefícios de um ordenamento do espaço marinho inteligente do ponto de vista climático na Antárttida e águas internacionais
Benefícios de um ordenamento do espaço marinho inteligente do ponto de vista climático na Antártida e águas internacionais. Crédito: Kelly Dunn.

Os investigadores recomendam quatro pontos a serem considerados pelas Partes do Tratado da Antártida, cuja implementação poderá ser assegurada através da criação de grupos de discussão dedicados: (i) diversificar tipos de informação e conhecimento, (ii) ter uma visão para o futuro, (iii) garantir flexibilidade e dinamismo, e (iv) centralizar a saúde do oceano na tomada de decisão. Na reunião de maio, as Partes do Tratado da Antártida podem acordar em ser pioneiras no desenvolvimento de um OEM inteligente do ponto de vista climático. “Não há lugar melhor para testar o planeamento e a gestão do oceano inteligentes do ponto de vista climático em águas internacionais do que o Oceano Antártico”, diz Larry Crowder, coautor e professor catedrático da Universidade de Stanford (Estados Unidos).

Juntamente com o Ártico, a Antártida é “ponto de partida” para os impactos das alterações climáticas a nível global. Ao mesmo tempo, possui uma estrutura de governança internacional única — o Sistema do Tratado da Antártida —, forte o suficientemente para assegurar a implementação de um processo de OEM inteligente em termos climáticos, com base em décadas de investigação científica. “O Sistema do Tratado da Antárctida reúne as partes interessadas chave para que a implementação do OEM na região num contexto de cooperação internacional seja bem sucedida”, diz José Xavier, professor associado da Universidade de Coimbra, investigador do MARE, e membro honorário do British Antarctic Survey.

A experiência do Oceano Antártico pode também informar a implementação do Tratado do Alto Mar das Nações Unidas, aprovado em 2023, sobre a diversidade biológica marinha em áreas fora de jurisdição nacional. “Quando entrar em vigor, o Tratado do Alto Mar vai oferecer pela primeira vez um quadro jurídico para uma cooperação reforçada e um mandato para adotar instrumentos de gestão espacial — como o OEM — e desenvolver avaliações ambientais estratégicas em todas as áreas marinhas fora de jurisdição nacional”, diz Kristina Gjerde, coautora e conselheira sénior para o Alto Mar da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), e professora adjunta do Instituto de Estudos Internacionais de Middlebury, em Monterey. “Simultaneamente, a ênfase do Tratado do Alto Mar na necessidade de proteger e restaurar a biodiversidade marinha e fortalecer a sua resiliência às alterações climáticas vai requerer um OEM que integre plenamente as alterações climáticas”, diz Cymie Payne, coautora e professora associada da Universidade de Rutgers (Estados Unidos), e coordenadora da área de Direito do Mar da Comissão Mundial de Direito Ambiental da UICN.

Foca-de-Wedell debaixo de água
Foca-de-Wedell debaixo de água. Fonte: John B. Weller.

Embora não seja uma tarefa fácil, assegurar uma governança e um planeamento inteligentes do ponto de vista climático no Alto Mar é uma oportunidade que não se pode perder. “O OEM vai além da implementação de áreas marinhas protegidas e integra todas as atividades e usos humanos, oferecendo um veículo para considerar de forma mais estruturada a conservação e o uso sustentável do oceano, trazendo assim benefícios para a região e para o planeta”, diz Lisa Wedding, coautora e professora associada da Universidade de Oxford. O desenvolvimento de um OEM inteligente do ponto de vista climático no Oceano Antártico pode guiar decisões sobre como conservar e utilizar de forma sustentável os recursos marinhos num contexto de mudança, constituindo um modelo para águas internacionais em todo o planeta.

Entrevista com... Pedro Raposo, curador Adler

“Haverá sempre altos e baixos, mas estou em crer que se soubermos muito bem o que queremos, se procurarmos estudar e trabalhar com os melhores na área que nos interessa, se formos persistentes, e se mantivermos uma atitude cosmopolita, colheremos sempre algum fruto do nosso esforço”, declara Pedro Raposo.

Universidad de Las Fuerzas Armadas na ULisboa

Cinco alunos equatorianos estudam na ULisboa. Em Ciências, a comitiva visitou o Centro de Sistemas de Energia Sustentáveis (SESUL) e o Laboratório de Sistemas, Instrumentação e Modelação em Ciências e Tecnologias do Ambiente e do Espaço (SIM).

Pedro Raposo -  próximo Curador do Planetário Adler, em Chicago

Pedro Raposo, pós-doc do Centro Interuniversitário de História das Ciências e Tecnologia (CIUHCT), vai ser o próximo curador do Planetário Adler, em Chicago, o mais importante planetário dos Estados Unidos da América, e uma das instituições científico-culturais líderes neste país.

Encontrar fármacos mais eficazes é um dos principais objetivos de quem estuda esta doença genética.

Entre os dias 22 de dezembro de 2014 5 de janeiro de 2015 a biblioteca do C4 está aberta todos os dias úteis entre as 9h00 e as 17h00.

Um modelo de previsão desenvolvido na União Europeia, mostrou que a doença por vírus Ébola terá infetado na África Ocidental entre 14.000 e 22.000 pessoas no final de novembro.

“Este Prémio traz em si o incentivo de que é preciso continuar [a fazer] mais e melhor. Embora este Prémio tenha o meu nome, dedico-o e só o reconheço como sendo de um grupo de pessoas com quem trabalho, do meu centro de investigação e da Faculdade”, declarou Henrique Leitão.

Prémio Pessoa 2014

Henrique Leitão, investigador principal da Secção Autónoma de História e Filosofia das Ciências e membro do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, é o vencedor do Prémio Pessoa 2014.

Encontram-se abertas as inscrições para o "Management Trainee Programme" do Grupo Jerónimo Martins até ao final de Janeiro de 2015.

Henrique Leitão, Investigador Principal da Secção Autónoma de História e Filosofia das Ciências e do Centro Interuniversitário de História das Ciências e Tecnologia foi o vencedor do Prémio Pessoa 2014

No mesmo dia em que este prémio foi anunciado, a APOM atribuiu à Exposição “360º Ciência Descoberta”, que comissariou, o prémio para a melhor exposição organizada em Portugal em 2013 e para a melhor museografia.

Jorge Mendonça

Na sequência do falecimento de Jorge Miguel Oliveira Mendonça, estudante do 3º ano da licenciatura em Matemática da Faculdade de Ciências da ULisboa, ficam as palavras dos professores, amigos e colegas do Departamento de Matem&

Um grupo de nove alunos angolanos, finalistas do Departamento de Ciências da Computação da Universidade Agostinho Neto, visita o Departamento de Informática de Ciências da ULisboa na manhã de 17 de dezembro.

Paula Estrócio e Sousa

A ULisboa participou na Educa Angola – 4ª Feira de Amostras do Sistema Educativo e que se realizou em Luanda, entre 6 e 9 de novembro.

João Mata

A atual erupção do vulcão da ilha do Fogo, a primeira deste século, carateriza-se essencialmente por atividade havaiano-estromboliana. Os efeitos da destruição são muitos e têm sido noticiados pela comunicação social portuguesa gerando uma “onda” de solidariedade.

Melhores alunos 2013/2014 - "Maxdata Excelência em Informática"

A sessão de entrega dos prémios "Maxdata Excelência em Informática" aos melhores alunos dos cursos de Informática da Faculdade de Ciências da ULisboa, no ano letivo de 2013/2014, ocorreu no dia 3 de dezembro.

O projeto QTLeap, que explora formas inovadoras de alcançar traduções de maior qualidade, é coordenado pela Universidade de Lisboa, através do Departamento de Informática de Ciências. A primeira reunião anual está marcada para os dias 5 e 6 de dezembro, na Faculdade de Ciências da ULisboa.

O Instituto do Petróleo e Gás (ISPG) encontra-se a desenvolver em conjunto com a Universidade Heriot-Watt um curso de mestrado em Engenharia do Petróleo que irá realizar-se em Portugal, previsivelmente a partir de 02 de Fevereiro de 2015, no Campus da Faculdade de

Cinquenta e cinco pessoas aprenderam o que são os meios de primeira intervenção no combate a incêndios, nomeadamente os extintores. Houve ainda uma sessão onde se fez fogo real em condições de segurança, para pôr em prática os conhecimentos adquiridos.

A Education First promove amanhã, dia 29 de novembro,

Rede ERECON

Ciências da ULisboa participa no relatório sobre a estratégia europeia para as terras raras na Europa, da Rede ERECON.

A Associação Nacional de Farmácias pretende recrutar 2 colaboradores para a área da Estatística:

Henrique Cabral

O centro de investigação científica, desenvolvimento tecnológico e inovação reúne cerca de 500 investigadores de seis universidades portuguesas.

João Retrê

O estabelecimento e reforço constante da relação jornalismo-ciência devem ser considerados uma das grandes prioridades na promoção da ciência.

A Agência Espacial Europeia (ESA / UE) convida à apresentação de candidaturas para um estágio de um ano para 80 candidatos licenciados ou com o grau de pós-graduação em engenharia, física, biologia, medicina, economia ou direito e bons

Páginas