Opinião – Ano Internacional da Cristalografia

Alguns aspectos da História da Cristalografia

O ensino da ciência melhora com o ensino simultâneo da sua história. As descobertas científicas são muitas vezes o resultado da acumulação de diversos avanços em relação a um certo problema que a certa altura toma uma forma mais definitiva. Vários cientistas contribuem para a descoberta, mas essa acaba por ser atribuída a um só. Na história da cristalografia há alguns exemplos.

A constância dos ângulos interfaciais dos cristais foi primeiro assinalada por Biringuccio em 1540, que reconheceu a perfeição dos cubos de pirite e por Bartholinus em 1669 na calcite hialina. Steno em 1669 demonstrou a constância dos ângulos interfaciais nos cristais de quartzo, com ilustrações correspondentes a essas observações, mas não generalizou essa descoberta. Guglielmini também fez a observação da constância dos ângulos no sal comum, em 1688, Huyghens na calcite, em 1690, Leeuwenhoek no gesso, em 1695, e Lomonosov no nitrato de potássio e noutros cristais, em 1749, mas estes estudos tiveram pouca repercussão, talvez devido à dificuldade de comunicação científica nessa altura. Mais tarde, em 1783, Romé de l’Isle, com a ajuda dos resultados obtidos com o goniómetro de contacto inventado por Carangeot em 1780, consolidou e generalizou essa descoberta, enunciando-a como lei para todos os cristais.


Calcopirite e dolomite de Neves-Corvo, Portugal
Fonte Fernando Barriga

Os chamados índices de Miller, (hkl), publicados em 1839, foram propostos anteriormente por vários cristalógrafos: Bernhardi (1808), Whewell (1825), Grassmann (1829), e Frankenhaim (1829). Mas foi Miller, professor de Mineralogia da Universidade de Cambridge, Inglaterra, que já tinha inventado a projecção estereográfica, quem divulgou e mostrou a importância destes novos índices, e foi por isso, e pelo seu prestígio, que foi dado o seu nome a esses índices cristalográficos.

A actividade científica é colectiva e cumulativa. Newton disse: “Se vi um pouco mais longe do que os outros, é porque pude subir aos ombros de alguns gigantes.

Referências

Bartholinus, E. (1669). Experimenta Crystalli Islandici Disdiaclastict quibus Mira et Insólita Refractio Detegitur. Daniellis Pauli, Hafniae
Bernhardi, J.J. (1808). Darstellung einer neuen Methode Kristalle zu beschreiben. Gehlen’s J. Chem. Phys. Mineral. Berlin, 5, 157-198, 492-564, 625-654.
Biringuccio V. (1540). De la pirotechnia. Venice,
Carangeot, A. (1783). Quoted in P. Terpstra & L.W. Codd (1961). Crystallometry, p.371. Longman, London.
Frankenhaim, M.L. (1829). Goniometre, ou mesure-angle. Obs. Phys. Hist. Nat. Arts, 22, 193-197.
Grassmann, G. (1829). Zur physikalischen Kristallonomie und geometrischen Combinationslehre. Stettin.
Guglielmini, D. (1688) Riflessioni Filosofiche Dedotte dalle Figure de Sali. António Pisarri, Bologna.
Huyghens, C. (1690). Traité de la Lumière. Pierre van der Aa. Leiden
Leeuwenhoek, A. van (1695). Arcana Natura Detecta. Henrik van Krooneveld, Delft.
Lomonosov, M. V. (1763). The terrestrial sheets (in Russian). In The First Principles of Metallurgy.
Miller, W. H. (1839). A Treatise on Crystallography. Deighton, Cambridge.
Newton, I. (1959). The correspondence of Isaac Newton, vol.1, edited by HW Turnbull, p.416.
Romé de l’Isle, J. B. L. (1772). Essai de Cristallographie ou Description des Figures Geométriques Propres à Differents Corps du Règne Mineral, Connus Vulgairement sous le Noms de Cristaux. Didot Jeune, Paris.
Steno, N. (1669). De Solido intra Solidum Naturaliter Contento. Star, Florence.
Whewell, W. (1825). A general method of calculating the angles made by any planes of crystals, and the laws according to which they are formed. Philos. Trans. R. Soc. London, 1, 87-130.

Nota da redação: Por vontade do autor o texto não segue o Acordo Ortográfico em vigor.

J. Lima-de-Faria, investigador coordenador jubilado do Instituto de Investigação Científica Tropical

Com o objetivo de mostrar as funções, tarefas e responsabilidades do cientista, o Departamento de Química e Bioquímica, o Departamento de Biologia Vegetal  e o IBEB receberam nos seus laboratórios 12 alunos do 12.º ano do Colégio São João de Brito.

Imagem editada pelo DI

O project Lusica e a contribuição para a exposição Retro Computing no 

Pormenor do cartaz do Programa de Estímulo à Investigação 2013

Entre 1994 e 2013, a Fundação Calouste Gulbenkian atribuiu bolsas a 32 alunos da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa ao abrigo do Programa de Estímulo à Investigação. Na última edição Alexandra Symeonides e Sara Realista foram as felizes contempladas.

Alexandra Symeonides

“A Fundação Calouste Gulbenkian, com este incentivo, está a permitir-me começar uma atividade de investigação na área da análise estocástica mas, sobretudo, está a permitir-me ganhar bagagem para vir a explorar esta área em projetos a outros níveis”, reforça a investigadora do Grupo de Física Matemática da Universidade de Lisboa.

“Toda a minha formação académica - licenciatura e mestrado -, ocorreu na Faculdade e foi sem dúvida esta instituição que contribuiu para a obtenção deste prémio. Proporcionou-me os melhores ensinamentos tanto a nível pessoal como a nível científico, tendo em conta os excelentes profissionais que nela estão inseridos”, declara a cientista Sara Realista.

NASA, ESA, Hubble Heritage (STScI/AURA)-ESA/Hubble Collaboration, e A. Evans (University of Virginia, Charlottesville/NRAO/Stony Brook University)

O projeto internacional de “ciência cidadã” consiste numa plataforma online pioneira, que procura o envolvimento do público na classificação visual de milhões de galáxias.

Estudante de Ciências na biblioteca do C4

Entre os dias 14 a 21 de abril de 2014, inclusive, a biblioteca do C4 está aberta entre as 9h00 e as 17h00.

No total, contabilizaram-se 64.082 visitantes, entre estudantes, recém-licenciados e profissionais, uma subida de 19% face à edição anterior que registou 54.337 visitantes.

Pormenor gráfico do projeto NAADIR

A exposição está em exibição até 29 de junho de 2014.

O Departamento de Química e Bioquímica de Ciências acolheu, mais uma vez, a realização de provas semifinais das Olimpíadas de Química Júnior 2014, no sábado, 5 de abril de 2014.

Imagens editadas pelo DI

De acordo com Luís Correia, professor do Departamento de Informática de Ciências, a inovação poderá levar à criação de robôs ou dispositivos, que interajam com animais que funcionam em coletivos, como rebanhos.

O seminario "Técnicas Geomáticas para o Património Cultural e Natural" realiza-se a 10 de abril de 2014, entre as 12h00 e as 13h00, no edifício C8, sala 8.2.47, no campus de Ciências.

O Departamento de Estatística e Investigação Operacional, divulga mais uma oferta de Emprego.

Vivemos um momento histórico no mundo da energia: da depleção dos recursos fósseis às alterações do clima, do impacte das renováveis ao re-desenhar dos sistemas de energia e das políticas públicas, tudo se discute num ambiente

Anfiteatro em Ciências

"Vem descobrir o mundo dos Quarks e Leptões com acontecimentos reais". Este é o mote da 10.ª edição das Masterclasses Internacionais em Física de Partículas.

Otília Correia

As sociedades actuais atribuem aos bosques uma série de funções para além da sua função produtora, incluindo as clássicas como o controlo hidrológico e protecção contra a erosão, valorizam-se actualmente e cada vez mais pelo seu uso recreativo, e de conservação da biodiversidade e da paisagem, e armazenamento de carbono.

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HisParc: Bringing physics to your neighbourhood

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A app teve origem no projeto QREN World Search, no qual participam Carlos Teixeira e Ana Luísa Respício, professores do Departamento de Informática da FCUL, bem como Ivo Madruga, ex. aluno do DI e Bernardo Santos, que é aluno do DI.

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