Com vista de mar é mais caro

Rosto de Vanda Brotas
João Freitas

“Com vista de mar é mais caro”. Frase que todos aceitamos, a vista de mar é sempre desejada, nunca é monótona, é diferente em cada local, em cada dia, varia ao longo das horas. O mar é azul, por definição de mar e de azul. No entanto, são múltiplos os cambiantes do azul, e às vezes a cor do mar nem sequer é azul. A cor que é reflectida depende da absorção da luz solar incidente pela água em si mesma, por partículas em suspensão (sedimentos e matéria orgânica) e pelo fitoplâncton (microalgas unicelulares). Simplificando, é tanto mais esverdeado quanto mais fitoplâncton existir, tanto mais acastanhado quanto mais partículas tiver em suspensão, tanto mais azul quanto mais limpa for a água.

A observação da Terra pelos satélites permite registar a cor do mar através de sensores que medem a luz que é reflectida à superfície do mar, em reduzidas escalas espaciais (até 300 m2), e temporais (quase diárias), fornecendo dados extremamente úteis para perceber o planeta em que vivemos. O primeiro satélite com capacidade para registar a cor do oceano foi lançado em 1978, e a seguir já houve vários: os satélites têm um tempo de vida curto (de alguns anos apenas).
Fitoplâncton
Fonte: CO-FCUL
Legenda: Fitoplâncton - microalgas unicelulares 

A clorofila, o pigmento universalmente presente na vegetação terrestre e no fitoplâncton, é o único parâmetro biológico visível do espaço. Assim, tanto a vegetação terrestre como o fitoplâncton podem ser monitorizados a nível global, e a sua evolução pode ser estudada desde há 36 anos, o que constitui uma ferramenta essencial para se perceber o que se passa com o assunto de que todos falam: o clima. O clima está a mudar?

As plantas e as algas, através da fotossíntese, libertam oxigénio e sequestram o dióxido de carbono, cujo rápido aumento verificado nos últimos 50 anos é um dos factores que estão a montante das alterações climáticas. São assim actores fundamentais para o estudo das alterações climáticas. As estimativas actuais indicam que a responsabilidade do sequestro de carbono atmosférico cabe 55% à vegetação terrestre e 45% ao fitoplâncton oceânico. Logo, a função do mar (o foco deste artigo) através do fitoplâncton, na regulação do clima, é agora amplamente reconhecida pela comunidade científica. Em termos do fluxo anual do ciclo de carbono no planeta, as actividades humanas constituem cerca de 8-9 % do total sequestrado pela fotossíntese, o que dá uma noção do relevo da acção antropogénica no balanço do carbono.

Mas não basta armazenar os terabytes de informação que jorram dos satélites. É fundamental a intercalibração entre os sensores dos vários satélites e é fundamental a validação no terreno. Com efeito, é preciso saber fazer a correspondência entre os sinais digitais em valores de biomassa, que por sua vez correspondem a concentrações de células, de milhões ou biliões por litro, de dimensões entre 0.0002 e 0.2 milímetros. Esta multitude de organismos, de diferentes e variadas espécies, nascem e morrem no espaço de um a dois dias, lutam para se manter na zona iluminada da coluna de água, competem entre si, são presas ou predadores de outras espécies (alheias às nossas classificações académicas), são consumidas pelo zooplâncton, dividem-se em duas células iguais por gerações infinitas, ou então, por resposta a estímulos por elas conhecidos, reproduzem-se sexuadamente, e finalmente afundam-se nas profundidades dos oceanos, carregando a sua preciosa microcarga de carbono. Aproximadamente 25% do carbono que é fixado pela fotossíntese fica sedimentado nos fundos oceânicos, onde fica por muitos séculos, até voltar à superfície pelo efeito das correntes e dissolver-se de novo na atmosfera. Esta área de investigação é interdisciplinar por excelência. São muitos os programas e projectos a decorrer no mundo, empresas, laboratórios e institutos concorrem a financiamentos, num competitivo frenesim de conferências, reuniões e emails. Portugal tem entrado em alguns.

É interessante pensar que este mundo invisível e conturbado passa desapercebido ao nosso olhar: tem apenas expressão nos tais cambiantes do azul. No entanto, é detectado a centenas de quilómetros. E os portugueses, que têm fama de poetas, contemplativos, pescadores e filósofos, podem acrescentar mais este conhecimento para quando estão a olhar para o mar, em silêncio, pensando na vida, ou nas sardinhas, ou em nada, apenas se deleitando com a cor do mar.

Vanda Brotas, professora do Departamento de Biologia Vegetal da FCUL

Com a fusão da Universidade de Lisboa e da Universidade Técnica de Lisboa, em 2013, foi possível equacionar formatos de formação, que beneficiam da cooperação entre as 18 escolas da atual ULisboa.

O seminário "On the Use of Muse of Meteorological Satellites for Land Surface Monitoring" realiza-se a 30 de abril de 2015, entre as 12h00 e as 13h00, no edifício C8, anfiteatro 8.2.47.

MÁRIO EDMUNDO

Mais de mil participantes parecem ter aceite o desafio, anunciado no site da faculdade. As inscrições encerraram a 22 de abril e são muitas as atividades com lotação esgotada.

A próxima atividade deste ciclo ocorre a 29 de maio e conta com a presença do cientista Henrique Leitão, que irá abordar o tema “A Luz na História da Ciência”.

O Gabinete de Mobilidade, Estágios e Inserção Profissional da Faculdade de Ciências da ULisboa, em colaboração com a Fundação da Juventude e o Novo Banco, promove uma "Sessão de Apresentação de Estágios de Verão", destinada a alunos pré-finalistas e finalistas de licenciatura e de mestrado. 

"As editoras académicas internacionais estão abertas a propostas de livros”, dizem Paulo Teixeira e João Casquilho.

É preciso desfazer o mito de que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são uma área para homens, onde se trabalha de forma isolada e sem espaço para a criatividade.

Seminário Informal em Matemática no próximo dia 8 de Maio, 6ªfeira, às 14h na sala 6.2.44.

 

Tema: Derivação microscópica da equação do calor, apresentado por Alexandra Symeonides.

Seminário Informal em Matemática no próximo dia 24 de Abril, 6ªfeira, às 14h na sala 6.2.44.

 

Tema: Jogos de azar - estratégias ousadas e tímidas, uma perspectiva matemática, apresentado por Cristina Serpa.

Os utilizadores da FCUL que necessitem de acesso VPN à FCUL devem deixar de utilizar a anterior configuração baseada no servidor vpn.ul.pt ou webvpn.ul.pt e reconfigurar a sua ligação para as novas configurações.

Estão disponíveis através do Portal da FCUL novas plataformas e ferramentas de Tecnologias de Informação para toda a Comunidade da FCUL.
 

O seminário "METABOLISMO URBANO" realiza-se a 23 de abril de 2015, entre as 12h00 e as 13h00, no edifício C8, anfiteatro 8.2.47.

Temos de acreditar que vamos chegar onde queremos. Para isso, todos teremos de continuar a dar o nosso melhor, a bem da família de Ciências – alunos, docentes e não docentes.

A Associação Portuguesa de Estudantes e Investigadores no Reino Unido (PARSUK – Portuguese Association of Researchers and Students in the UK) vem oferecer 5 estágios de verão, com bolsa de estudos no valor de &eu

19 de abril de 1911. Quando a Faculdade de Ciências da ULisboa surgiu em Portugal, passava pouco mais de cem anos do surgimento da primeira escola classificada como tal, a Universidade de Berlim, na Alemanha, em 1810.

A Ação COST TD1402, iniciada em novembro de 2014, termina em novembro de 2018 e está fortemente ligada ao projeto “Nano partículas magnéticas para tratamento do cancro por hipertermia”, cuja investigadora principal é Maria de Deus Carvalho.

The European Organization for Nuclear Research (CERN) is offering full-time paid internships (4-12 months) to students. CERN has two different programmes, depending on the field of students:

O seminário "Do Espaço para a Terra com Copernicus" realiza-se a 16 abril de 2015, entre as 12h00 e as 13h00, no edifício C8, anfiteatro 8.2.47.

 A Sonae vai estar na Faculdade de Ciências, no átrio do edifício C5, com o objetivo de divulgar o Programa Contacto.

O colóquio “A Economia do Mar, Ordenamento, Gestão do Espaço Marítimo e Licenciamento: Oportunidades e Implicações para os Municípios” realizou-se no dia 9 de abril de 2015, nas instalações da Universidade Católica Portuguesa.

Páginas