A obra bilingue e gratuita apresentada ao público no passado dia 14 de maio dá a conhecer a aventura tecnológica e humana da construção do ESPRESSO, com fotografias e memórias criadas no deserto mais seco no mundo, no Chile
Nuno Cardoso Santos conclui a licenciatura em Física em 1996 e o mestrado em Física, ambos na Ciências ULisboa, tendo terminado o doutoramento em Astronomia e Astrofísica na Universidade de Geneva, na Suíça, em 2002. Este ano o European Research Council (ERC) atribuiu-lhe uma advanced grant, para desenvolver métodos de análise de dados que permitirão detetar e estudar outras terras no Universo. Em 2009 já havia recebido uma starting grant do ERC e que lhe permitiu criar uma equipa de investigadores, atualmente com cerca de 25 elementos, a trabalhar na pesquisa de planetas extrassolares.
O livro “ESPRESSO: Uma Aventura no Deserto de Atacama”, da autoria dos cientistas Alexandre Cabral e Nuno Cardoso Santos, foi apresentado ao público numa cerimónia ocorrida no grande auditório da Faculdade no passado dia 14 de maio. A obra bilingue e gratuita dá a conhecer a aventura tecnológica e humana da construção do ESPRESSO, com fotografias e memórias criadas no deserto mais seco no mundo, no Chile.
Segundo nota de imprensa do IA, durante quase dez anos, a equipa portuguesa desenhou, testou, construiu e montou algumas das componentes-chave do ESPRESSO, o espectrógrafo inaugurado em 2018, considerado o melhor do mundo e que permite analisar a luz de estrelas distantes, e nessa luz descortinar os ínfimos sinais de planetas em órbita.
Alexandre Cabral é investigador no Departamento de Física da Ciências ULisboa, coordenador do grupo de Instrumentação do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e foi o responsável pela componente instrumental da construção, teste e integração do ESPRESSO. Nuno Cardoso Santos é investigador do IA, professor no Departamento de Física e Astronomia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e coordenador em Portugal do projeto ESPRESSO.
A apresentação do livro incluiu uma palestra e uma conversa com os autores. Claudio Melo da Agência Espacial Portuguesa também foi um dos oradores.
Alexandre Cabral participou em 17 missões, no Observatório do Paranal, no Deserto de Atacama, no norte do Chile, entre fevereiro de 2011 e fevereiro de 2018, num total de 268 dias.