Obituário

Em homenagem a Alan John Lander Phillips (1952-2025)

Céu
Unsplash - Clyde RS

Alan John Lander Phillips, investigador do DBV/BioISI e reconhecido Micologista, faleceu no dia 29 de agosto. CIÊNCIAS ULisboa lamenta o triste acontecimento e apresenta as condolências aos seus familiares, amigos, colegas e antigos estudantes.

Transcreve-se de seguida a nota de pesar redigida por Diana Pereira (a sua última doutoranda) e Mónica Vieira Cunha:

É com profundo pesar que comunicamos o falecimento do Professor e Investigador Alan John Lander Phillips, cuja notável carreira científica e académica deixou uma marca indelével nos domínios da micologia e da fitopatologia, tanto em Portugal, como num contexto global. A sua partida representa uma perda irreparável entre colegas, estudantes, e instituições que tanto beneficiaram do seu talento, dedicação e inspiração.

Alan Philips
Alan Phillips

Nascido a 19 de março de 1952, em Victoria, Hong Kong, Alan Phillips formou-se em Biologia Aplicada e obteve, em 1980, o grau de Doutor pela University of Wolverhampton, com uma tese que se tornou referência no estudo dos antagonistas de Sclerotinia sclerotiorum. Ao longo de uma carreira internacional notável, passou por instituições de referência no Reino Unido e na África do Sul, antes de escolher Portugal como país de acolhimento científico, onde se afirmou como uma figura incontornável no panorama da investigação nacional. Foi na Universidade Nova de Lisboa e, mais tarde, como Investigador Principal Convidado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que consolidou a sua atividade de investigação e docência, formando estudantes, estabelecendo colaborações com mais de dez países, e projetando a ciência portuguesa no mundo.

A sua investigação foi decisiva para a modernização da micologia e da fitopatologia, em particular na resolução taxonómica e filogenética de grupos complexos de fungos. Entre os muitos contributos relevantes, destaca-se a sua investigação pioneira sobre a família Botryosphaeriaceae — hoje um dos artigos mais citados na área — que redefiniu conceitos e estabeleceu novos géneros e espécies, tornando-se uma referência para investigadores de todo o mundo. Para além desta contribuição estruturante, publicou mais de uma centena de artigos científicos, reunindo uma rede global com mais de 700 coautores, testemunho da amplitude e impacto do seu trabalho.

O percurso de Alan John Lander Phillips espelha não apenas rigor académico e excelência científica, mas também uma visão de futuro, que moldou e continuará a moldar a investigação em micologia e fitopatologia. Entre 2019 e 2023, foi distinguido por cinco anos consecutivos com o prestigiado título de Highly Cited Researcher, reconhecimento claro da relevância e influência do seu trabalho e publicações. Sempre dedicado ao estudo dos fungos fitopatogénicos, soube aliar o rigor taxonómico e a robustez filogenética a uma preocupação constante com a aplicação prática do conhecimento científico.

O “Professor Alan”, como por tantos é apelidado, dedicou a sua vida à produção e partilha do conhecimento, deixando um legado notável no ensino e na investigação científica. O seu rigor académico, a paixão pela ciência e a generosidade intelectual marcaram gerações de estudantes, colegas e colaboradores, que tiveram o privilégio de aprender e trabalhar ao seu lado. Para além do cientista de excelência, foi um mentor atento, sempre afável, disponível e preocupado, transmitindo não apenas saber científico, mas também experiências de vida que enriqueciam todos os que com ele conviveram. Para além da ciência, cultivava um apurado sentido estético, encontrando na fotografia uma das suas grandes paixões e revelando, através da lente, uma forma alegre, curiosa e singular de observar o mundo — um reflexo da mesma sensibilidade com que olhava a ciência e a vida.

Neste momento de pesar, manifestamos a nossa solidariedade à família, amigos e à comunidade académica que com ele conviveu. A sua memória permanecerá viva através do impacto duradouro da sua obra que continuará a inspirar gerações.

Diana Pereira e Mónica Vieira Cunha

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