Prémios Nobel 2024

Prémios Nobel da Física e da Química unidos pela Inteligência Artificial

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Prémio Nobel da Física 2024 - John J. Hopfield e a Geoffrey E. Hinton | Prémio Nobel da Química 2024 - Demis Hassabis, John M. Jumper e David Baker

Prémio Nobel da Física 2024 - John J. Hopfield e a Geoffrey E. Hinton | Prémio Nobel da Química 2024 - Demis Hassabis, John M. Jumper e David Baker

©Johan Jarnestad/The Royal Swedish Academy of Sciences | DCI

A Inteligência Artificial (IA) tem sido o grande destaque deste ano nos prémios Nobel dedicados à Ciência. O Prémio Nobel da Física 2024, revelado no dia 8 de outubro, foi atribuído a John J. Hopfield e a Geoffrey E. Hinton, pelas descobertas na área das redes neuronais artificiais, que permitiram os avanços do machine learning. O Prémio Nobel da Química 2024, anunciado no dia 9 de outubro, foi atribuído à dupla de investigadores Demis Hassabis e John M. Jumper, pelo desenvolvimento de um modelo de Inteligência Artificial capaz de prever estruturas complexas de proteínas, e a David Baker, pelo feito de construir exemplares inteiramente novos destas moléculas.

Uma grande parte da IA que hoje utilizamos deve-se à revolução na tecnologia do machine learning, a aprendizagem automática das máquinas através de redes neuronais artificiais. John J. Hopfield e Geoffrey E. Hinton foram os percursores desta revolução, ao utilizarem técnicas da área da Física para desenvolver as tecnologias utilizadas nas redes neuronais artificiais que processam a informação.

John Hopfield inventou uma rede que utiliza um método para guardar e recriar padrões previamente armazenados. A Hopfield Network opera com nós ligados entre si através de ligações de diferentes intensidades. Estes nós permitem encontrar os padrões armazenados a partir de um input incompleto ou distorcido.


Hopfield Network
Fonte: ©Johan Jarnestad/The Royal Swedish Academy of Sciences

Geoffrey Hinton inventou um método que, com base na rede de John Hopfield, permite encontrar de forma autónoma propriedades nos dados, de forma a realizar tarefas como a identificação de elementos específicos em imagens. Designou-o de Boltzmann Machine.


Boltzmann Machine
Fonte: ©Johan Jarnestad/The Royal Swedish Academy of Sciences

Estas invenções potencializaram as descobertas realizadas pelos três laureados pelo Prémio Nobel da Química 2024, que se serviram da IA para realizar grandes avanços científicos no estudo das proteínas. As proteínas, construídas a partir de 20 aminoácidos que podem ser combinados de diferentes formas, dobrando-se em estruturas tridimensionais distintas, são um dos principais alvos de estudo da Química desde que, no final da década de 50 do século XX, os investigadores de Cambridge John Kendrew e Max Perutz apresentaram à comunidade científica os seus primeiros modelos tridimensionais, feito que lhes valeu o Prémio Nobel da Química de 1962.

Demis Hassabis e John M. Jumper desenvolveram um modelo de IA para resolver um dos problemas que tem inquietado os químicos desde a apresentação de Kendrew e Perutz: prever as estrutura complexas das proteínas. Fizeram-no utilizando o AlphaFold2, um modelo de IA usado por mais de dois milhões de pessoas, em 190 países. Entre outras aplicações, esta descoberta permitirá criar imagens de enzimas que podem decompor o plástico e compreender melhor a resistência aos antibióticos.


Funcionamento do AlphaFold2
Fonte: ©Johan Jarnestad/The Royal Swedish Academy of Sciences

David Baker utilizou a Inteligência Artificial, mais propriamente a técnica do De Novo Protein Design, para levar esta descoberta mais longe, criando proteínas que não existiam anteriormente e que, em muitos casos, têm funções completamente novas. A primeira proteína criada, a Top7, foi uma novidade para os investigadores, pois a sua constituição não existia na natureza: com 93 aminoácidos, a proteína era maior do que qualquer outra produzida anteriormente utilizando este tipo de conceção.


Top7, de David Baker
Fonte: ©Johan Jarnestad/The Royal Swedish Academy of Sciences

Em comentário a estas premiações, Virgínia Dignum, Alumna de CIÊNCIAS, refere que “aquilo a que estamos a assistir é um triunfo da interdisciplinaridade”. “Os verdadeiros avanços da ciência já não são do domínio de uma única disciplina, mas exigem uma perspetiva alargada e a combinação de diferentes conhecimentos. (…) Talvez seja altura de modernizar o Prémio Nobel para reconhecer que os progressos que importam estão para além da tradicional divisão em disciplinas”, defende a especialista em Inteligência Artificial, Outstanding Alumnus no Dia da CIÊNCIAS de 2024.

Veja os destaques nos média:

  • Num artigo de opinião no Público, Luís Correia, docente do Departamento de Informática e investigador no LASIGE, destaca os avanços na área da inteligência artificial no centro dos dois Prémios Nobel – da Física e da Química

  • Paulo J. Costa, docente do Departamento de Química e Bioquímica e investigador no BioISI, comenta em artigos do Diário de Notícias e do Observador a importância das descobertas dos laureados com o Nobel da Química
Marco Matos, Gabinete de Imagem e Conteúdos Digitais da DCI CIÊNCIAS
mmomatos@ciencias.ulisboa.pt
Bombeiro apaga fogo

Era madrugada e o edifício da Faculdade de Ciências de Lisboa, na rua da Escola Politécnica, ardia. Dezoito de março, seriam duas horas da madrugada. Um salto da cama, um vestir rápido e uma fuga apressada ao encontro das labaredas.

Escola Politécnica

Passaram 40 anos do incêndio da “outra” Faculdade. São já poucos os que vivenciaram, alguns os que ficaram marcados. Para os mais novos, o “fogo na Politécnica” é apenas uma história que ouviram contar.

Mar

Qual o impacto das poeiras provenientes do Sahara na produtividade marinha do Oceano Atlântico tropical, particularmente nos coccolitóforos (fitoplâncton calcário)? Esta é a principal questão que irá marcar o trabalho de Catarina Guerreiro, investigadora do MARE.

pilhas de compostagem

O compostor da FCUL foi inaugurado há pouco mais de um ano, em 27 de novembro de 2016, numa parceria entre a HortaFCUL, o Gabinete de Segurança, Saúde e Sustentabilidade da FCUL e o cE3c - Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

Gabriella Gilli

Gabriella Gilli, investigadora do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, pretende usar um novo modelo teórico tridimensional, análogo ao que é usado para descrever a atmosfera de Vénus, para antecipar as futuras observações de exoplanetas quentes de tipo terrestre.

Vladimir Konotop

Nesta fotolegenda destacamos uma passagem da entrevista com o físico Vladimir Konotop e que pode ser ouvida no canal YouTube e na área multimédia deste site.

Bernadette Bensaude-Vincent

A ULisboa atribui a 2 de março o título de doutor honoris causa a Bernadette Bensaude-Vincent, por proposta da Faculdade de Ciências, homenageando uma personalidade de grande relevo cientifico com relações estreitas com o contexto científico português, demonstrando publicamente quanto lhe deve e quanto se sente honrada por lhe poder conceder este titulo.

Biblioteca com alunos

A entrada na faculdade é muito mais do que a transição para uma nova etapa académica, é o início de uma aventura no próprio desenvolvimento, onde se passa de jovem a adulto. Esta fase acarreta desafios para o próprio e nas relações com os outros, ficando este jovem adulto entre o medo e o desejo de crescer com tarefas académicas, sociais, pessoais e vocacionais para fazer face, simultaneamente.

Campus de Ciências

Dois investigadores do cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais receberam bolsas europeias Marie Sklodowska-Curie para desenvolver investigação nos próximos dois anos.

Concorrentes

A semifinal aconteceu a 17 de fevereiro, a final nacional a 12 de abril e a final internacional entre 5 e 10 de junho. Em Ciências foram apurados quatro finalistas, estudantes da ULisboa nos cursos de Física, Biologia, Engenharia Química e Matemática Aplicada e Computação.

Carlos Mateus Romariz Monteiro

Faleceu a 9 de fevereiro de 2018, com 97 anos, Carlos Mateus Romariz Monteiro.

Pessoa sentada junto a uma mesa

Passamos, quer no trabalho como em momentos de lazer, longos períodos sentados. Estar sentado é um descanso! Mas, será mesmo assim?

João Martins

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de fevereiro de 2018 é com João Martins, técnico superior do Departamento de Física de Ciências.

A cooperação (e colaboração) científica apoia-se sempre em ensinar e aprender (dar e receber), num registo de amizade e humildade, de motivação e de empolgamento. A paridade é fundamental, tal como o “foco e simplicidade”, a relevância e a utilidade (Steve Jobs).

João Carlos Marques, professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra é o novo diretor do MARE, sucedendo no cargo Henrique Cabral, professor do Departamento de Biologia Animal de Ciências.

A iniciativa possibilita aos estudantes a recolha de informação sobre diversas áreas do saber das 18 escolas da Universidade de Lisboa.

Ciências presta homenagem a Dmitri Ivanovich Mendeleev a 8 de fevereiro de 2018, data em que se assinala o 184º aniversário do seu nascimento. Nesse dia, 118 alunos do 9.º ano do Colégio de Santa Doroteia, em Lisboa, visitam a tabela periódica existente neste campus universitário.

O artigo “The Little Ice Age in Iberian mountains” publicado em fevereiro de 2018 na Earth-Science Reviews caracteriza com maior precisão o último grande evento frio do hemisfério norte, de acordo com comunicado de imprensa emitido esta quinta-feira.
A Little Ice Age (LIA) ou a Pequena Idade do Gelo ocorreu aproximadamente entre 1300 e 1850 e afetou as comunidades dos Pirenéus. Os resultados desta investigação está a ter algum impacto em Espanha.

Pormenor da capa do livro

“Ao contrário do que aparentava no início deste projeto, foi relativamente fácil dar um ritmo de arte sequencial (banda desenhada) ao argumento.

A 2.ª edição do mestrado em Gestão e Governança Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto (FCUAN) deverá arrancar no último trimestre do ano letivo 2018/2019 e contará novamente com o apoio de Ciências. Na 1.ª edição 16 estudantes concluíram com sucesso os programas de estudo.

Cinquenta alunos do 4.º ano do Colégio Colibri, de Massamá, foram cientistas por um dia nos Departamentos de Biologia Animal e Biologia Vegetal.

Quando João Graça Gomes iniciou o estágio “Cenarização Sistema Elétrico 100 % Renovável em 2040”, com a duração de um ano, no Departamento Técnico da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), sob a orientação de José Medeiros Pinto, engenheiro e secretário-geral daquela associação, quis “dar o melhor e mostrar a qualidade do ensino de engenharia na FCUL”. O ano passado foi distinguido com um dos prémios de maior destaque da engenharia nacional.

João Graça Gomes, engenheiro do Departamento Técnico da APREN e mestre em Engenharia da Energia e do Ambiente, foi galardoado com o Prémio - Melhor Estágio Nacional em Engenharia Eletrotécnica da Ordem dos Engenheiros.

Nesta fotolegenda destacamos uma passagem da entrevista com o climatologista Ricardo Trigo e que pode ser ouvida no canal YouTube e na área multimédia deste site.

Por forma a gerir a ansiedade de uma forma mais eficaz antes dos momentos de avaliação são propostas algumas estratégias que não eliminam a ameaça mas podem ajudar a lidar de um modo mais eficaz com a ansiedade.

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