Nature Scientific Reports

Pegadas no tempo: Neandertais caminharam pelas dunas do Algarve

Cenário reconstituído do sítio de trilhas de Monte Clérigo, gerado por ferramentas de IA.

Reconstituição do local das pegadas de Monte Clérigo, gerado por ferramentas de IA, segundo as orientações fornecidas e ilustrações finais de J.M. Galán.

Nature / J.M. Galán

Um estudo internacional com participação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS) identificou as primeiras pegadas fossilizadas atribuídas a Neandertais em território português.

O artigo agora publicado na revista Nature Scientific Reports, revela que as pegadas descobertas nas praias do Monte Clérigo e do Telheiro, no Algarve, remontam a cerca de 78 a 82 mil anos atrás.

A investigação foi liderada por Carlos Neto de Carvalho, paleontólogo colaborador do Instituto Dom Luiz (IDL) e coordenador científico do Geopark Naturtejo Mundial da UNESCO. Contou ainda com a participação de Mário Cachão, professor de CIÊNCIAS e investigador no IDL, bem como de investigadores de instituições em Portugal, Espanha, Gibraltar, Itália, Dinamarca e China.

No Monte Clérigo, os cientistas identificaram cinco trilhos e 26 pegadas — algumas deixadas por crianças com cerca de um ano de idade — impressas numa encosta dunar. Já no Telheiro, foi registada uma pegada isolada, possivelmente deixada por uma adolescente ou mulher adulta, associada a vestígios de aves costeiras.

Pegadas de hominídeos em eolianitos da costa sudoeste de Portugal.
Locais de pegadas de hominídeos na costa sudoeste de Portugal. (A) Vista geral do principal sítio com trilhos de hominídeos localizado na arriba norte da Praia do Monte Clérigo (autores para escala); (B) Pegada D1 do trilho D, evidenciando a preservação diferencial da parte anterior do pé, mais profunda, como resultado da subida de inclinação (escala em cm); (C) Pegada isolada PI2 com impressão do hálux aduzido e ângulo de inclinação dos dedos (escala em cm); (D) Deformação das lamelas sedimentares em corte transversal de uma pegada: afundamento na margem lateral e levantamento na base da pegada (escala em cm); (E) Pegada muito pequena (P2T), com evidência dos dedos e ausência do arco longitudinal medial. A largura aparente exagerada em relação ao comprimento resulta de deslizamento lateral; a barra de escala é de 50 mm; (F) Pegada P1T com apenas a região anterior do pé e os dedos bem impressos, especialmente o hálux (escala em cm). Fonte  Nature

Estas pegadas fornecem um registo direto do comportamento dos Neandertais num momento específico do tempo, revelando aspetos únicos como o número e a idade dos indivíduos, formas de locomoção, planeamento de trajetos e até possíveis estratégias de caça. Num dos trilhos, por exemplo, há evidências de interação entre pegadas humanas e de cervídeos, sugerindo perseguição ou emboscada.

O estudo integrou ainda análise de redes ecológicas, revelando que a dieta dos Neandertais nas zonas costeiras da Península Ibérica era diversificada, combinando caça a veados, cavalos e lebres com o aproveitamento de recursos marinhos.

Estas descobertas demonstram uma adaptação sofisticada ao meio litoral e contribuem para uma nova compreensão do comportamento, mobilidade e organização social dos Neandertais — uma espécie humana extinta há mais de 30 mil anos, mas que deixou marcas surpreendentemente vívidas na paisagem costeira portuguesa.

Pegadas de hominídeos em eolianitos da costa sudoeste de Portugal.
Locais de pegadas de hominídeos na costa sudoeste de Portugal. (G) Uma das pegadas do trilho C, com o calcanhar como parte mais profunda e evidência de deslizamento longitudinal; os segmentos da régua são de 20 cm;
(H) Pegada preservada de forma isolada sobre lamelas fraturadas na ribeira da Praia do Telheiro, com bordo de deslocamento na área posterior da pegada (escala em cm). Fonte  Nature

 

João Silva, Gabinete de Comunicação de Ciência da DCI CIÊNCIAS
jcmsilva@ciencias.ulisboa.pt

Apesar de já existir há dois anos e meio, e como há sempre novos funcionários/Docentes a entrar, vimos por este meio divulgar mais uma vez o Sistema de Impressão FCUL para funcionários/Docentes da FCUL.

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Perspectivas e oportunidades num dos grandes problemas científicos deste século

Medalha internacional de História das Ciências, Marta Lourenço

Ana Eiró, Fernando Bragança Gil, Maria Alzira Ferreira, Luís Mendes Vítor, Virgílio Meira Soares, Fernando Catarino, Fernando Parente, Noémio Marques, Galopim de Carvalho, são algumas das individualidades de Ciências que Marta Lourenço recorda, em jeito de agradecimento, pelos ensinamentos transmitidos.

A iniciativa existe desde 2008. “Um pequeno Roteiro pela Energia Solar Fotovoltaica na Faculdade de Ciências” inclui visitas guiadas ao Campus Solar e à central de mini geração fotovoltaica nos telhados da Faculdade de Ciências, e ainda a palestra “A revolução solar vem aí!”, proferida pelo professor António Vallêra.

“Os ensinamentos adquiridos em Ciências estão na base das investigações que tenho desenvolvido, foi através deles que adquiri os conceitos e conhecimentos que me permitem desenvolver o estudo dos materiais. Por outro lado, a interação com diferentes áreas da Geologia permite absorver muita informação importante para a interpretação de muitos dos achados”, explica a investigadora Elisabete Malafaia.

Jean-Paul Montagner, Institut de Physique du Globe, Université Paris-Diderot, Paris, France

António Castelo, Aidnature

"Recordo-me sobretudo dos professores e da matéria que dava nas aulas. A minha pancada com evolução é forte e já nessa altura era. Ainda hoje nada me dá mais prazer do que aprender e compreender como funciona a vida na terra. Tive muito bons professores durante o curso e isso foi fundamental até quando, mais tarde, saí para fazer o mestrado em Inglaterra", conta o antigo aluno de Biologia de Ciências, António Castelo.

Expedição Aidnature

“Cada animal, cada comportamento é um desafio. O momento em que conseguimos a imagem de que estamos à espera e que imaginámos na nossa cabeça, é de uma adrenalina enorme, que contrasta com a paz que é estar horas no campo à espera”, declara António Castelo, antigo aluno do curso de Biologia de Ciências, agora biólogo na Aidnature.

 Nos dias 29 e 31 de outubro de 2014 realiza-se uma reunião em Heildelberg, na Alemanha, com o intuito de apresentar os 106 novos membros ao EMBO Council.

Ano Internacional da Cristalografia 2014

O Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa associa-se à comemoração do Ano Internacional da Cristalografia.

MATEMÁTICA E ENSINO

De acordo com o Despacho do Senhor Diretor da Faculdade, a eleição do Presidente do Departamento de Matemática terá lugar no próximo dia 30 de Maio.

Conferência no dia 16 de Maio, 11h30, anfiteatro 3.2.15, Edifício C3, FCUL, Campo Grande, Lisboa.

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Marta Lourenço, membro do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, da Secção Autónoma de História e Filosofia das Ciências e subdiretora do Museu Nacional de História Natural e da Ciência foi galardoada com a Medalha George Sarton pela Universidade de Gent.

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O seminário integrado na disciplina de Agricultura e Florestas, do mestrado em Ecologia e Gestão Ambiental, realiza-se dia 7 de maio, pelas 11h15, no edifício C2, 2.º piso, sala 2.2.14.

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Christoph Meyer começou a trabalhar no Centro de Biologia Ambiental de Ciências, em fevereiro de 2009. A estadia em Ciências tem corrido bem.

Tectonics and Neotectonics of the western North America and Associated Hazards

Conferência no dia 29 de Maio, 12h00, sala 6.2.56, Edifício C6, FCUL, Campo Grande, Lisboa.

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Stefano Ruberto, Leonardo Vanneschi, Mauro Castelli & Sara Silva foram distinguidos com o best paper award for EuroGP 2014, durante a "17th European Conference on Genetic Programming", ocorrida entre 23 e 25 de abril, em Granada, Espanha.

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