Artigo no Journal of Building Engineering

Lareiras tradicionais a lenha podem diminuir a esperança média de vida em até 1,6 anos

Trabalho experimental de modelação computacional liderado pela Ciências ULisboa

lareira tradiciobal a lenha

A queima de lenha é uma das principais fontes de partículas finas em ambientes fechados

Unsplash - Stéphane Juban

Um novo estudo mostra que o uso de lareiras tradicionais a lenha para o aquecimento da casa pode diminuir a esperança média de vida em até 1,6 anos, devido às partículas finas que são emitidas na combustão da lenha. Estes são resultados de um trabalho experimental de modelação computacional liderado pela Ciências ULisboa.

O estudo de Nuno Martins e Guilherme Carrilho da Graça está em destaque num artigo do jornal The Guardian, da autoria do cientista Gary Fuller.

“Percebemos que existiam algumas questões em aberto sobre a emissão de partículas finas por lareiras. Uma destas questões é – qual o fator de emissão, ou seja, que quantidade de partículas finas é emitida por quilograma de lenha? Não nos surpreende que as lareiras tradicionais a lenha sejam aquelas que mais emitem – quase 60mg por quilograma de lenha. Nos cenários que considerámos, isto corresponde a uma diminuição na esperança média de vida de 1 a 1,6 anos”, explica o professor da Ciências ULisboa e investigador do Instituto Dom Luiz (IDL), Nuno Martins, primeiro autor do artigo “Health effects of PM2.5 emissions from woodstoves and fireplaces in living spaces”, publicado no Journal of Building Engineering, volume 79, a 15 de novembro de 2023, e que é assinado ainda pelo professor da Ciências ULisboa e investigador do IDL, Guilherme Carrilho da Graça, coordenador do estudo.

A queima de lenha é uma das principais fontes de partículas finas em ambientes fechados – partículas com um diâmetro inferior a 2,5 micrómetros (como comparação, o menor que o olho humano consegue ver é 100 micrómetros). Estas partículas finas causam múltiplas doenças respiratórias e cardiovasculares, bem como outros problemas de saúde. E embora existam diretrizes detalhadas sobre quais os níveis máximos destas e de outras partículas para espaços exteriores, definidas pela Organização Mundial de Saúde e, em vários casos, também por jurisdições nacionais, os níveis interiores não estão regulamentados.

Os investigadores avaliaram qual a emissão de partículas emitida por lareiras e fogões a lenha nas residências, e estimaram a diminuição na esperança média de vida que resulta do aumento da exposição a estas partículas finas. Para isso, consideraram que as famílias utilizariam o equipamento a lenha durante quatro horas durante a noite, nas estações mais frias.

A título de comparação, os resultados mostram que a emissão de partículas finas por fogões a lenha é de cerca de um terço da emissão das lareiras a lenha, sendo a correspondente diminuição na esperança média de vida inferior a meio ano. No trabalho, os investigadores consideraram também um fogão a lenha fechado com entrada de ar externo, o que diminuiu drasticamente a emissão de partículas finas no interior da residência, resultando num impacto insignificante na esperança média de vida dos ocupantes.

 trabalho experimental de modelação computacional
Os investigadores mediram experimentalmente a emissão de partículas finas por fogões a lenha e lareiras
Imagem cedida por NM

O estudo decorreu em três fases. Primeiro, os investigadores mediram experimentalmente a emissão de partículas finas por fogões a lenha e lareiras. Depois, utilizaram estes dados em simulações computacionais de residências em três cidades – Birmingham (Reino Unido), Groningen (Países Baixos) e Copenhaga (Dinamarca) – considerando aspetos como as características térmicas, a infiltração de ar exterior e as necessidades de aquecimento do ambiente do tipo de edifício, entre outros. Por último, estas simulações foram combinadas com dados sobre os efeitos da poluição atmosférica no exterior na saúde.

“De uma forma geral, as lareiras tradicionais a lenha devem ser evitadas, devido aos efeitos negativos para a saúde. Uma melhoria seria substituí-las por fogões a lenha ou, idealmente, substituir completamente os equipamentos de combustão a lenha”, refere Guilherme Carrilho da Graça.

Nuno Martins e Guilherme Carrilho da Graça sublinham ainda que mesmo para fogões a lenha – o equipamento considerado neste estudo com menor emissão de partículas finas – podem ser estudadas estratégias para minimizar a abertura da porta de vidro. Além disso, alertam que é necessária mais investigação sobre sistemas de ventilação mecânica que possam reduzir o nível de exposição a partículas finas.

Marta Daniela Santos, Gabinete de Comunicação de Ciência com GJ DCI Ciências ULisboa
noticias@ciencias.ulisboa.pt
Sismo de magnitude 5.3 abala Portugal continental

Na segunda-feira, 26 de agosto, muitos de nós acordámos com um susto: às 5h11, um sismo de magnitude 5.3 na escala de Richter foi sentido não só em Lisboa como um pouco por todo o Portugal continental.

MCAA organiza evento de desenvolvimento de carreiras em CIÊNCIAS

O Spain-Portugal Chapter e o Career Development Working Group da Marie Curie Alumni Association (MCAA) organizam um evento de desenvolvimento de carreira em CIÊNCIAS, de 6 a 7 de setembro.

Manuel Martinho, o Tricampeão Nacional Universitário que se quer tornar “um dos melhores” no Taekwondo

Manuel Martinho, estudante da licenciatura em Tecnologias da Informação, é um dos grandes rostos da ULisboa e de CIÊNCIAS nos maiores campeonatos de Taekwondo a nível nacional e internacional.

Filipe Ribeiro e Rui Rivaes, investigadores do MARE, asseguraram um financiamento de cerca de 74 000 euros para a contenção da perca-europeia na Reserva Natural da Malcata

Filipe Ribeiro e Rui Rivaes, investigadores do MARE, asseguraram um financiamento de cerca de 74 000 euros para a contenção da perca-europeia na Reserva Natural da Malcata.

Universidade de Lisboa é a líder entre as Universidades Portuguesas no Ranking de Shangai

A Universidade de Lisboa é a melhor universidade de Portugal, segundo a edição de 2024 do mais influente e conceituado ranking mundial, o Ranking de Shangai, que todos os anos avalia mais de 2500 universidades a nível mundial. 

Um conjunto de participantes dos EVM posam em frente a um quadro repleto de equações matemáticas e com um tabuleiro de xadrez desenhado

Terminou no dia 26 de julho a 1.ª edição dos Estágios de Verão em Matemática (EVM), organizada pelo Departamento de Matemática (DM) de CIÊNCIAS.

Imagem que mostra um homem a tirar uma foto de dois estudantes com o telemóvel. À sua esquerda, num espaço branco, pode ler-se "Partilhe as suas fotografias"

Será realizada uma recolha de fotografias pelos ex-alunos, com vista à criação de um itinerário expositivo das histórias e vivências retratadas por todo o campus de CIÊNCIAS.

Banner_Nature_Alice Nunes_Cristina Branquinho

O artigo ‘Unforeseen plant phenotypic diversity in a dry and grazed world’ (em português, ‘Inesperada diversidade fenotípica de plantas num mundo seco e pastoreado’), aborda os resultados de um estudo internacional em larga escala, que envolveu 120 cientistas de 27 países, para compreender como as plantas de zonas áridas se adaptaram a estes habitats extremos.

Banner MIC-STAND 2024

Entre 24 e 26 de julho, CIÊNCIAS foi palco da conferência MIC- STAND 2024: Mitigation of Microbiologically Influenced Corrosion: Towards Scientific & Industrial Standardization.

16.º Encontro Nacional de Química-Física

O duplo evento decorreu entre 17 e 19 de julho e reuniu investigadores, docentes e outras personalidades ligadas à Química-Física.

Foto de grupo Ser Cientista 2024

Campus de CIÊNCIAS enche-se de curiosidade e boa disposição para receber alunos deste programa de Verão.

Formações C-Academy

É já em setembro que o campus de CIÊNCIAS vai ser palco de duas formações do programa ‘C-Academy - Formação Avançada em Cibersegurança’ do Centro Nacional de Cibersegurança.

Membros do Ciências em Harmonia (C-H), o projeto pioneiro de CIÊNCIAS para promoção do bem-estar entre alunos

O Ciências em Harmonia (C-H), projeto pioneiro de CIÊNCIAS, teve direito a destaque na edição de 23 de julho do jornal Público.

Ser Cientista 2024

Entre 22 e 26 de julho, 67 alunos do ensino secundário têm a oportunidade experienciar, durante uma semana, o que é ser cientista e como é o ambiente de investigação.

Licenciaturas CNA 2024

Vem definir o teu futuro e descobre o que temos preparado para ti. Candidata-te a CIÊNCIAS ULisboa!

Banner Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias

Já são conhecidos os vencedores da edição 2024 do Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias, organizado pela Sociedade Portuguesa de Ecologia (SPECO).

Jorge Buescu, professor do Departamento de Matemática (DM) de CIÊNCIAS, reeleito Vice-Presidente da European Mathematical Society (EMS)

Jorge Buescu, professor do Departamento de Matemática (DM) de CIÊNCIAS, foi reeleito Vice-Presidente da European Mathematical Society (EMS).

Verão na ULisboa em CIÊNCIAS

Foi com um sorriso na cara e com vontade de um dia regressarem, que os estudantes do programa Verão na ULisboa deixaram o campus de CIÊNCIAS, após as cerimónias de entrega de diplomas que decorreram nos dias 5 e 12 de julho.

Assinatura do Protocolo com a REDCORP

o passado dia 9 de julho a Direção de CIÊNCIAS assinou um protocolo de cooperação com a REDCORP, empresa de empreendimentos mineiros responsável pelo Projeto Lagoa Salgada.

CIÊNCIAS assinA um protocolo de colaboração com a Raiz Vertical Farms nas instalações de CIÊNCIAS, tendo sido assinado pelo Diretor da faculdade, Luís Carriço, e pela co-fundadora da startup Rede Vertical Farms, Inês Barros.

CIÊNCIAS assinou um protocolo de colaboração com a Raiz Vertical Farms, com o objetivo de instalar uma horta vertical no campus da faculdade.

Equipa do CSD Lab do BioISI

Uma equipa de investigadores do Laboratório de Estrutura e Dinâmica Celular (CSD Lab) do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioIS

Diogo Rodrigues Fernandes

Diogo Rodrigues Fernandes, doutorando de CIÊNCIAS e investigador no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (

Banner O Planeta Vivo

“Temos este mundo, ou nada. E temos um grande problema se não entendermos o planeta que queremos salvar.” Esta citação de Carl Sagan é o mote do documentário ‘O Planeta Vivo’, que estreou no passado dia 3 de julho na RTP.

Vista Aérea do Observatório do Paranal

O Observatório do Paranal, no deserto do Atacama no Chile, que faz parte do Observatório Europeu do Sul (ESO), vai receber em 2025 um telescópio made in Portugal para observar o Sol.

Páginas