Entrevista com…

Patrícia Santos Silva

Patricia Santos Silva


Mapa do risco de fogo na América do Sul no dia 28/05/2012 patente no trabalho da aluna. O verde corresponde a risco baixo e o vermelho a risco alto
Fonte Setzer et al

Patrícia Santos Silva, de 21 anos, está no 4.º ano do mestrado integrado em Engenharia da Energia e do Ambiente de Ciências ULisboa. Um artigo resultado do projeto de licenciatura foi premiado como um dos melhores posters apresentados durante o “VI SIC - Simpósio Internacional de Climatologia” ocorrido, na cidade de Natal-RN, e indicado para publicação na edição especial da RBMET - Revista Brasileira de Meteorologia.

Como “estar só na faculdade nunca foi suficiente”, Patrícia Santos Silva também é animadora na Science4you há um ano. A par dessas atividades, o desporto faz parte da sua vida desde sempre. Tem-se dedicado ao atletismo - é velocista. Gosta muito de viajar e de aprender novas línguas por isso está a aprender Mandarim e até já teve oportunidade de praticar um pouco numa viagem que fez a Pequim.

Ficou curioso? Na entrevista que se segue pode ficar a conhecer um pouco melhor esta jovem estudante universitária.

Ciências ULisboa - O que mais gosta neste curso?

Patrícia Santos Silva (PSS) - O que mais gosto em Engenharia da Energia e do Ambiente é a multidisciplinariedade do curso. Desde Programação, a Química, a Mecânica e a Economia, é um curso que abrange diversas áreas e liga-as entre si. Deste modo temos um entendimento geral de várias áreas científicas estando, assim, preparados para diversos desafios profissionais.

“Os sucessos são sempre consequência de trabalho em equipa sério, persistente e de qualidade”

Ana Bastos estudou em Ciências ULisboa e também deu algumas aulas teórico-práticas de Meteorologia tendo orientado dois projetos de licenciatura, um deles de Patrícia Santos Silva. “Ela tinha pensado numa série de ideias durante o verão (surpreendente para uma aluna tão jovem!), que se focavam no tema de alterações climáticas e extremos. Depois de discutirmos também com o professor Carlos da Camara, decidimos estudar a evolução do risco de fogo no Brasil para o século XXI”, conta Ana Bastos que ficou surpreendida com a determinação, curiosidade e aptidão para o trabalho de investigação da jovem aluna.  “Nem sempre as coisas correm como planeado, algumas demoram mais tempo do que o previsto, ou os dados têm problemas, mas isso é natural, e a Patrícia mostrou-se híper resistente à frustração”, acrescenta Ana Bastos, que está a fazer um pós-doutoramento no Laboratoire des Sciences du Climat et de l'Environement, em França. Durante três anos pretende estudar a variabilidade do ciclo do carbono global, ainda assim continua a colaborar com colegas do Instituto Dom Luiz.

Ciências ULisboa - E no projeto de licenciatura?

PSS - O trabalho que realizei no âmbito do meu projeto de licenciatura permitiu o meu desenvolvimento como pessoa e cientista. Orientada pelos professores Carlos da Camara e Ana Bastos, entrei em contacto com o mundo da investigação e aprendi a desenvolver um trabalho de investigação, assim como a ultrapassar os seus desafios diários inerentes. Tive a oportunidade de conhecer pessoas que contribuíram para o desenvolvimento do trabalho assim como para o meu desenvolvimento pessoal. A possibilidade de colaborar com cientistas de outro país com diferentes abordagens e conhecimentos, nomeadamente a professora Renata Libonati, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi muito enriquecedora.

Ciências ULisboa - E no projeto de licenciatura?

Ciências ULisboa - Quais foram os pontos altos (e baixos caso tenham existido) no âmbito desse trabalho?

PSS - Como qualquer trabalho de investigação foi um processo repleto de desafios e muito trabalhoso. Algo importante que aprendi foi ter sentido crítico relativamente à literatura existente pois, pode-se considerar ser um ponto baixo, esteve-se durante semanas a fazer cálculos pesados com base em pressupostos que depois se verificaram estar errados. Obviamente foram corrigidos e daí saiu uma grande aprendizagem. Por outro lado, diria que o ponto mais alto do trabalho foi o seu reconhecimento, tendo sido escolhido para apresentação e posteriormente premiado como um dos melhores trabalhos no simpósio internacional VI SIC 2015.

Ciências ULisboa - E agora, quais são os planos a curto, médio prazo?

PSS - Estamos a acabar o artigo que será publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Meteorologia e a continuar o trabalho começado no projeto de licenciatura. Este último teve como objetivo testar a sensibilidade do modelo EC-Earth às alterações climáticas. O trabalho que se segue irá testar o realismo do mesmo, isto é, até que ponto o modelo reproduz a realidade. O objetivo final será um outro artigo científico para publicação com o trabalho que está agora a ser desenvolvido. Pessoalmente, planeio manter-me a trabalhar nesta área, nomeadamente no âmbito das alterações climáticas e dos seus efeitos, área esta de que gosto muito e considero muito importante para o futuro do planeta e de todos nós.


Carlos da Camara, durante uma aula

Opinião de Carlos da Camara

“Diz-se que o químico inglês Humphry David afirmou certa vez que a sua maior descoberta havia sido Michael Faraday, que começou a carreira como seu assistente e veio a ser um dos grandes nomes da Ciência. Tenha ou não David feito a afirmação, a verdade é que me identifico com ela e, quando olho para a minha carreira, já longa, de docente procuro avaliar a minha prestação contando aqueles que me descobriram, trabalharam comigo e foram mais longe do que eu. A Patrícia Santos Silva é uma séria candidata a integrar a lista (…) a Ana Bastos, que fez o mestrado e o doutoramento no nosso grupo, já faz parte dos top da minha lista de casos de sucesso”, conta Carlos da Camara, que considera Patrícia Santos Silva uma jovem “enérgica, perspicaz, trabalhadora, curiosa, com ânsia de saber e de conhecer mais”.

 A investigação preliminar acerca do regime de fogos no cerrado brasileiro, suas relações com a variabilidade climática da região e impactos esperados de uma possível alteração futura do clima realizada por Patrícia Santos Silva enquadrou-se num projeto promovido pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Carlos da Camara apresentou o trabalho realizado por Patrícia Santos Silva durante o VI SIC 2015, promovido pela Sociedade Brasileira de Meteorologia (SBM), que foi distinguido como um dos melhores posters apresentados durante o acontecimento, com direito a publicação de um artigo na revista da SBM.  “Se nestas aventuras da vida científica o fator sorte também entra no jogo, a verdade é que os sucessos são sempre consequência de trabalho em equipa sério, persistente e de qualidade. Tenho a certeza que a Patrícia aprendeu muito e sinto que gostou do que fez e de trabalhar connosco”, conclui o docente do DEGGE e investigador do IDL que espera poder contar com a colaboração da aluna nos próximos anos.

Vais querer perder esta oportunidade que pode mudar o teu futuro? Então não percas tempo e inscreve-te!

As inscrições estarão abertas até 17 de outubro.Mostra que és o líder de amanhã! Participa neste grande evento!

O movimento entre as duas placas é lento, por isso a deformação litosférica em Portugal é lenta, e todo o ciclo sísmico de acumulação e libertação de tensão também é lento.

Seminário/Debate
 
Moderador: António Vallêra, FCUL e SDSIL
 
logotipo

A Secretaria de Estado do Ensino Superior lançou no dia 9 de outubro uma campanha que rejeita a prática de praxes violentas nas instituições de ensino superior portuguesas.

O Departamento de Informática apoia a iniciativa "Mais Mulheres no Ensino e Investigação em Informática". Motivar jovens mulheres para uma carreira na Informática é um desafio ao qual o Departamento responde com empenho ativo.

O Programa para Jovens Profissionais 2015 da OCDE está com inscrições abertas até 25 de novembro de 2014. Os candidatos selecionados começarão a trabalhar na sede da OCDE, em Paris, no Verão de 2015.

logotipo

O Erasmus+ é o programa da União Europeia para o financiamento da educação, da formação, da juventude e do desporto durante o período entre 2014/2020.

Amélia Pilar Rauter

Amélia Pilar Rauter lidera o consórcio FCUL na European Innovation Partnership on Active and Healthy Ageing.

Disponível de 6 de outubro a 6 de dezembro.

Vanda Brotas

Não é a primeira vez que Vanda Brotas assume este tipo de função. Entre 2007/2009 também assumiu a presidência do Departamento e entre 2004/2006 coordenou o Centro de Oceanografia.

A TESE - Associação para o Desenvolvimento apresentou os resultados do estudo 

Pela primeira vez, a defesa de uma prova de doutoramento ocorreu nas instalações da Faculdade de Ciências da ULisboa.

Estão abertas as candidaturas para 

Uma ferramenta inovadora para partilhar expectativas e criar um plano de acção.

A Maxdata e a Faculdade de Ciências da ULisboa estão a desenvolver automatismos que permitam melhorar significativamente o controlo de infeções hospitalares e comunitárias.

Este programa de estágios visa a formação avançada de jovens portugueses, com grau académico de licenciatura ou superior, em grandes Organizações Científicas Internacionais, CERN, ESA e o ESO.

07 outubro

12:00 Sala C201, Edifício II, ISCTE-IUL

Aqui estão disponíveis os highlights do Grupo de Espectrometria de Massa Ambiental e Biológica.

 

Até 15 de Novembro é possível aceder via b-on a e-books da Biblioteca Nacional em:
http://bnp.lusoteca.pt/catalog/ileio/#

 

José Afonso

A MOONS deve ficar operacional em 2018.

Parabéns a Alexander Usvyatsov, investigador FCT do CMAF, pelo seu recente prémio de artigo expositório em lógica:

Financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, o Programa tem neste momento candidaturas abertas para:

Programa de Estágios em Investigação na Carnegie Mellon University (Undergraduate Internships Program)

O livro é apresentado durante a sessão inaugural do programa doutoral Filosofia da Ciência, Tecnologia, Arte e Sociedade.

O livro editado pela Âncora Editora é apresentado por José Barata-Moura.

Páginas