GBIF Young Researchers Award 2019

Entrevista a Maria João Verdasca

Maria João Verdasca

Em fevereiro de 2017 Maria João Verdasca iniciou o programa doutoral em Biodiversidade, Genética e Evolução. No projeto que submeteu ao GBIF mostra os resultados do seu primeiro trabalho de doutoramento

Imagem cedida por MJV

Maria João Verdasca é bióloga, com uma pós-graduação em Sistemas de Informação Geográfica e mestrado em Biologia da Conservação. Em fevereiro de 2017 iniciou o programa doutoral em Biodiversidade, Genética e Evolução. A sua investigação foca-se na modelação espacial de espécies invasoras e no estudo dos seus impactos ecológicos e socioeconómicos. Recentemente foi nomeada ao GBIF Young Researchers Award 2019.

Ninho vespa
A vespa asiática é uma espécie nativa do sudeste asiático e chegou a Portugal em 2011
Imagem cedida por MJV

O que representa para si esta nomeação?

Maria João Verdasca (MJV) - Receber esta nomeação a nível nacional num concurso que pretende dar destaque ao trabalho de jovens investigadores no domínio da Informática Aplicada à Biodiversidade é sem dúvida um estímulo para continuar a trilhar o meu caminho e contribuir para fazer mais e melhor ciência em Portugal. Independentemente do resultado a nível internacional, que só será conhecido em setembro, ao ser nomeada nesta fase é já um reconhecimento do trabalho que tenho estado a desenvolver, sendo sem dúvida extremamente gratificante. Representa também a oportunidade de dar destaque a um tema atual no nosso país, o das espécies invasoras e os seus impactos.

Em que consiste o seu projeto?

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MJV - No meu doutoramento estou a estudar a dinâmica da invasão da vespa asiática (Vespa velutina) na Europa e os seus impactos ecológicos e socioeconómicos.

A vespa asiática, uma voraz predadora da abelha do mel e de outros insetos polinizadores, é uma espécie nativa do sudeste asiático que foi introduzida em França em 2004. Desde então esta invasora tem vindo a expandir-se por vários países europeus entre os quais Portugal onde chegou em 2011, sendo recentemente considerada pela União Europeia como uma espécie preocupante e que requer medidas para mitigar os seus impactos. Para a implementação de um plano de controlo adequado e dado o impacto negativo desta espécie na biodiversidade nativa, nos serviços de ecossistemas, na saúde pública e na economia (danos na atividade apícola e agrícola), torna-se necessário compreender a sua dinâmica de invasão.

Maria João Verdasca tem dedicado o seu tempo a estudos de biodiversidade e na área da divulgação científica. Os seus interesses de investigação passam pelo estudo da distribuição de espécies através de diferentes gradientes ambientais.

No projeto que submeti ao GBIF mostrei os resultados do meu primeiro trabalho de doutoramento onde pretendi, por um lado, avaliar se o nicho ecológico da espécie mudou durante o processo de invasão; e por outro, identificar quais as regiões na Europa que se encontram mais vulneráveis à invasão. Resumidamente, demonstrei que a vespa asiática tem uma grande capacidade de se adaptar a diferentes envelopes climáticos e que há ainda uma grande extensão de área na Europa por ser ocupada pela vespa, que tem condições ambientais semelhantes às que a vespa usa na sua área de distribuição nativa. Como tal, não se prevê um desacelerar do processo de invasão e dos seus consequentes impactos ambientais.

Como está a correr o doutoramento?

MJV - O doutoramento está a correr bem, com os stresses normais de quem entra nesta jornada! Estou bastante motivada e empenhada no meu tema de tese e isso ajuda a superar as dificuldades que vão surgindo. Tenho contado desde sempre com o apoio dos meus orientadores e isso tem sido fundamental para que o trabalho vá fluindo.

O que é que mais gosta no curso?

MJV - O que mais gosto é sem dúvida um mix de diferentes fatores: ter a oportunidade de poder desenvolver a minha própria ideia de investigação num centro de excelência como o cE3c e num tema que me move pela sua aplicabilidade prática;  conhecer excelentes profissionais de diferentes linhas temáticas e investigadores cheios de brilho e energia no trabalho que desenvolvem e que me têm permitido crescer e aprender muito!; a oportunidade de poder fazer sempre coisas diferentes, pois em ciência não há a rotina dos dias iguais; compreender no terreno os impactos que a minha espécie de estudo está a ter na sociedade, no bem estar das populações locais e nos ecossistemas, e saber que com o meu trabalho posso dar o meu contributo para ajudar na sua gestão e controlo.

Que planos tem para o futuro?

MJV - No futuro os planos passam por continuar a fazer investigação em Portugal e a trabalhar com modelação espacial ligada a projetos de biodiversidade e conservação com uma forte aplicabilidade no terreno.

Ninho de vespa
Para Maria João Verdasca esta nomeação representa a oportunidade de dar destaque às espécies invasoras e seus impactos. Segundo Maria João Verdasca  há ainda uma grande extensão de área na Europa por ser ocupada pela vespa asiática
Imagem cedida por MJV

Ana Subtil Simões, Área de Comunicação e Imagem Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
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José Avelino Pais Lima de Faria,o proeminente cientista de 92 anos, antigo aluno de Ciências - licenciou-se em Ciências Físico-Químicas em 1950 - volta colaborar com a Faculdade, com um artigo sobre a atividade científica, selecionando para o efeito um conjunto de eminentes personalidades. Dois dias após a publicação deste artigo, J. Lima-de-Faria faleceu. A Faculdade lamenta o triste acontecimento e apresenta as condolências aos familiares, amigos e colegas.

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O Pint of Science traz para bares portugueses e internacionais assuntos científicos de forma descomplicada.

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"É necessário um equilíbrio entre aquilo que eu e o outro precisamos", explica a psicóloga Andreia Santos, na sua rubrica habitual.

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A 8.ª conferência Communicating Astronomy with the Public, ocorrida em março, no Japão, juntou mais de 450 comunicadores de ciência, de 53 países. João Retrê, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço foi um deles.

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“O que é o Planeta Terra?” foi a questão que marcou o início dos workshops “Relógio Solar” e “Robot/Pintor” que decorreram no passado dia 9 de abril na Faculdade de Ciências e que contaram com a participação de 15 alunos do Colégio da Beloura em Sintra com idades entre os 4 e os 5 anos.

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O prémio é concedido pelos editores do Journal of Coordination Chemistry a um jovem químico, autor do melhor artigo do ano. Pela primeira vez é atribuído a um português, no âmbito de um trabalho realizado por investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, nomeadamente no Centro de Química e Bioquímica e no Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas .

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Sara Freitas, doutoranda de Sistemas Sustentáveis de Energia, colabora no Festival Solar Lisboa, que acontece em maio e inclui muitas atividades gratuitas, tais como passeios num catamarã solar, semelhantes aos que ocorreram em abril no Parque das Nações e que contaram com a presença do grupo Energy Transition do Instituto Dom Luiz.

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"Wittgenstein coloca (em 1934) a pergunta “Pode uma máquina pensar?”, 16 anos antes de Alan Turing (no artigo “Computing Machinery and Intelligence” da revista Mind, novembro, 1950). E, essa especulação feita no campo da Filosofia tem um significado interessante nos dias de hoje, aparecendo como uma previsão significativa (Oliveira, 2017)", escreve Helder Coelho em mais um ensaio.

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A missão Gaia dedica-se a observar estrelas. A sua finalidade é mapear a Via Láctea em 3D. O primeiro lançamento de dados ocorreu em 2016. O próximo acontece a 25 de abril e corresponde à primeira entrega com distâncias, velocidades e vários outros parâmetros astrofísicos para a maioria das estrelas.

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