Nature Communications

Mar de plástico: Mediterrâneo é a área do mundo com maior risco para as aves marinhas

Publicado novo estudo internacional sobre o risco de exposição ao plástico por aves marinhas

ave a voar em cima do mar

As aves marinhas são um dos grupos mais ameaçados de extinção a nível global

Paul Donald

Foi hoje publicado um novo estudo internacional sobre a análise do risco de exposição ao plástico por aves marinhas, que identifica o Mediterrâneo como a região de maior risco a nível global. O artigo, liderado pela BirdLife International, foi publicado na revista científica Nature Communications, e contou com uma equipa de mais de duzentos cientistas de todo o mundo, da qual fazem parte 18 cientistas portugueses, entre eles quatro investigadores da Ciências ULisboa.

O estudo foi coordenado por Maria Dias, atualmente professora do Departamento de Biologia Animal (DBA) e investigadora do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c), tendo contado com a participação de José Pedro Granadeiro, professor do DBA e investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), Mónica Correia Silva, investigadora do cE3c, e Teresa Catry, investigadora do CESAM.

As aves marinhas são um dos grupos mais ameaçados de extinção a nível global, com cerca de um terço das espécies classificadas como “vulneráveis”, “em perigo” ou “criticamente em perigo” na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza. Dados de 77 espécies de aves marinhas, mais de 7 000 indivíduos e 1.7 milhões de posições registadas através de aparelhos de seguimento remoto, foram analisados em conjunto com mapas da concentração de plástico a nível global. A equipa de cientistas foi assim capaz de identificar as áreas onde a exposição das aves aos resíduos é maior, e quais as espécies e populações mais afetadas.

De acordo com a coordenadora do estudo, a análise permitiu perceber que “o risco não está uniformemente distribuído”, fruto da acumulação do plástico em zonas onde as correntes oceânicas e as marés o favorecem. Também as aves marinhas se distribuem de forma desigual e muito variável ao longo do seu ciclo anual, por serem, na sua maioria, espécies migradoras capazes de sobrevoar milhares de quilómetros de mar. “Quando ambas as regiões se sobrepõem [alta concentração de aves e de plástico], o risco é muito maior”, conclui Maria Dias. Entre as zonas mais perigosas para as aves surgem assim o Mediterrâneo, o Mar Negro, o Noroeste e Nordeste do Pacífico, o Atlântico Sul e o Sudoeste do Índico. Outro resultado importante é o facto das espécies já em risco de extinção (pela introdução de espécies invasoras nas ilhas ondem fazem ninho, ou devido às alterações climáticas) serem também as mais expostas ao plástico, pelo que “se o problema do plástico se continuar a agravar, o estado já fragilizado destas espécies pode ainda piorar”, destaca a investigadora.

Os resultados podem agora ser interpretados e utilizados como ferramenta de gestão e conservação do meio marinho pelos países de todo o mundo, mas nem por isso a tarefa sai facilitada. “A maioria das espécies encontra um risco mais elevado de encontrar plástico em águas de outros países que não o de origem, e em águas internacionais”, revela Maria Dias. Isto significa que a cooperação internacional é fundamental para resolver este problema, impondo o diálogo entre vários atores e adensando a complexidade das respostas.

Gabinete de Comunicação cE3c com GJ Ciências ULisboa
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O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de março é com Rui Batista, especialista em Informática da Área de Sistemas de Informação e Desenvolvimento da Direção de Serviços Informáticos de Ciências.

Proteger a biodiversidade. Engane-se quem pensa que só os biólogos participam nesta árdua tarefa. 

Um estudo publicado na revista “Quaternary Science Reviews”, fruto de cinco anos de trabalho de investigadores portugueses e espanhóis, permitiu reconstruir a evolução da vegetação, paisagem e clima da ilha de São Miguel nos últimos 700 anos, através da análise dos sedimentos da Lagoa Azul.

A American Physical Society (APS) já anunciou a lista de homenageados pelo "Outstanding Referee Program" em 2017 e José Pedro Mimoso, professor do Departamento de Física e investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, é um deles.

As populações de várias espécies de anfíbios na Serra da Estrela estão a diminuir drasticamente, devido a uma infeção por uma nova estirpe de vírus, também já detetado noutras partes de Espanha e da Europa, segundo comunicado de imprensa emitido recentemente pelo cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

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“Este programa dá-nos acesso a artigos, livros e outros materiais propostos pelos nossos tutores que nos dão uma grande ajuda a compreender melhor o gigante mundo que é a Matemática”, diz Rodrigo Duarte, estudante de Ciências, galardoado com uma bolsa Novos Talentos em Matemática 2016/2017.

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Qual o principal fator que provocou o crescimento das regiões exteriores das galáxias elípticas na época mais recente do Universo? Esta pergunta motivou a investigação liderada por Fernando Buitrago, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e professor convidado do Departamento de Física de Ciências, dando origem ao mais detalhado estudo publicado online em janeiro na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

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O Tec Labs abriu portas ao ecossistema de inovação e empreendedorismo de Lisboa. O dia foi marcado pela apresentação de novidades para 2017, pelo networking entre os convidados e pela partilha de eventuais projetos e parcerias futuras.

O “Dr. Celestino” era não só um petrólogo excecional e um geólogo de campo incansável, como, e acima de tudo, uma pessoa encantadora pela sua delicadeza de trato. Os colegas do Departamento de Geologia e os ex-colegas do IICT sentirão certamente a falta da sua presença assídua e das interessantes e interessadas conversas sobre a Geologia de Cabo Verde.

Em fevereiro o Tec Labs – Centro de Inovação de Ciências abre as portas aos parceiros do ecossistema empreendedor nacional.

Seguramente já terá ouvido falar em dados geográficos. Pelo nome, deduz-se que estejam relacionados com mapas e lugares. No entanto, estes dados vão muito para além das coordenadas geográficas, representando, entre outros, redes de transporte, águas subterrâneas, populações, temperatura e recursos energéticos.

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O cE3c acaba de lançar o programa "Vamos Jogar aos Insetos em Ordem nas Escolas?", no âmbito do qual vai oferecer 200 exemplares do jogo "Insetos em Ordem" às primeiras 50 escolas públicas, que aderirem à iniciativa.

No total, desde há 57 anos, a Fundação Calouste Gulbenkian atribuiu 83 mil bolsas de estudo em diferentes áreas. Os estudantes de Ciências fazem parte destas contas.

O financiamento atribuído ao professor do Departamento de Informática e investigador do Laboratório de Sistemas Informáticos de Grande Escala (LaSIGE) de Ciências, relaciona-se com a sua participação no projeto Hyperledger da Linux Foundation, em que a IBM, a Intel e dezenas de outras empresas colaboram para construir tecnologias de blockchain para negócios.

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