Alterações climáticas induzem mudanças significativas na biomassa de fitoplâncton na Península Antárctica Ocidental

O estudo, recentemente publicado na Nature Communications, tem como primeiro autor Afonso Ferreira, investigador do MARE-ULisboa, que estuda o tema como parte do seu doutoramento em CIÊNCIAS.

Foto de uma iceberg, registada na Península Antárctica

Doutorando de Ciências prova que alterações climáticas induzem mudanças significativas na biomassa de fitoplâncton na Península Antárctica Ocidental.

Catarina Guerreiro

A biomassa de fitoplâncton e a fenologia da floração na Península Antárctica Ocidental estão a mudar significativamente, em resposta às alterações climáticas provocadas pelo ser humano: é a principal conclusão deste estudo, que apresenta provas deste fenómeno com base em vinte e cinco anos de dados de satélite da região.

A descoberta vem juntar-se a um conjunto de trabalhos que já comunicavam alterações na biomassa e na composição e tamanho das células do fitoplâncton na Península Antárctica, em consequência de alterações provocadas a este ecossistema marinho pelo aquecimento global. Porém, até ao momento, havia um consenso de que no norte da península a biomassa de fitoplâncton está a decrescer.

Afonso Ferreira e Catarina Guerreiro, investigadores de CIÊNCIAS
Afonso Ferreira e Catarina Guerreiro, investigadores de CIÊNCIAS
Fonte: Catarina Guerreiro

Os nossos resultados vêm mostrar que as comunidades ao longo da Península Antárctica Ocidental parecem ser afetadas de forma diferente, verificando-se um crescimento acentuado do fitoplâncton no início da primavera e, principalmente, no outono, provavelmente fruto do declínio do gelo marinho nas últimas quatro décadas e da recente intensificação da fase positiva da oscilação antártica”, explica Afonso Ferreira.

Estas evidências vêm contribuir significativamente para a compreensão da complexa interação entre as alterações ambientais provocadas por mão humana e as respostas do fitoplâncton na região climática chave do Oceano Antártico. O comportamento observado do fitoplâncton levanta ainda questões sobre as consequências de longo alcance que estas alterações podem vir a ter no sequestro global de carbono e no funcionamento das redes alimentares antárticas.

Estes resultados foram possíveis devido ao recurso ao OC4-SO,um novo algoritmo de satélite regional para a determinação de clorofila a, um proxy da biomassa de fitoplâncton, que tem apresentado resultados promissores e permite uma avaliação correta dos ciclos sazonais. Este algoritmo foi especificamente desenvolvido para a zona da Península Antárctica, utilizando o maior conjunto de dados regionais in-situ atualmente disponíveis para esta área. Parte dos dados foram adquiridos em parceria como Grupo de Oceanografia de Altas Latitudes, grupo de investigação brasileiro com o qual Afonso Ferreira já realizou três expedições à Península Antárctica, no âmbito da Operação Antártica, realizada pela Marinha do Brasil.

Equipa a bordo da Operação Antártica, realizada pela Marinha do Brasil
Equipa a bordo da Operação Antártica, realizada pela Marinha do Brasil
Fonte: Catarina Guerreiro

“O próximo passo da nossa investigação é compreender como as alterações climáticas têm afetado a composição das comunidades de fitoplâncton ao longo da Península Antártica. Diferentes grupos de fitoplâncton desempenham papéis distintos no ciclo do carbono, por isso é essencial estudar as implicações que essas mudanças podem vir a ter para o ecossistema antártico”, acrescenta ainda Afonso Ferreira.

Neste estudo participam também as investigadoras de CIÊNCIAS Vanda Brotas, Catarina Guerreiro e Ana C. Brito, em colaboração com os investigadores da FURG-Universidade Federal do Rio Grande (Brasil), Carlos R. B. Mendes, Raul R. Costa, Virginia M. Tavano e Eduardo R. Secchi.

 

Leia a notícia do Expresso sobre este tema: 
O fitoplâncton está a mudar na Antártida e com isso há coisas boas e más a acontecer no oceano

Marco Matos, Gabinete de Imagem e Conteúdos Digitais da DCI CIÊNCIAS
mmomatos@ciencias.ulisboa.pt
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Portugal obteve uma medalha de prata e três medalhas de bronze na 16.ª edição da International Earth Science Olympiad (IESO 2023), que assinala a 8.ª participação portuguesa. A SGP e a CNOG agradecem à Faculdade o apoio científico prestado no âmbito do programa de preparação da equipa portuguesa para a 16.ª edição da IESO.

3 homens sentados

MARGINS surgiu com o objetivo de estudar as interações socioecológicas entre comunidades humanas e ambiente na zona costeira da Guiné-Bissau e compreender a inter-relação de arrozais e mangais como parte de uma unidade afetada pelas mudanças climáticas. No projeto estão envolvidos docentes, investigadores do IDL e cE3c e estudantes da Faculdade.

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Um novo estudo publicado na revista internacional Papers in Paleontology dá conta da descoberta de centenas de abelhas mumificadas no interior dos seus casulos, num novo sítio paleontológico descoberto no litoral de Odemira.

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Há um novo mural no campus da Faculdade, para apreciar junto à FCULresta, que celebra os dois anos corridos desde a primeira semente lançada. "Só em Portugal, inspirados também pela FCULresta, foram criados ou melhorados um total de 6 espaços verdes resilientes" escrevem os responsáveis pelo projeto, neste artigo de opinião sobre a minifloresta. 

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O ratinho-ruivo (Mus spretus) aprende a identificar que novos alimentos é seguro incluir na sua alimentação através do cheiro presente no hálito de outros ratinhos da sua espécie, segundo o artigo “Interaction time with conspecifics induces food preference or aversion in the wild Algerian mouse”, da autoria das cientistas Rita S. Andrade, Ana M. Cerveira, Maria da Luz Mathias e Susana A. M. Varela, publicado em agosto na revista Behavioural Processes.

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O primeiro Relatório de Sustentabilidade da Ciências ULisboa resulta da monitorização e análise de um conjunto de atividades enquadradas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), entre 2019 e 2021.

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A EUPVSEC 2023 realiza-se de 18 a 22 de setembro de 2023, no Centro de Congressos de Lisboa. João Serra, professor do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia da Ciências ULisboa, foi novamente convidado a ser o chairman da maior e mais importante conferência europeia dedicada à energia fotovoltaica. 

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Já são conhecidos os três vencedores da edição de 2023 do Prémio de Doutoramento em Ecologia Fundação Amadeu Dias, um prémio da Sociedade Portuguesa de Ecologia (SPECO) e da Fundação Amadeu Dias que procura valorizar o trabalho de recém doutorados ao longo do seu programa doutoral. No pódio estão duas alumnae da Ciências ULisboa.

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Foi concluído recentemente o projeto “Aqua – O uso eficiente da água nos jardins da idade moderna”, um trabalho interdisciplinar que cruza as áreas da História da Ciência, a Engenharia Hidráulica e a Arquitetura Paisagista.

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Todos os anos a Faculdade atribui diplomas e prémios de mérito académico aos seus estudantes, com o apoio de várias entidades e empresas, que valorizam a missão da Faculdade e que passa por investigar, ensinar e estimular a transferência do conhecimento e da inovação e a abertura à sociedade civil.

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A Agência Espacial Europeia validou o desenho dos instrumentos científicos da missão Ariel, que conta com a participação do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço. A missão vai observar a composição química de mil planetas em órbita de outras estrelas, e transformar a compreensão sobre como se formam e evoluem os sistemas planetários.

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No passado dia 26 de julho o Tec Labs - Centro de Inovação recebeu a visita de uma comitiva de representantes da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, Brasil, com o objetivo de conhecer em profundidade o ecossistema de empreendedorismo e inovação nacional e os seus principais stakeholders.

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Ciências ULisboa vai implementar no ano letivo de 2023/2024 o projeto “Ciências em Harmonia”. Comprometida com o bem-estar da sua comunidade estudantil e a promoção de competências individuais e sociais dos seus estudantes, a Faculdade vai procurar dar resposta a uma preocupação: a do bem-estar no ensino superior, envolvendo toda a comunidade académica na celebração da diversidade e promoção de inclusão. As atividades têm início já em setembro e vão prolongar-se durante todo o ano letivo.

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ranking de Leiden, que avalia a produção científica de instituições de ensino superior a nível mundial, posicionou a ULisboa na liderança da Península Ibérica, colocando-a na 28.ª posição na Europa e no 131.º lugar a nível mundial.

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No dia 26 julho, pelas 16h00, decorrerá na Ciências ULisboa a sessão de encerramento do projeto “Livro Vermelho e Sistema Nacional de Informação dos Peixes Dulciaquícolas e Diádromos de Portugal Continental”. O novo Livro Vermelho revela que os peixes de água doce e migradores diádromos se encontram numa situação preocupante.

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Acontece este ano mais uma edição do “Ser Cientista”. A 8.ª edição do programa, que decorre entre os próximos dias 24 e 28 de julho, visa proporcionar aos alunos do ensino secundário uma aproximação à realidade da investigação científica, pela integração no dia-a-dia dos cientistas de diferentes áreas de Ciências.

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Salomé Pais foi galardoada com a Medalha de Mérito Científico 2023, durante o Encontro com a Ciência e a Tecnologia em Portugal, decorrido no início de julho em Aveiro. Para a professora catedrática aposentada do Departamento de Biologia Vegetal da Ciências ULisboa esta distinção “simboliza o reconhecimento de uma vida dedicada à ciência”.

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É hoje inaugurada a exposição Mirabilia “Coisas Admiráveis”, que decorre no âmbito das comemorações dos 10 anos da ULisboa e do Dia da Universidade de Lisboa. A exposição integra objetos “admiráveis” das 18 escolas da ULisboa, entre eles um telescópio utilizado por um equipa da Ciências ULisboa na campanha internacional de observação “Venus Twilight Experiment”.

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Carlos Antunes, foi nomeado vogal de reconhecido mérito da Comissão de Domínio Público Marítimo, um órgão consultivo da Autoridade Marítima Nacional que estuda e emite pareceres sobre os assuntos relativos à utilização, manutenção e defesa do domínio público marítimo.

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Ciências ULisboa participou na 3.ª edição do roadshow EA-IDEIA - Estrutura de Acompanhamento da Investigação, Desenvolvimento, Experimentação e Inovação da Armada, organizado pela Marinha Portuguesa.

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Pedro Machado, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e professor da Ciências ULisboa, foi homenageado pelo Grupo de Trabalho para a Nomenclatura de Pequenos Corpos (WGSBN) da União Astronómica Internacional (IAU), com a atribuição do seu nome a um asteroide, que tem quase três quilómetros de diâmetro e demora quatro anos e meio a dar uma volta ao Sol.

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Um novo estudo internacional sobre a análise do risco de exposição ao plástico por aves marinhas identifica o Mediterrâneo como a região de maior risco a nível global. O artigo foi publicado na revista científica Nature Communications e conta com 18 cientistas portugueses, entre eles quatro investigadores da Ciências ULisboa.

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