CIÊNCIAS lança Concurso de ideias em setembro e mostra como evoluíram cinco projetos das edições anteriores

As edições de 2021 e 2023 atribuíram €50 mil a cada projeto

Apresentação de projetos de inovação e investigação

CIÊNCIAS e FCiências.ID apresentaram os projetos levados a cabo no âmbito do Concurso Interno de Inovação e Investigação em 2021 e 2023

Ânia Finuras - CIÊNCIAS

Todas as datas são boas para uma ideia com potencial, e seguramente setembro não vai fugir regra com o lançamento do terceiro Concurso Interno de Projetos de Investigação e Inovação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS). Depois de uma primeira edição lançada em 2021, e de uma segunda lançada em 2023, os responsáveis de CIÊNCIAS e da associação FCiências.ID confirmaram, esta terça-feira, a intenção de lançar uma nova edição do Concurso na época de regresso às aulas.

“Vamos avançar com uma nova edição do concurso de projetos de investigação, e deveremos dar a conhecer os detalhes em breve”, informa Margarida Santos Reis, subdiretora de CIÊNCIAS, que coordena a pasta da investigação.

Margarida Santos Reis, subdiretora de CIÊNCIAS, confirmou a realização de novo concurso de ideias em setembro
Margarida Santos Reis, subdiretora de CIÊNCIAS, confirmou que em setembro há novo concurso interno de ideias 

A confirmação do lançamento da terceira edição do Concurso surgiu pouco depois da apresentação de resultados de cinco projetos que foram financiados com €50 mil nas duas edições anteriores dos Concursos Internos de Projetos Investigação e ou Inovação. Na apresentação à comunidade académica, o destaque recaiu sobre uma potencial terapêutica para cancros agressivos, e uma ideia de negócio que promete manter futebolistas com os pés bem assentes no chão, mas também houve espaço para surpresas relacionadas com a aplicação de probabilidades e estatísticas à ocorrência de incêndios, a análise de características que eventualmente levam uma espécie a ser considerada invasora, e o papel de certos micro-organismos na saúde da vinha.

“Estes resultados revelam que tivemos duas edições do Concurso muito positivas. E é interessante verificar que investimentos que não precisam de ser muito grandes conseguem obter um retorno muito ampliado”, sublinha Nuno Garcia, presidente da associação FCiências.ID, que opera como um dos braços de promoção de investigação e inovação de CIÊNCIAS.

Enquanto a edição de 2021 se focou na investigação e na produção de conhecimento, a segunda edição já privilegiou a área da inovação, com assumida intenção de funcionar como rampa de lançamento de novos produtos ou serviços. Apesar de já ter aberto caminho a duas empresas e pedidos de registo de patentes, o Concurso também potenciou outras mais-valias.

“O Concurso tem como principal objetivo fomentar a interdisciplinaridade e a colaboração entre diferentes áreas científicas em prol de um objetivo comum, que tanto pode ser um novo conhecimento científico como um novo produto. Como pudemos ver na apresentação destes projetos, esse objetivo foi cumprido”, lembra Margarida Santos Reis.

Já com a terceira edição no horizonte, os responsáveis de CIÊNCIAS e de FCiências.ID aproveitaram sessão de terça-feira para fazer o balanço dos cinco projetos que receberam financiamento em edições anteriores. Eis as breves descrições:

Patrícia de Pea Bermudez, professora de CIÊNCIAS, apresentou o projeto MedCex
Patrícia de Pea Bermudez, professora de CIÊNCIAS, apresentou o projeto MedCex 

MEDCEX

Projeto que recorreu a bases de dados de 2001 a 2023 para apurar padrões entre variáveis que estão na origem de eventos climáticos extremos. Sem perder de vista as ondas de calor e o vento, os investigadores mantiveram os incêndios como foco da investigação. Já se sabia que os fogos podem ter origem num conjunto de variáveis, mas o projeto refere ainda que cada variável pode assumir o protagonismo na origem dos incêndios à medida que ganha intensidade. O projeto, liderado por Patrícia de Zea Bermudez, recorreu ainda a probabilidades e estatísticas que permitiram identificar as variáveis associadas à ocorrência dos trágicos incêndios de 2003 e 2017. Entidades que participaram no MEDCEX: Centro de Estatística e Aplicações (CEAUL); Instituto Dom Luiz (IDL); e Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI).

Ana Margarida Fortes, professora de CIÊNCIAS
Ana Margarida Fortes, professora de CIÊNCIAS, deu a conhecer o projeto Microdrygrape

Microdrygrape

Projeto que estudou como é que a escassez de água afetou bactérias e fungos que vivem no solo e contribuem para a saúde da vinha. Para apurar os resultados, a equipa de Ana Margarida Fortes fez a análise genética dos micro-organismos em diferentes graus de hidratação e apurou indícios que levam a crer que são os efeitos climáticos – e não tanto a quantidade de água usada nas regas – que produzem maior impacto nas videiras. E isso poderá dever-se à microbiota que vive no solo. Além de pistas para o estudo da qualidade da uva e do vinho, o Microdrygrape prevê usar Inteligência Artificial. O objetivo passa pelo desenvolvimento de um “cocktail” de microorganismos que torne plantas mais resilientes em períodos de seca. Entidades que participaram no Microdrygrape: BioISI, Laboratório de Sistemas Informáticos de Grande Escala (LASIGE), Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c) e IDL; e ainda contributos do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV).

Helena Trindade, professora de CIÊNCIAS
Helena Trindade, professora de CIÊNCIAS, apresentou os trabalhos levados a cabo com o projeto Invasives

Invasives

Com o Invasives, a equipa de Helena Trindade analisou invasões biológicas com o objetivo de apurar características que levam plantas, aves, ou insetos exóticos a terem sucesso em novos habitats. O projeto analisou 38 espécies de plantas e/ou animais. Neste número, figuram 26 espécies que têm maior impacto nos habitats “invadidos”, e mais duas que podem ameaçar de extinção espécies autóctones. Não foi possível identificar as características de sucesso das espécies exóticas, mas no estudo da planta Acacia longifolia surgiram indicadores que poderão vir a ser explorados nos próximos tempos. Além de expandir o estudo para mais espécies, o projeto Invasives pretende alertar para os efeitos produzidos pelas espécies exóticas. Entidades que participaram no Invasives: cE3c; Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE); BioISI; IDL; Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM); Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT).

Andreia Valente, investigadora de CIÊNCIAS, explicou como uma ideia do Concurso Interno abriu caminho à criaçaõ de uma empresa
Andreia Valente, investigadora de CIÊNCIAS, explicou como uma ideia do Concurso Interno abriu caminho à criação de uma empresa

TaMuK

Projeto que tem em vista desenvolver uma terapia que inibe a proteína KRAS, que está associada a cancros especialmente agressivos que afetam pâncreas e intestinos, entre outros. Depois dos primeiros prémios ganhos fora do Campus de CIÊNCIAS, o projeto liderado pela investigadora Andreia Valente, haveria de evoluir para a constituição da empresa R-Nuucell e o pedido de patentes. Os testes realizados com animais apresentaram resultados animadores. Também no que toca à toxicidade, os primeiros indicadores são positivos. A solução da R-Nuucell só atua na proteína KRAS que está em mutação – mas produz efeito em todos os tipos de mutação, e nesse aspeto distingue-se da concorrência.  Principal centro de investigação envolvido no Lusoturf: Centro de Química Estrutural

Cristina Cruz, professora de CIÊNCIAS, deu a conhecer uma ideia de negócio que prevê criar relvados sintéticos mais saudáveis
Cristina Cruz, professora de CIÊNCIAS, deu a conhecer uma ideia de negócio que prevê criar relvados sintéticos mais saudáveis

Lusoturf

Projeto liderado por Cristina Cruz que pretende desenvolver um preenchimento alternativo ao granulado derivado de plástico que é hoje usado para replicar a consistência da relva natural, mas poderá ter efeitos cancerígenos. A solução passou pelo uso de um conjunto de fungos que podem ser usados como matéria-prima para produzir um granulado de preenchimento de relvados sintéticos que não tem efeitos nefastos para a saúde. O projeto abriu caminho à empresa Nutrivalley, e já despertou o interesse da Portugal Ventures. Principal centro de investigação envolvido no Lusoturf: cE3c.

Hugo Séneca - DCI CIÊNCIAS
hugoseneca@ciencias.ulisboa.pt

“Os ensinamentos adquiridos em Ciências estão na base das investigações que tenho desenvolvido, foi através deles que adquiri os conceitos e conhecimentos que me permitem desenvolver o estudo dos materiais. Por outro lado, a interação com diferentes áreas da Geologia permite absorver muita informação importante para a interpretação de muitos dos achados”, explica a investigadora Elisabete Malafaia.

Jean-Paul Montagner, Institut de Physique du Globe, Université Paris-Diderot, Paris, France

António Castelo, Aidnature

"Recordo-me sobretudo dos professores e da matéria que dava nas aulas. A minha pancada com evolução é forte e já nessa altura era. Ainda hoje nada me dá mais prazer do que aprender e compreender como funciona a vida na terra. Tive muito bons professores durante o curso e isso foi fundamental até quando, mais tarde, saí para fazer o mestrado em Inglaterra", conta o antigo aluno de Biologia de Ciências, António Castelo.

Expedição Aidnature

“Cada animal, cada comportamento é um desafio. O momento em que conseguimos a imagem de que estamos à espera e que imaginámos na nossa cabeça, é de uma adrenalina enorme, que contrasta com a paz que é estar horas no campo à espera”, declara António Castelo, antigo aluno do curso de Biologia de Ciências, agora biólogo na Aidnature.

 Nos dias 29 e 31 de outubro de 2014 realiza-se uma reunião em Heildelberg, na Alemanha, com o intuito de apresentar os 106 novos membros ao EMBO Council.

Ano Internacional da Cristalografia 2014

O Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa associa-se à comemoração do Ano Internacional da Cristalografia.

MATEMÁTICA E ENSINO

De acordo com o Despacho do Senhor Diretor da Faculdade, a eleição do Presidente do Departamento de Matemática terá lugar no próximo dia 30 de Maio.

Conferência no dia 16 de Maio, 11h30, anfiteatro 3.2.15, Edifício C3, FCUL, Campo Grande, Lisboa.

Marta Lourenço

Marta Lourenço, membro do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, da Secção Autónoma de História e Filosofia das Ciências e subdiretora do Museu Nacional de História Natural e da Ciência foi galardoada com a Medalha George Sarton pela Universidade de Gent.

Imagem de Octávio Pinto

O seminário integrado na disciplina de Agricultura e Florestas, do mestrado em Ecologia e Gestão Ambiental, realiza-se dia 7 de maio, pelas 11h15, no edifício C2, 2.º piso, sala 2.2.14.

Christoph Meyer

Christoph Meyer começou a trabalhar no Centro de Biologia Ambiental de Ciências, em fevereiro de 2009. A estadia em Ciências tem corrido bem.

Tectonics and Neotectonics of the western North America and Associated Hazards

Conferência no dia 29 de Maio, 12h00, sala 6.2.56, Edifício C6, FCUL, Campo Grande, Lisboa.

EuroGP2014

Stefano Ruberto, Leonardo Vanneschi, Mauro Castelli & Sara Silva foram distinguidos com o best paper award for EuroGP 2014, durante a "17th European Conference on Genetic Programming", ocorrida entre 23 e 25 de abril, em Granada, Espanha.

A Biblioteca do Conhecimento Online, celebra o seu 10.º Aniversário

“Nestas formações, ensina-se, entre outros aspetos, a detetar situações de paragem cardiorrespiratória precocemente, a saber ligar o 112 rapidamente, sabendo dizer o que é importante, e iniciar manobras básicas, como compressões torácicas para manter alguma circulação e oxigenação dos órgãos vitais até à chegada de ajuda”, explicou o formador do INEM, Rui Rebelo.

The biosphere-atmosphere interactions mediate the largest exchanges in the global carbon cycle. Understanding the role of climate and other environmental factors on the carbon cycle of terrestrial ecosystems is key for assessing vulnerabilities and future feedback into the climate system.

A reportagem multimédia “Sonhar com o futuro” inclui testemunhos de candidatos ao ensino superior e que participaram na edição do ano passado do Dia Aberto.

Carla Nunes, Maria M. M. Santos e Carlos Baleizão

Os desafios que os novos mecanismos de financiamento suscitam apelam à criação de equipas multidisciplinares e complementares que incrementem o impacto da investigação desenvolvida.

Com o objetivo de mostrar as funções, tarefas e responsabilidades do cientista, o Departamento de Química e Bioquímica, o Departamento de Biologia Vegetal  e o IBEB receberam nos seus laboratórios 12 alunos do 12.º ano do Colégio São João de Brito.

Imagem editada pelo DI

O project Lusica e a contribuição para a exposição Retro Computing no 

Pormenor do cartaz do Programa de Estímulo à Investigação 2013

Entre 1994 e 2013, a Fundação Calouste Gulbenkian atribuiu bolsas a 32 alunos da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa ao abrigo do Programa de Estímulo à Investigação. Na última edição Alexandra Symeonides e Sara Realista foram as felizes contempladas.

Alexandra Symeonides

“A Fundação Calouste Gulbenkian, com este incentivo, está a permitir-me começar uma atividade de investigação na área da análise estocástica mas, sobretudo, está a permitir-me ganhar bagagem para vir a explorar esta área em projetos a outros níveis”, reforça a investigadora do Grupo de Física Matemática da Universidade de Lisboa.

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