GRAVITY

“A missão aos telescópios foi cheia de emoções”

Investigador do CENTRA Ciências ULisboa e professor da FEUP mediu colunas de matéria das “estrelas bebé”

Pormenor da visão artística da observação da "estrela bebé"

A “estrela bebé” que foi estudada nesta observação (aqui um pormenor dessa visão artística) é umas das mais próximas do planeta Terra e encontra-se na constelação da Hidra, a maior constelação no céu visível no hemisfério Sul

Mark A. Garlick

Pela primeira vez foi possível observar como é que uma “estrela bebé” adquire massa até chegar à sua massa final. Arcos de campo magnético ligam a “estrela bebé” ao disco circundante e a massa flui.

Os resultados desta observação encontram-se publicados na revista Nature. O artigo “A measure of the size of the magnetospheric accretion region in TW Hydrae” resulta de uma colaboração no âmbito do GRAVITY, um instrumento desenvolvido por um consórcio internacional e do qual fazem parte os professores da Ciências ULisboa e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, integrados num dos grupos do Centro de Astrofísica e Gravitação (CENTRA) - António Amorim, Paulo Garcia e Mercedes Filho.

A equipa portuguesa participou na conceção, design, montagem, testes, casos científicos, verificação e implementação deste instrumento, bem como nos pipelines de análise dos dados, aspetos que permitiram esta observação.

Paulo Garcia
Paulo Garcia esteve no telescópio, no Observatório do Paranal, no Chile e mediu as colunas de matéria que formam as “estrelas bebé”
Imagem cedida por PG

Paulo Garcia também esteve no telescópio, no Observatório do Paranal, no Chile e mediu as colunas de matéria que formam as “estrelas bebé”. É nos discos circundantes que se formam planetas. “O nosso sistema solar passou por um processo semelhante há cinco mil milhões de anos”, conta Paulo Garcia acrescentando que “a missão aos telescópios foi cheia de emoções. Nas noites anteriores à medição as condições meteorológicas estavam complicadas. O pôr-do-sol era espetacular, mas não se conseguia medir. Na noite em que conseguimos foi uma enorme excitação detetar um sinal. À medida que o tempo passava e acumulávamos mais medições vimos que o sinal era mesmo real e que estava presente em vários telescópios ao mesmo tempo”.

A equipa responsável por esta observação reúne mais de 70 cientistas e espera agora continuar a observar os “berços e as estrelas bebés” com características distintas, com o intuito de compreender os mecanismos que determinam o estado final dessas estrelas.

A “estrela bebé” que foi estudada nesta observação é umas das mais próximas do planeta Terra e encontra-se na constelação da Hidra, a maior constelação no céu visível no hemisfério Sul.

Esta investigação recorreu à interferometria, uma tecnologia de medição que combina vários telescópios. “Na prática cria-se um supertelescópio cujo tamanho é da ordem das separações entre os telescópios. Este supertelescópio permite ver detalhes dezenas de vezes mais finos do que um telescópio isolado”, explica Mercedes Filho, acrescentando que “a participação portuguesa em projetos como o Gravity demonstra a nossa capacidade para contribuir para grandes projetos internacionais, tanto do ponto de vista científico, como também do ponto de vista de engenharia”.

Por sua vez, António Amorim, refere que este estudo parece indicar que o magnetismo estelar contribui para criar uma região que para a migração dos planetas e que futuras medições com o GRAVITY permitirão explorar esta questão em aberto. “O telescópio Kepler detetou uma enorme população de planetas muito perto da estrela central, em contraste com o sistema solar. Ainda não se sabe como esses planetas se acumularam nessa região”, conclui.

Ana Subtil Simões, Área de Comunicação e Imagem Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

O que são líquidos iónicos? Num dos primeiros programas do ano, o Com Ciência entrevistou o professor e investigador da FCUL, Carlos Nieto de Castro sobre esta classe de solventes.

Desenho de uma figura masculina

A data de lançamento do livro ainda não é pública, mas o evento deverá ocorrer brevemente, na Faculdade de Belas-Artes da UL.

Ontem evocou-se o Dia das Doenças Raras. A fibrose quística é um desses males incomuns. A investigação científica é importante em todos os setores, mas ganha especial sentido em áreas como esta.

Cerca de 20 professores de Ciências da Natureza e Ciências Naturais de nove concelhos portugueses participam na atividade promovida pelo MNHNC-UL a decorrer até abril.

Imagem de um folheto promocional

A FCUL volta a marcar presença no evento, juntamente com outras unidades orgânicas da UL.

Fotografia com pontos de interrogação

Alunos finalistas aconselham Engenharia da Energia e do Ambiente. Testemunhos de Guilherme Gaspar e Ricardo Leandro.

Fotografia de mesa com cinco pessoas sentadas, na Reitoria da UL

A rede pretende formalizar colégios doutorais em áreas transversais. Opinião de Maria Amélia Martins-Loução.

Fotografia de pessoas sentadas num dos anfiteatros da FCUL

A iniciativa acontece a 17 de março e é organizada pelos Departamentos de Física e de Informática.

Fotografia de Dois voluntários, sentados junto a uma banca no átrio do C5

Em fevereiro estão abertas inscrições para a admissão de novos voluntários.

A FCUL participa em "Programa de Estudos Avançados" com mais quatro instituições universitárias portuguesas e brasileiras.

Vale a pena recordar a iniciativa do Gabinete de Mobilidade, Estágios e Inserção Profissional da FCUL.

Fotografia de alunos a andarem, junto ao C8

A primeira edição do curso realiza-se já em 2012.

Outra forma de fazer turismo.

Artigo de investigadores do CeGUL e docentes do GeoFCUL no Top 25.Artigo de investigadores do CeGUL e docentes do GeoFCUL no Top 25

O Encontro decorreu em Junho no GeoFCUL.

Páginas