À conversa com João Pires da Silva

João Pires da Silva foi aluno de Química em Ciências e "gostou imenso". Aqui viveu "muito bons anos e muito bem passados". Interessou-se pela Química de superfícies e pela adsorção. A licenciatura era cinco anos e o estágio de um ano era passado sobretudo no laboratório. A professora Manuela Brotas, sua orientadora, catalisou-o para a área. Após o mestrado em processos catalíticos, estudou no doutoramento materiais porosos, nomeadamente os zeólitos, usados para diminuir o uso de fosfatos nos detergentes. João Pires da Silva dá aulas há mais de 30 anos. Parte dos dias são passados a preparar aulas e a resolver problemas. Na sua opinião a componente laboratorial dos cursos de Ciências é algo a preservar e uma das melhores formas de avaliar os alunos. Diz que o seu "dia-a-dia não tem nada de extraordinário", mas o seu nome está associado a nove patentes. Em 2017 fez parte da equipa que alcançou o primeiro prémio do programa ScienceIN2Business com a tecnologia Delox/dryup. Em 2016 recebeu uma menção honrosa no âmbito do prémio científico ULisboa/Caixa Geral de Depósitos na área de Química, Engenharia Química e Engenharia Farmacêutica. João Pires da Silva quando olha para trás recorda "um bom caminho" e ainda que por natureza não seja otimista acredita num futuro melhor, mediante um equilíbrio entre as "traves mestras, a investigação estabelecida, essencial para amortecer os altos e baixos de certas modas que vão aparecendo."

"O que mais gosto nesta área é a sua interdisciplinaridade... Poder trabalhar com pessoas de catálise e de desenvolvimento de materiais. Poder, agora, nos anos mais recentes, evoluir para questões de aplicação a nível farmacêutico, tudo isso à base dos materiais porosos. É esta interdisciplinaridade e esta variedade de trabalho, entre diferentes áreas, pessoas e formas de pensar..."
João Pires da Silva

 

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