Prémio Científico ULisboa/CGD 2019 – Menção Honrosa: Ícaro Dias da Silva

“Os depósitos de massa paleozoicos são uma janela de informação para compreender estes fenómenos na atualidade”

ferramenta de saída de campo

O trabalho de Ícaro Dias da Silva é coletar e integrar dados de campo e de laboratório, usando técnicas clássicas e modernas

Imagem cedida por IDS
Ícaro Dias da Silva
Ìcaro Dias da Silva

Ícaro Dias da Silva, investigador do grupo RG3 - Solid Earth dynamics, hazards and resources do Instituto Dom Luiz, recebeu uma menção honrosa na última edição (2019) dos Prémios Científicos ULisboa / Caixa Geral de Depósitos.

Na sua opinião esta distinção representa a valorização do árduo trabalho de investigação de investigadores nacionais e estrangeiros com quem tem tido o prazer de se cruzar, considerando a iniciativa importante, já que incentiva o avanço da ciência e distingue personalidades nas diferentes áreas do conhecimento científico.

“O prémio é individual, mas o trabalho representa um esforço conjunto, em que muitos dos que colaboram comigo levam muitos anos de caminho traçado”, diz, acrescentando que sente uma responsabilidade acrescida: “Esta menção honrosa dá-me força para prosseguir com resiliência e vontade de continuar a investigar no campo das geociências. Dá me motivação para seguir no campo da investigação da evolução de cadeias de montanhas, perceber o seu papel no passado e desvelar os seus segredos que são a chave para entender os eventos geológicos atuais. Dá me motivação para continuar a melhorar cientificamente aumentando assim o conhecimento dentro e fora da comunidade das geociências”.

Ícaro Dias da Silva estuda a geodinâmica das margens continentais relacionadas com a abertura e fecho de oceanos no Paleozoico, em concreto sobre a evolução continental do planeta Terra que culminou na formação do Supercontinente Pangeia no Carbónico Superior, há aproximadamente 300 milhões de anos (Ma). Um dos segmentos mais interessantes para estudar estes fenómenos encontra-se na Península Ibérica, em concreto no seu extremo W, desde a região da Galiza até ao Algarve. Nesta região estão registadas evidencias de uma evolução geológica complexa que envolve a formação de duas cadeias de montanhas e um oceano num período compreendido entre o Ediacariano (560 Ma) e o Carbónico superior (300 Ma). No seguimento da formação da cadeia de montanhas Cadomiana há 560 Ma, o supercontinente então formado fragmentou-se em diferentes massas continentais entre as quais se destaca Gondwana, que inclui a Europa do Sul, África e América do Sul. Na Península Ibérica estão representados diferentes sectores da margem Norte de Gondwana que mostram a evolução do oceano Rheic desde o Câmbrico inferior ao Devónico Inferior (540-400 Ma). O fim da expansão oceânica levou a uma nova convergência dos continentes Gondwana e Laurussia no Devónico Inferior a Médio, produzindo a eliminação quase completa deste oceano e levou à colisão continental que gerou o Supercontinente Pangeia e a cadeia de montanhas Varisca no Devónico Superior-Carbónico superior.

Ícaro Dias da Silva licenciou-se em 2004 em Geologia pela Ciências ULisboa. Em 2013 conclui o doutoramento em Geologia pela Universidad de Salamanca. É autor de diversos artigos internacionais, capítulos de livros e tem participado em diferentes congressos nacionais e internacionais, participando também como editor espacial para a revista Solid Earth e como revisor em diferentes revistas internacionais.

Ícaro Dias da Silva continua a colaborar com investigadores de diferentes instituições europeias desde a sua formação doutoral na Universidad de Salamanca e no Instituto Geológico y Minero de España. O seu principal trabalho de investigação consiste na realização de cartografia geológica para identificar a estrutura geológica Varisca e as unidades geológicas que a define. O seu trabalho é coletar e integrar dados de campo e de laboratório, usando técnicas clássicas e modernas, para compreender a evolução da margem do continente Gondwana no período Paleozoico, ajudando assim a compreender melhor a evolução das margens continentais atuais, desde os processos iniciais de rifting até aos fenómenos de colisão que originam cadeias de montanhas de escala continental.

Ícaro Dias da Silva pretende modelar a paleogeografia da cadeia de montanhas Varisca, desde o Devónico ao Carbónico superior. “Teremos especial atenção para a evolução das bacias sedimentares que se formaram durante o processo de colisão continental Varisco, as quais já deram ótimos resultados do ponto de vista da identificação de possíveis zonas emersas e submersas assim como da variação topográfica através do tempo e ao longo da cadeia de montanhas”, conta.

Recorde as Conversas à volta do crú e do cozido com Ícaro Dias da Silva.

Ícaro Dias da Silva considera fulcral a recente identificação de grandes depósitos de massa em quase todas as bacias marinhas variscas conhecidas até ao momento, os quais estão associados a grandes desprendimentos de rocha e sedimento pouco consolidado despoletados por fenómenos sísmicos na margem de Gondwana no Paleozoico Superior. À semelhança do que ocorre nas margens atuais, podem ter gerado fenómenos catastróficos como maremotos. “Os depósitos de massa paleozoicos são uma janela de informação que deverá ser estudada para compreender estes fenómenos na atualidade, que por se encontrarem nos fundos dos oceanos, são de difícil alcance e de dispendiosa observação, apenas analisados direta e indiretamente com técnicas modernas de oceanografia e geofísica marinha”, conclui.

Ana Subtil Simões, Área Comunicação e Imagem Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

Aula abordou temas de paleontologia e geologia   

Selecionados para as bolsas da Gulbenkian de 2025

Apoios financeiros abrangem nove alunos de Ciências ULisboa 

revista IMPROP

A IMPROP sempre foi uma revista irreverente produzida por estudantes – e é assim que o mais recente número deste histórico título começa a ser distribuído esta quarta feira pela comunidade académica.

Prémio de empreendedorismo da ULisboa

Universidade de Lisboa distinguida durante Web Summit

Investigador distinguido pelo trabalho nas ciências da separação

Fotografia de exposição do Museu de História Natural

Exposição patente no Museu Nacional de História Natural e da Ciência 

Reitoria da Universidade de Lisboa

Mais de 170 spinouts identificadas em novo relatório

Miguel Pinto, Cristina Lopes, Luís Carriço, Cristina Máguas e Ana Sofia Reboleira.

CIÊNCIAS e a Sociedade Portuguesa de Espeleologia assinaram um protocolo de cooperação.

Ranking coloca Universidade de Lisboa na 139ª posição mundial

Placa do prémio Jack Riordan & Paul Quinton CF Science Award 2025

Investigador recebe o Jack Riordan & Paul Quinton Cystic Fibrosis Science Award 2025

Nuno Araújo

Nuno Araújo é um dos líderes do Projeto RODIN

Sala Inclusiva está em funcionamento na Biblioteca do edifício C4

Parceria envolve Departamento de Ciências Matemáticas e Sociedade Portuguesa de Oncologia

Rita Eusébio e Ana Sofia Reboleira, nos laboratórios de Ciências ULisboa

Nova espécie descoberta no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros

Cristina Branquinho, professora de CIÊNCIAS

Documento redigido em Manaus vai ser apresentado na Conferência das Nações Unidas

david macdonald dia da investigação

Investigador da Universidade de Oxford foi o convidado especial do Dia da Investigação e da Inovação

Margarida Santos-Reis no dia da Investigação e Inovação

Professora de CIÊNCIAS homenageada no Dia da Investigação e da Inovação

Passeio da Ciência

Novo Passeio da Ciência dá a conhecer centros de investigação e infraestruturas científicas

Nuno Garcia dos Santos durante a sessão

O Dia da Investigação e da Inovação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS) arrancou na manhã desta quarta-feira com uma sala bem concorrida de professores, cientistas e

observatório newathena

Nuno Covas lidera simulações relacionadas com o observatório NewAthena  

Palestra no Grande auditório de CIÊNCIAS

Núcleo de estudantes trouxe especialistas para ciclo de palestras 

salas de estudo

Evento da aliança Unite! teve lugar na Finlândia

Páginas