Cancelamento motivado pela aplicação do plano de contingência da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, na sequência das orientações da Direção-Geral de Saúde e das recomendações por parte da Reitoria da Universidade de Lisboa, relativamente ao novo Coronavírus (COVID-19).
Mais informações: https://ciencias.ulisboa.pt/pt/saude.
O 2.º Encontro de Comunicação em Ciência(s) conta com apresentações de João Retrê (IAstro) e Pedro Russo (Universidade de Leiden). Em discussão, sob o título Viver a Astronomia - Futuros Cientistas a Comunicar Ciência, estarão temas como a importância da comunicação de ciência no contexto da investigação e do estímulo do desenvolvimento de capacidades de comunicação nos jovens e/ou futuros investigadores. Na sessão estará também em análise a nem sempre fácil relação entre investigadores e público, explorando-se alguns maiores desafios atuais da comunicação de ciência.
Inscrições
Os Encontros de Comunicação em Ciência(s) realizam-se de dois em dois meses e são a primeira manifestação da Comunidade de Comunicadores de Ciências da Faculdade de Ciências.
Modelo proposto: duas apresentações curtas de 15 minutos (uma pessoa da estrutura FCUL + 1 um convidado do exterior) seguidas de 30 minutos discussão sobre os temas apresentados.
Público-alvo: profissionais de comunicação, comunicadores, investigadores, interessados em comunicação de ciência, em especial da comunidade Ciências ULisboa.
Futuros Cientistas a Comunicar Ciência
João Retrê (Coordenador do Grupo de Comunicação de Ciência / Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa).
Existe a necessidade de um número crescente de pessoas motivadas, que sejam capazes de estabelecer uma ponte entre a investigação e o público, com uma forte componente científica e capacidade de comunicação. Investir e desenvolver estas caraterísticas em estudantes de ciência e futuros investigadores é essencial. Nesta contribuição, falaremos de um programa (Viver Astronomia) que procura sublinhar, desde a formação académica inicial, a importância da comunicação de ciência no contexto da investigação e estimular o desenvolvimento de capacidades de comunicação. Tendo sido inicialmente projetado para estudantes do primeiro ciclo do ensino superior, atualmente conta também com a participação de estudantes de ensino secundário, de mestrado e de doutoramento. Para além destes estudantes, estão também envolvidos membros da comunidade. O projeto teve início em 2009 com 14 estudantes do curso de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Atualmente, passados mais de 10 anos desde a sua criação, conta com a participação ativa de mais de 50 estudantes de diversas áreas do conhecimento, faculdades e universidades. Com uma média atual de adesão de 2 estudantes por mês, foram já mais de 500 estudantes que passaram pelo programa.
Os Investigadores e o Público: É complicado
Pedro Russo (Astronomy & Society Group Coordinator / Leiden Observatory Leiden University, the Netherlands).
De acordo com o Índice Anual de Veracidade do Ipsos MORI (2017), a profissão de investigador está no topo das mais confiáveis no Reino Unido, recolhendo os cientistas 83% de confiança. Paralelamente, regista-se um crescimento dos movimentos anti-ciência, desde os negacionistas das alterações climáticas até aos movimentos anti-vacinação.
Um grande volume de atenção e de recursos transfere-se para a compreensão da forma como os cientistas podem melhorar a acessibilidade e partilha da informação científica. Sendo esses esforços importantes, não podem ser o único foco para atingir alguns dos atuais desafios da comunicação de ciência. O crescimento dos movimentos anti-ciência está profundamente ligado a mudanças estruturais na política económica da tecnologia e da comunicação.
Compreender as consequências dessas mudanças e o porquê de terem ocorrido é imperativo para encontrarmos novas abordagens para envolver o público com a ciência. Nesta conversa, o autor analisará a atual relação entre investigadores e público, assim como algumas potenciais estratégias da comunicação de ciência para melhorar esta (complicada) relação.