Conferência com Luís Miguel Carolino (CIES - ISCTE-IUL) e Cristina Luís (CHANGE & CE3C - CIÊNCIAS ULisboa).

Os eclipses constituem momentos em que um fenómeno físico-natural se impõe na atenção das sociedades. Têm uma forte presença cultural ao nível visual, metafórico e das mitologias, ainda que os significados sejam distintos de contexto para contexto.
A 28 de março de 1900 ocorreu um eclipse solar total, cuja totalidade foi visível na zona norte de Portugal. Este acontecimento foi antecipado com expectativa e recebido com grande entusiasmo, tendo-se tornado, para além de um acontecimento científico, um evento social. Estima-se que se terão deslocado 25 000 pessoas até Ovar e Viseu. Frederico Thomas Oom (1864-1930), era o Subdiretor do Real Observatório Astronómico de Lisboa e foi incansável nos esforços de divulgação do acontecimento junto dos seus pares internacionais e na criação de condições para que Portugal se tornasse a opção mais atrativa para a destino de tantas expedições astronómicas quanto possível.
Já em 1919, a 29 de maio, teve lugar outro eclipse solar total, talvez o mais célebre de todos os eclipses. Foram organizadas duas expedições britânicas que observaram este eclipse em Sobral, Brasil, e na Ilha do Príncipe, então parte do Império Colonial Português. Através destas observações foi demonstrada a deflexão da luz, um dos efeitos previstos pela teoria da relatividade de Albert Einstein. O projeto E3GLOBAL propõe-se escrever a primeira história global do eclipse total do Sol de 1919, incidindo a sua atenção nas viagens das duas expedições astronómicas britânicas que forneceram provas decisivas em apoio da teoria de Einstein.
Em colaboração com o CNC - Centro Nacional de Cultura, o CIUHCT - Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia organiza um ciclo de quatro conferências de entrada livre.






















