Por Inês Campos (cE3c/FCUL).
A “cidadania energética” remete-nos para a ideia de que os cidadãos não são meros agentes passivos no processo de transição, mas sim corresponsáveis por uma resposta coletiva face a problemas como as alterações climáticas, a necessidade de não só reduzir emissões, mas também consumos, bem como aspetos de equidade e justiça, incluindo o combate à pobreza energética. Enquanto agentes ativas, as cidadãs e cidadãos desenvolvem, um pouco por toda a Europa, projetos coletivos, desde serviços comunitários de literacia energética a cooperativas e comunidades de energia renovável. As pessoas deixam de ser consumidoras passivas, para influenciarem ativamente novas tecnologias, novas trajetórias de inovação, estando, por vezes, envolvidas politicamente no processo da transição, quer como utilizadores, como prosumers ou em movimentos de protesto ou apoio. Estas dinâmicas devem ser integradas nos novos modelos e no desenvolvimento de tecnologias e ferramentas para digitalização do sistema energético. A fim de abordar este tema, o seminário vai trazer exemplos de várias iniciativas lideradas por cidadãos na Europa, caracterizando-as e analisando as suas ligações com diversos movimentos sociais.