Ciências além-fronteiras: de Lisboa até às ilhas “leve leve”

À conversa com Ricardo Lima

Ricardo Lima investiga em São Tomé e Príncipe

"Desde 2015 já levei 11 alunos de mestrados a fazer trabalho de campo em São Tomé e Príncipe, dois dos quais são hoje alunos de doutoramento e que continuam a trabalhar nas ilhas"

Ricardo Lima

Ricardo Lima é investigador do Tropical and Mediterranean Biodiversity research group do Centre for Ecology, Evolution and Environmental Changes (cE3c) e o seu trabalho de investigação foca-se no estudo do impacto das atividades humanas na biodiversidade endémica das ilhas de São Tomé e Príncipe.

A primeira viagem até às ilhas verdes - onde impera o lema “leve leve” -, aconteceu há 12 anos. Desde aí, a aprendizagem tem sido contínua, assim como as descobertas.

Outros estudantes e investigadores da Faculdade voaram e continuam a voar até lá, para vivenciar o fascínio das florestas tropicais com espécies únicas e muitos mistérios por revelar.

No vídeo, fique a conhecer o seu trabalho. Na entrevista, saiba mais sobre a história de quem aterrou em São Tomé e Príncipe para valorizar o riquíssimo património natural destas ilhas e que mantém a vontade de voltar.  Casa, é assim que lhes chama.

O Ricardo Lima foi nosso aluno de licenciatura, pós-graduação e pós-doutoramento. O que o fez optar, mais do que uma vez, pela Faculdade?

Ricardo Lima (RL) - Quando optei por fazer a licenciatura em Biologia segui as referências que tinha na altura, que eram a da excelência no ensino e a de me oferecer a possibilidade de me especializar em Biologia Ambiental Terrestre, que na altura já era a área dentro da Biologia que me interessava em particular.

Para além dos rankings oficiais, que estão disponíveis a todos os alunos, também tinha as boas referências de muitos dos meus professores do secundário que também tinham tirado o seu curso nesta faculdade. Posteriormente optei por fazer a pós-graduação e o pós-doutoramento na mesma instituição, porque tomei conhecimento da investigação que aqui era feita, e porque me permitiu continuar a aprofundar as questões de ecologia e conservação que moviam o meu interesse científico.

Entre o conjunto de ensinamentos aqui adquiridos, quais julga serem os que se destacam e o fazem distinguir enquanto profissional na área da Biologia?

RL - Definitivamente a vontade de saber sempre mais e fazer sempre melhor. Esse é o motor do meu trabalho, e todas as outras ferramentas que fui adquirindo, por muito essenciais que possam ser, são acessórias em relação a esta motivação primordial.

Uma memória que ainda hoje o faz sorrir dos tempos de estudante?

RL - Ainda este fim de semana estive com a primeira colega de curso que conheci quando estava numa escadaria do C2 para me inscrever no curso de licenciatura. Vai fazer no próximo ano 20 anos desde esse dia, mas até hoje não me esqueço de muitos desses primeiros dias e mantenho muitas das amizades criadas nesses tempos.

Como surgiu a oportunidade de fazer parte do grupo cE3c?

RL - Na semana a seguir a ter submetido a minha tese de doutoramento em Lancaster, em Inglaterra, havia um concurso da Fundação para a Ciência e a Tecnologia aberto para bolsas de pós-doutoramento.

Acabado de regressar a Portugal, ainda a tentar recuperar do esforço final de submissão da tese, decidi que não podia deixar passar a oportunidade, e que queria continuar a trabalhar em São Tomé e Príncipe, mas desta vez preferencialmente a partir de Portugal. Falei com o professor Jorge Palmeirim, que me deu um apoio vital nesse sentido, e que também nutre um carinho especial pelas ilhas.

Aliás, nessa altura tinha acabado de estar lá alguns meses. Tive a sorte de conseguir a bolsa, mesmo apesar do pouco tempo que tive para preparar a candidatura, e passado apenas meio ano de ter submetido a tese de doutoramento comecei a minha posição como pós-doutorado no Centro, nessa altura ainda sobre a designação de Centro de Biologia Ambiental.

O que significa para si fazer parte deste centro, desta equipa de trabalho?

RL - Para mim tem significado a liberdade de conseguir trabalhar sobre os temas que mais me motivam, Ecologia e Conservação, num lugar que me é cada vez mais especial, as ilhas de São Tomé e Príncipe. 

São Tomé e Príncipe… Como foi aterrar, explorar e descobrir (n)esta terra verde?

RL - Foi uma aventura desde o início. Apesar de ter pesquisado muito sobre o país e de ter falado com muitas pessoas que o conheciam bem antes de ter decidido que me queria dedicar a essas ilhas, só as visitei pela primeira vez já depois de ter conseguido uma bolsa de doutoramento para dedicar quatro anos da minha vida a aprender mais sobre a sua biodiversidade única.

Estranhamente, desde que aterrei nessa terra verde que me senti em casa, muito graças a ter tido o privilégio de a ter visitado pela primeira vez na companhia da Mariana Carvalho e do Ricardo Rocha, ambos antigos alunos da Faculdade associados ao cE3c, mas também sem dúvida graças ao espírito acolhedor do povo santomense. E depois, é claro, o fascínio por descobrir as florestas tropicais de ambas as ilhas, cheias de espécies únicas e de mistérios por revelar. Até hoje, apesar de já saber muito mais sobre estes ecossistemas, não há nenhuma visita ao Obô (nome local dado à floresta nativa) que não volte a aguçar o meu apetite por aprender um pouco mais.

Quantos alunos de Ciências ULisboa já se juntaram à equipa e voaram até São Tomé e Príncipe?

RL - Desde 2015 já levei 11 alunos de mestrados a fazer trabalho de campo em São Tomé e Príncipe, dois dos quais são hoje alunos de doutoramento e que continuam a trabalhar nas ilhas. Se tudo correr bem, este ano vou levar mais um dos nossos alunos até às ilhas do “leve leve”.

Como se sente ao chegar? E ao partir?

RL - Passados 12 anos desde a primeira vez que visitei São Tomé e Príncipe, chegar é como regressar à minha outra casa e é difícil não partir logo com um pouco de saudades duma terra fantástica, onde tenho neste momento muitas das minhas amizades e das minhas lembranças mais fortes dos últimos anos. Este ano tristemente a partida foi particularmente complicada, porque foi já nas incertezas criadas pela pandemia, na semana em que gravei as imagens para esta entrevista. Mas apesar da situação, continuo a fazer planos para poder chegar mais uma vez, sobretudo numa altura tão complicada e em que a presença continuada dos investigadores pode fazer mais diferença para que os santomenses continuem a valorizar o riquíssimo património natural das suas ilhas.

O mais fascinante do seu trabalho é…?

RL - O desafio constante, o conseguir todos os dias aprender algo novo. E mais recentemente, o ter assumido o papel de orientador, que é um pouco passar para o outro lado do sistema do ensino, e mesmo assim continuar a aprender todos os dias, com o desafio acrescido de ter que ensinar e inspirar uma nova geração de biólogos.

Que conselho tem para os nossos estudantes e investigadores de Biologia?

RL - Desde que entrei para a licenciatura em Biologia que me disseram que era complicado seguir uma carreira nesta área. É bem verdade, mas não é impossível e se há algo de que não me arrependo foi em ter seguido este sonho de estudar Biologia. Nestes tempos de incertezas, se há algo que faz sentido é persistirmos numa profissão que nos satisfaz.

Raquel Salgueira Póvoas, Área de Comunicação e Imagem Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Circo Matemático

“O objetivo do Circo é mostrar que é possível utilizar resultados matemáticos para produzir resultados espetaculares e para divertir e motivar as pessoas”, explicou o professor da FCUL, Pedro Freitas.

Temos sido pioneiros de muito boas práticas no ensino superior. Uma excelente escola e nós, que cá estamos, sabemos isso. E os alunos também. Os que cá estão e os que já cá estiveram. Mas hoje não chega. Temos que saber responder aos desafios e temos que exportar as nossas mais-valias.

Inscrições 2013/2014

Atualmente estudam na FCUL mais de cinco mil alunos, a maioria conhece bem os cantos da casa centenária, outros nem tanto, por isso é especialmente importante o acolhimento dado durante o arranque do ano letivo, que o digam a Catarina, a Leonor e o Ricardo!

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Num planeta com mais de 7000 milhões de pessoas, vão ser necessárias quantidades enormes de alguns recursos naturais que começam a escassear. Chegará em breve a era da mineração submarina? Existe tecnologia adequada? Será possível a mineração em condições de preservar a diversidade natural dos ecossistemas marinhos?

Ana Bastos

Através de diversas atividades práticas vamos aprender qual o papel do sol na dinâmica da atmosfera e do oceano, qual a importância dos oceanos, das calotes polares e da vegetação, como se formam as nuvens e os sistemas meteorológicos, e como funciona o ciclo da água.

Foi a 26 de Outubro que se realizou a Maratona Inter-Universitária de Programação, 2013, (MIUP2013).

Uma das surpresas do Dia Internacional passa pela exposição do concurso de fotografia lançado recentemente e alusivo ao tema “Mobilidade Internacional”.

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Atualmente, para além do “básico” lápis de grafite com que todos ainda escrevemos, até o desenvolvimento dos carros híbridos está dependente da evolução e extração dos recursos da nossa “casa”.

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Como é que são gerados os tremores de Terra? E os tsunamis? Como é que nós reconhecemos no terreno a existência de tsunamis antigos? Porque é que na Nazaré vemos ondas tão grandes? Todos estes fenómenos são o reflexo de um enorme dinamismo do nosso planeta.

SCOPUS é também uma ferramenta para estudos bibliométricos e avaliações de produção científica.

Na cobertura dos edifícios da Universidade de Lisboa foi recentemente instalada a maior central fotovoltaica da cidade de Lisboa. Para além da bela vista sobre o Jardim do Campo Grande, vamos poder apreciar os desafios e o potencial dos telhados urbanos para produção de eletricidade solar.

A empresa SISCOG – Sistemas Cognitivos, SA, procura candidato para integrar a sua equipa.

J. A. Quartau

Na verdade, considerando apenas as abelhas, se estas fossem recompensadas pelo seu trabalho na polinização dos pomares e de outras plantas cultivadas, teríamos que lhes pagar como fatura anual global pelo menos setenta mil milhões de euros, a que seria ainda necessário adicionar várias centenas de milhões pelos lucros adicionais com a produção de mel e de cera.

Livre acesso a trabalhos dos cientistas laureados com o Prémio Nobel 2013

Palmira Carvalho, Raquel Barata e David Felismino

O Jardim Botânico deve, mais do que nunca e no futuro, ser encarado como um espaço de coesão urbana, fundamental e complementar ao espaço edificado e à sua articulação com a envolvente, em termos ecológicos, estéticos, culturais, históricos, sociais e económicos.

As aulas de Projeto Empresarial começam em fevereiro de 2014. Enquanto o 2.º semestre não chega, a FCUL desafia os alunos a testarem ideias no passatempo do Tec Labs Centro de Inovação da FCUL e quem sabe participar na 2.ª edição do YA Bootcamp.

8 de Novembro no GeoFCUL. Campo Grande, Lisboa.

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Para comemorar o seu aniversário, o IDL organizou uma pequena exposição com o título “160 anos do IDL: 150 anos do Observatório” a decorrer até ao dia 22 de novembro, no hall do edifício C6 da FCUL.

É fundamental que cada jovem se assuma como gestor da própria carreira, devendo ser dinâmico e proativo no que toca à sua inserção profissional.

Dynamics of calcite cementation

Conferência dia 14 de Novembro, 16h00, sala 6.1.36, C6, FCUL, Campo Grande, Lisboa.

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Para pesquisa de ofertas de emprego na área de Estatística consultar site:www.statjob.com

 

Nos termos previstos no Regulamento das Bolsas de Investigação do IHMT, informa-se que se encontra publicitado nos sites da FCT e do IHMT, o Edital do concurso para atribuição de uma

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