Opinião

É imperativo fomentar relações saudáveis entre jornalistas e cientistas

Sala com microfone

O jornalismo científico tem o dever de tornar a mensagem científica compreensível para o público leigo. Jornalistas e cientistas têm o dever cívico de contribuir para a qualidade da informação

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Ana Subtil Simões
Ana Subtil Simões
Fonte ACI Ciências ULisboa

O jornalismo científico é uma especialização da profissão jornalística, cujas características passam pela universalidade, periodicidade, atualidade e difusão. Não se trata de divulgação científica embora esteja muito próxima desta atividade.

A notícia é a essência do jornalismo e a verdade deve ser a sua qualidade predominante, ainda que não haja verdades absolutas. Por isso mesmo um dos objetivos do jornalismo é atingir a máxima objetividade, ainda que a subjetividade esteja sempre presente, como no caso da reportagem em que há inevitavelmente uma leitura pessoal dos acontecimentos.

O jornalismo, e qualquer das suas especializações, tem um estilo próprio e uma linguagem que difere consoante o meio de difusão: imprensa, rádio, televisão e digital. Por isso, é importante o jornalista adaptar o estilo ao género e atender ao espaço/tempo que tem para escrever/falar. Ainda assim, o seu vocabulário em qualquer dos meios utilizado deve ser simples. As frases devem ser curtas, claras, concretas e concisas, bem pontuadas, com afirmações no presente, sempre que possível, usando substantivos em detrimento dos adjetivos.

O caminho para conquistar públicos não familiarizados com a ciência passa por contar boas histórias, com descobertas e personagens.

O que realmente interessa no jornalismo, e em qualquer das suas especializações, nomeadamente o jornalismo científico, é a novidade e o caminho para conquistar públicos não familiarizados com a ciência passa por contar boas histórias, com descobertas e personagens, daí que seja muito importante escolher o eixo da notícia e determinar a mensagem que se pretende que o leitor/ouvinte/espetador retenha, recorrendo muitas vezes a exemplos ou até metáforas para explicar conceitos científicos complexos.

É muito importante conhecer o público: saber para quem se escreve/fala, que mensagem se deseja transmitir, quantos leitores vão ler/ouvir/ver. Também é fundamental aferir a idoneidade e a credibilidade das fontes de informação.

As fontes que promovem mitos; manipulam a opinião pública através da sobrevalorização de acontecimentos sem importância; organizam factos isolados ou meias verdades; relacionam factos que nada têm a ver uns com os outros, sugerindo conclusões pré-fabricadas; analisam exageradamente ou sem fundamento visando o condicionamento de decisões futuras; e orientam tomadas de posição visando os próprios interesses devem ser naturalmente rejeitadas.

Os jornalistas devem procurar estabelecer uma relação empática e de confiança com as suas fontes e vice-versa. Nunca é demais demonstrar interesse e preocupação, colocando-nos na posição do outro. Esta relação deve assentar em princípios como o cuidado, o compromisso, a consistência, a coerência e a clareza.

Antes de uma entrevista, o jornalista deve estudar o tema central da conversa e documentar-se sobre o entrevistado. Igualmente importante é dar-lhe a palavra com o intuito de o ouvir, interrompendo-o apenas quando foge ao tema.

Em jornalismo fazem-se várias perguntas e algumas questões são indispensáveis. Em qualquer dos géneros jornalísticos, o jornalista é alguém que procura respostas informativas e que escreve/fala dominado pelo tempo e pelo espaço, colocando a ênfase do texto na eficácia, rejeitando afirmações que esquecem o essencial em benefício do acessório e ainda que possa tentar explicar o acontecimento, nunca deve interpretá-lo, orientá-lo.

O público tem o direito de conhecer o processo contínuo da ciência de forma simples e com interesse humano.

Quando os cientistas são convidados para entrevistas devem ser seletivos nas mensagens que pretendem veicular adequando-as às audiências. Devem reportar-se de forma simples e humilde a factos confirmados, respondendo calmamente às questões essenciais.

O entrevistado pode reconhecer que não dispõe de dados suficientes e por essa razão não responder a determinadas perguntas, comprometendo-se sempre que necessário a esclarecimentos posteriores. Quando as perguntas são delicadas, a opção passa por repetir a mensagem-chave que se pretende transmitir.

Muitos cientistas por não conhecerem o processo jornalístico hesitam no contacto com os jornalistas. É imperativo fomentar relações saudáveis entre jornalistas e cientistas. O público tem o direito de conhecer o processo contínuo da ciência de forma simples e com interesse humano. Os benefícios para a comunidade académica e científica desta visibilidade dos mass media são muitos, mas o mais expressivo é garantir o apoio social, político e económico e sensibilizar possíveis financiadores para a importância da atividade científica.

O jornalismo científico tem a responsabilidade de tornar a mensagem científica compreensível para o público leigo. Jornalistas e cientistas têm o dever cívico de contribuir para a qualidade da informação.

Ana Subtil Simões, Área Comunicação e Imagem Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

Apesar de já existir há dois anos e meio, e como há sempre novos funcionários/Docentes a entrar, vimos por este meio divulgar mais uma vez o Sistema de Impressão FCUL para funcionários/Docentes da FCUL.

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Perspectivas e oportunidades num dos grandes problemas científicos deste século

Medalha internacional de História das Ciências, Marta Lourenço

Ana Eiró, Fernando Bragança Gil, Maria Alzira Ferreira, Luís Mendes Vítor, Virgílio Meira Soares, Fernando Catarino, Fernando Parente, Noémio Marques, Galopim de Carvalho, são algumas das individualidades de Ciências que Marta Lourenço recorda, em jeito de agradecimento, pelos ensinamentos transmitidos.

A iniciativa existe desde 2008. “Um pequeno Roteiro pela Energia Solar Fotovoltaica na Faculdade de Ciências” inclui visitas guiadas ao Campus Solar e à central de mini geração fotovoltaica nos telhados da Faculdade de Ciências, e ainda a palestra “A revolução solar vem aí!”, proferida pelo professor António Vallêra.

“Os ensinamentos adquiridos em Ciências estão na base das investigações que tenho desenvolvido, foi através deles que adquiri os conceitos e conhecimentos que me permitem desenvolver o estudo dos materiais. Por outro lado, a interação com diferentes áreas da Geologia permite absorver muita informação importante para a interpretação de muitos dos achados”, explica a investigadora Elisabete Malafaia.

Jean-Paul Montagner, Institut de Physique du Globe, Université Paris-Diderot, Paris, France

António Castelo, Aidnature

"Recordo-me sobretudo dos professores e da matéria que dava nas aulas. A minha pancada com evolução é forte e já nessa altura era. Ainda hoje nada me dá mais prazer do que aprender e compreender como funciona a vida na terra. Tive muito bons professores durante o curso e isso foi fundamental até quando, mais tarde, saí para fazer o mestrado em Inglaterra", conta o antigo aluno de Biologia de Ciências, António Castelo.

Expedição Aidnature

“Cada animal, cada comportamento é um desafio. O momento em que conseguimos a imagem de que estamos à espera e que imaginámos na nossa cabeça, é de uma adrenalina enorme, que contrasta com a paz que é estar horas no campo à espera”, declara António Castelo, antigo aluno do curso de Biologia de Ciências, agora biólogo na Aidnature.

 Nos dias 29 e 31 de outubro de 2014 realiza-se uma reunião em Heildelberg, na Alemanha, com o intuito de apresentar os 106 novos membros ao EMBO Council.

Ano Internacional da Cristalografia 2014

O Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa associa-se à comemoração do Ano Internacional da Cristalografia.

MATEMÁTICA E ENSINO

De acordo com o Despacho do Senhor Diretor da Faculdade, a eleição do Presidente do Departamento de Matemática terá lugar no próximo dia 30 de Maio.

Conferência no dia 16 de Maio, 11h30, anfiteatro 3.2.15, Edifício C3, FCUL, Campo Grande, Lisboa.

Marta Lourenço

Marta Lourenço, membro do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, da Secção Autónoma de História e Filosofia das Ciências e subdiretora do Museu Nacional de História Natural e da Ciência foi galardoada com a Medalha George Sarton pela Universidade de Gent.

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O seminário integrado na disciplina de Agricultura e Florestas, do mestrado em Ecologia e Gestão Ambiental, realiza-se dia 7 de maio, pelas 11h15, no edifício C2, 2.º piso, sala 2.2.14.

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Christoph Meyer começou a trabalhar no Centro de Biologia Ambiental de Ciências, em fevereiro de 2009. A estadia em Ciências tem corrido bem.

Tectonics and Neotectonics of the western North America and Associated Hazards

Conferência no dia 29 de Maio, 12h00, sala 6.2.56, Edifício C6, FCUL, Campo Grande, Lisboa.

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Stefano Ruberto, Leonardo Vanneschi, Mauro Castelli & Sara Silva foram distinguidos com o best paper award for EuroGP 2014, durante a "17th European Conference on Genetic Programming", ocorrida entre 23 e 25 de abril, em Granada, Espanha.

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“Nestas formações, ensina-se, entre outros aspetos, a detetar situações de paragem cardiorrespiratória precocemente, a saber ligar o 112 rapidamente, sabendo dizer o que é importante, e iniciar manobras básicas, como compressões torácicas para manter alguma circulação e oxigenação dos órgãos vitais até à chegada de ajuda”, explicou o formador do INEM, Rui Rebelo.

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