Nature Ecology & Evolution

Eduardo Sampaio e Rui Rosa provam que polvos e peixes caçam em equipa

Polvos e peixes caçam em equipa
MARE / Simon Gingins

Os investigadores Eduardo Sampaio e Rui Rosa, do MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, provaram que os polvos e os peixes caçam em equipa de forma organizada. A descoberta, realizada após a análise de mais de 120 horas de filmagens, foi publicada na Nature Ecology & Evolution no final de setembro, tendo já sido alvo de um grande interesse dos meios de comunicação social internacionais.

Os resultados demonstram que o polvo poderá trabalhar com peixes de modo a poupar energia, explorando uma área maior de forma mais célere. Nestas expedições, cada um dos participantes parece adotar um papel diferente, de acordo com várias dinâmicas complexas, de forma a maximizar o seu sucesso. Os peixes-cabra (Parupeneus spp.), por exemplo, tendem a incitar peixes de outras espécies a explorar novos ambientes, dando várias opções de caça ao polvo, que logo toma a sua decisão.

Um grupo de polvos e peixes procura por presas.
Polvo e um grupo de peixes procuram por presas.
Fonte  Eduardo Sampaio / Simon Gingins

Para chegar a estas conclusões, os investigadores realizaram um conjunto de filmagens no Mar Vermelho, com recurso a câmaras sincronizadas para gravação subaquática. Recolheram cerca de 120 horas de filme, que mostram 13 cenas de caça com grupos interespécies, em que o polvo se destaca como personagem principal. Nestas filmagens é observável que o grande polvo azul (Octopus cyanea) trabalha ao lado de cerca de 2 a 10 peixes para encontrar e capturar peixes e moluscos mais pequenos.

Estas descobertas vêm também explicar um estranho comportamento dos polvos já observado em investigações anteriores: a forma como estes “esmurravam” outros peixes, no que parecia ser uma reprimenda. Na altura da recolha deste dado, os investigadores ficaram perplexos com este comportamento, procurando desde então perceber se este fazia parte de uma estratégia maior de cooperação. Os dados obtidos agora revelam que se trata mesmo desse caso: o polvo ”esmurra” peixes oportunistas, que se fixam ao grupo sem ajudar a encontrar alimento, para os castigar.

Os resultados abrem ainda novos caminhos para o estudo das dinâmicas de grupo entre espécies, levando a um novo conjunto de dúvidas sobre a cooperação interespécies. Os investigadores querem agora perceber se os polvos conseguem reconhecer peixes individuais que com eles tenham caçado ou que tenham exibido um comportamento oportunista, adptando o seu comportamento às ocasiões. Procuram ainda descobrir se a coloração preta e branca dos polvos poderá ser percecionada como um sinal de alerta pelos peixes, levando-os também a comportarem-se de forma diferente.

 

Rui Rosa, um dos investigadores deste projeto, publicou ainda em junho deste ano um livro, como editor principal, totalmente dedicado ao estudo do polvo, intitulado 'Octopus Biology and Ecology'.

Capa do livro Octopus Biology and Ecology
Capa do livro 'Octopus Biology and Ecology'.
Fonte  Elsevier

Em 23 capítulos, o livro aborda aspetos importantes da vida destes moluscos, desde a sua origem e biogeografia, à sua dieta e aos padrões migratórios, tecendo uma análise detalhada da investigação feita no passado recente e propondo direções e questões para investigações futuras. Conta com a participação de 92 colaboradores nacionais e internacionais, provenientes de 18 países.

 


Veja os destaques desta investigação nos média:

  • SIC (25.11.2024): "Estudo português descobre que polvos e peixes caçam em conjunto"
  • Público (11.11.2024): "Polvos e peixes caçam em equipa — e os moluscos chegam a “esmurrar” os oportunistas"
  • nytimes.com (24.09.2024): "Punching Octopuses Lead Fish on Hunting Parties"
  • nationalgeographic.com (23.09.2024): "Why do octopus punch fish? Science has a compelling theory"
  • bbc.co.uk (24.09.2024): "Octopuses and fish hunt as a team, study finds"
  • nbcnews.com (24.09.2024): "Octopuses seen hunting together with fish in rare video — and punching fish that don't cooperate"
  • cosmosmagazine.com (24.09.2024): "Octopus-fish hunting clubs: no despots, some punching"
  • phys.org (24.09.2024): "3D field-based tracking and field experiments of octopus and fish unlock the secrets of multispecies hunting"
  • sciencefocus.com (23.09.2024): "Octopuses are now punching fish – and we have the footage to prove it"
  • independent.co.uk (24.09.2024): "Octopuses and fish recorded hunting together as a team to catch more prey"
  • newscientist.com (23.09.2024): "Octopuses and fish hunt as a team to catch more prey"
  • newsweek.com (23.09.2024): "Underwater Allies: Octopuses and Fish Join Forces to Hunt for Prey"
  • yourlocalguardian.co.uk (23.09.2024): "Octopuses and fish hunt together, taking it in turns to lead – study"
  • thenorthernecho.co.uk (23.09.2024): "Octopuses and fish hunt together, taking it in turns to lead – study"
  • nature.com (23.09.2024): "Octopuses and fish caught on camera hunting as a team"
Marco Matos, Gabinete de Imagem e Conteúdos Digitais da DCI CIÊNCIAS
mmomatos@ciencias.ulisboa.pt
Paulo Veríssimo, professor catedrático do DI-FCUL, participou no passado dia 25 de novembro de 2013, no programa "Sociedade Civil", transmitido na RTP2.
 
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Um dos resultados chave da análise levada a efeito é o de que a língua portuguesa é um dos idiomas para o qual a preparação tecnológica para a era digital é "fragmentária".

Imagem abstrata da  "Philosophy of Science in the 21st Century - Challenges and Tasks"

Durante o evento será lançado o programa doutoral em Filosofia da Ciência, Tecnologia, Arte e Sociedade, recentemente aprovado pela FCT, com a mais elevada classificação: “Exceptionally strong with essentially no weaknesses”.

Rita Cascão

O sucesso do Biobanco-IMM é promovido pelo contínuo aumento de parcerias e colaborações não só com empresas de biotecnologia e unidades de saúde, mas também com institutos de investigação científica e investigadores académicos de ciências básicas, como os investigadores da FCUL.

SIMPLES AZULEJOS

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Bandeira de Marrocos

Atualmente a equipa prossegue com os trabalhos de correção de falhas e de afinação do CuCo de modo a dar apoio às sete faculdades marroquinas e a prepará-lo também para entrar em operação no DI-FCUL já no próximo ano letivo.

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Chama-se galáxia IRAS 08572+3915 e é a mais luminosa do universo local. José Afonso é um dos membros da equipa de astrónomos internacionais, que anunciou recentemente a descoberta. O investigador da FCUL e dirigente do CAAUL é muito otimista quanto ao presente e futuro desta área científica.

Consulte informação adicional aqui.

Bill Fyfe foi um grande amigo de Portugal. Orientou ou coorientou vários doutoramentos de portugueses, acerca de temas relevantes para Portugal e fomentou as ligações científicas entre Portugal-Brasil-Canadá. Em 1990 a Universidade de Lisboa outorgou-lhe o grau de doutor honoris causa.

Uma das consequências do aumento da disponibilidade de fontes laser de maior potência, compactas e a baixo preço é o aumento da sua má utilização.

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“O objetivo do Circo é mostrar que é possível utilizar resultados matemáticos para produzir resultados espetaculares e para divertir e motivar as pessoas”, explicou o professor da FCUL, Pedro Freitas.

Temos sido pioneiros de muito boas práticas no ensino superior. Uma excelente escola e nós, que cá estamos, sabemos isso. E os alunos também. Os que cá estão e os que já cá estiveram. Mas hoje não chega. Temos que saber responder aos desafios e temos que exportar as nossas mais-valias.

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Atualmente estudam na FCUL mais de cinco mil alunos, a maioria conhece bem os cantos da casa centenária, outros nem tanto, por isso é especialmente importante o acolhimento dado durante o arranque do ano letivo, que o digam a Catarina, a Leonor e o Ricardo!

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Através de diversas atividades práticas vamos aprender qual o papel do sol na dinâmica da atmosfera e do oceano, qual a importância dos oceanos, das calotes polares e da vegetação, como se formam as nuvens e os sistemas meteorológicos, e como funciona o ciclo da água.

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Atualmente, para além do “básico” lápis de grafite com que todos ainda escrevemos, até o desenvolvimento dos carros híbridos está dependente da evolução e extração dos recursos da nossa “casa”.

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Como é que são gerados os tremores de Terra? E os tsunamis? Como é que nós reconhecemos no terreno a existência de tsunamis antigos? Porque é que na Nazaré vemos ondas tão grandes? Todos estes fenómenos são o reflexo de um enorme dinamismo do nosso planeta.

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