"Ficar preso ao passado, isto é, aos planos que se tinha antes da pandemia ou à forma como se gostaria de vivenciar este ano letivo pode ser um problema, representando um conflito interno entre o desejo e a realidade", escreve Andreia Santos
Estamos no mês do regresso às aulas e a muitas outras atividades que ficaram suspensas do “mundo presencial”. Para além das regras e normas que aí vêm, causando dúvidas e preocupações e todas as incertezas, há uma certeza, o vírus ainda existe e temos de nos adaptar perante tal realidade. Este é o ponto onde gostaria de focar esta reflexão, pois existem várias pessoas em luta com a realidade presente e com isso, em ansiedade e sofrimento.
Estamos numa situação de pandemia, mas poderia ser qualquer outra realidade, que não é a que queremos ou naturalmente desejamos e que interfere com os planos que tínhamos.
Ficar preso ao passado, isto é, aos planos que se tinha antes da pandemia ou à forma como se gostaria de vivenciar este ano letivo pode ser um problema, representando um conflito interno entre o desejo e a realidade.
Uma das formas saudáveis de resolução destes conflitos não é a desistência dos desejos mas a sua adaptação (exemplo: reagendamentos, pensar noutras formas de estudo, outros métodos de trabalho), sendo a flexibilidade psicológica um atributo de extrema importância.
O risco de ficarmos presos na realidade que não é a presente é poder-se ficar zangado com “o mundo” ou com sentimentos de apatia e desistência que não beneficiam a sua resolução.
Neste momento tão dinâmico em que vivemos será importante pensar sobre aquilo que se pode ou não controlar e ir aprendendo a navegar perante a realidade que se apresenta a cada momento, sabendo é claro, que nem sempre é fácil, mas necessário.