Divulgação

Alunos do Secundário visitam CIÊNCIAS para conhecer dinossáurios da Bacia Lusitaniana

Aula de divulgação deu a conhecer alguns dos principais trilhos de dinossáurios de Portugal para alunos do secundário

DCI-CIÊNCIAS

Dificilmente a paleontologia explica a presença de uma mula gigante na Bacia Lusitaniana há cerca de 260 milhões de anos, mas há muito que a carreira científica obriga Elisabete Malafaia a puxar a fita do tempo atrás para esclarecer tudo. Esta terça-feira não foi exceção, com uma aula de divulgação científica para cerca de 20 alunos do Liceu Camões que visitaram a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa) para seguir alguns dos mais curiosos trilhos de dinossáurios do País.

“Segundo a lenda, os trilhos da arriba da Pedra de Mua, em Sesimbra, foram feitos por uma mula gigante. De alguma forma, é essa a primeira tentativa de registo da atividade de um dinossáurio em Portugal”, recordou a investigadora do Instituto Dom Luiz de Ciências ULisboa aos alunos do ensino secundário.

 

elisabete malafaia
Elisabete Malafaia recorda que Portugal tem grande património paleontológico

Na turma, houve quem não escondesse o espanto, mas o mote ficou assim dado: aquela aula tinha por objetivo simular trabalho de campo, mas não deixou de mostrar como a paleontologia também tem a capacidade de mudar a forma como vemos o mundo. “Esta aula teve a vantagem de abordar os temas de uma forma diferente. Fizemos uma pequena ficha, mas não foi uma aula no formato tradicional, e por isso acho que captou melhor a nossa atenção e permitiu reter mais conteúdos”, explica António Tomboca, aluno do Liceu Camões que participou na aula de divulgação organizada pelo Departamento de Geologia.

Elisabete Malafaia está longe de ser estreante nas aulas de divulgação. E o mesmo se pode dizer de Isabel Fernandes, Álvaro Pinto, Pedro Mocho, Raul Jorge, Mário Cachão, Carlos Marques da Silva e outros investigadores e professores, que têm representado regularmente o Departamento de Geologia e o IDL em iniciativas que pretendem captar a atenção de alunos do ensino secundário. “Geralmente, as pessoas não conhecem este importante património, mas Portugal é muito rico em fósseis de dinossáurios, em particular do Jurássico Superior, com uma abundância comparável à de outros países, como os Estados Unidos ou a China”, responde a professora de Ciências ULisboa. “Estas aulas têm como objetivo divulgar o património paleontológico português, aumentar o conhecimento de temas relacionados com a paleontologia e a geologia e também captar novos alunos para a Faculdade!”, acrescenta.

Quem costuma acompanhar estas iniciativas garante que o esforço de divulgação compensa. “Havia de ver os rostos dos alunos deslumbrados quando assistem a este tipo de aulas!”, comenta Filipe Barros, professor de biologia e geologia no Liceu Camões e no agrupamento de Escolas António Damásio, de Lisboa.

A Bacia Lusitaniana compreende a região costeira que vai de Aveiro até Sesimbra. Há 260 milhões de anos, em pleno Jurássico, a região tinha condições de clima tropical e encontrava-se mais próxima da América do Norte, uma vez que o oceano Atlântico começava a formar-se. Na aula desta terça-feira, os alunos do secundário não só tiveram conhecimento dos trilhos de dinossáurios que abriram caminho à Lenda de Pedra Mua, como também descobriram uma coleção privada de ossos fossilizados que se tornou património classificado e os atrativos de jazidas como a Vale de Meios, na Serra d’Aire e Candeeiros, que conta com centenas de pegadas destes animais jurássicos.

aula paleontologia
Durante a aula de divulgação os alunos do secundário tiraram medidas a pegadas de dinossáurios

O ponto alto da aula ficou reservado para medições de pegadas e cálculos de dimensões e velocidades alcançadas pelos dinossáurios, mas bem antes disso, logo no arranque, surgiu a incontornável Inteligência Artificial, que já começou a ser desenvolvida para ajudar a classificar fósseis ou prever se uma determinada área geográfica é ou não rica em vestígios do passado.

“A IA ajuda os paleontólogos a tomar decisões mais informadas e com menos subjetividade. É uma ferramenta que toma como ponto de partida o conhecimento acumulado ao longo do tempo pelos paleontólogos para recomendar decisões para diferentes cenários de estudo”, explica Carolina Marques, aluna de doutoramento de Estatística e Investigação Operacional em Ciências ULisboa.

Mesmo sem recorrer às tecnologias da moda, a aula de divulgação científica também se prestou à tomada de novas decisões. “Levo comigo algum conhecimento de paleontologia, mas também alguma curiosidade para visitar locais com pegadas na Lourinhã ou na Serra d’Aire e Candeeiros”, refere Pedro Almeida, aluno do Liceu de Camões.

Filipe Barros recorda que a vinda da turma do Liceu Camões pretende fomentar o desenvolvimento do espírito científico, mas não deixa de produzir efeitos no dia-a-dia. “A geologia é bem mais do que apenas pedras”, refere o professor do Liceu Camões, para depois acrescentar: “Sem o estudo da geologia teríamos um retrocesso de centenas de anos. Não haveria poliéster (que deriva de combustível fóssil) que usamos na roupa e não haveria sequer esta lâmpada que recorre a metais e outros recursos naturais para nos iluminar”. Decididamente, os dinossáurios não tinham como saber de tudo isto.

Hugo Séneca
hugoseneca@ciencias.ulisboa.pt
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