Equipa reunida durante a travessia entre o Fogo e a Brava
Imagem cedida por JM
A missão da UNDAC (United Nations Disaster Assessment and Coordination) integrando peritos designados pela ERCC (European Response Coordination Centre) da Comissão Europeia chegou à cidade da Praia (ilha de Santiago) ao final do dia 8 de Agosto na sequência de um pedido do Governo de Cabo Verde às Nações Unidas. O pedido foi desencadeado devido a uma crise sismo/vulcânica que se iniciou no passado dia 2 de Agosto e que levou a um alerta de erupção vulcânica na ilha Brava e à evacuação temporária de uma das povoações (cerca de 300 pessoas).
Os peritos seleccionados pela Comissão Europeia incluem [além da minha pessoa] Rachid Omira, geofísico do Instituto do Mar e da Atmosfera e do Instituto Dom Luiz, e o sismólogo Richard Luckett, do British Geological Survey.
A equipa da UNDAC inclui Sérgio da Silva (França), chefe de missão, Mona Folkesson (Suécia), António Beleza (Moçambique), Rebeca Kervell (Reino Unido, perita da organização humanitária MapAction); a que se juntaram António Querido (Cabo Verde), funcionário da delegação das Nações Unidas na Praia, Nkunku Sebastião (Angola) da delegação de Dakar da Organização Mundial de Saúde, Nuno Oliveira, oficial de comunicações da Protecção Civil Cabo-verdiana, e o comandante regional da Protecção Civil para as ilhas do Fogo e Brava, Edson Alfama.
Desde a chegada da equipa UNDAC/ERCC a sismicidade tem-se mantido em níveis estáveis após dois dias iniciais em que se tinha tornado progressivamente mais superficial (1 km abaixo do nível do mar). A informação sísmica tem sido obtida através de contacto telefónico com Bruno Faria, geofísico do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica.
No dia 9 efectuaram-se duas reuniões, primeiro com a responsável pelo gabinete das Nações Unidas na Praia, Ulrike Richardson, e com o representante da OMS em Cabo Verde, Salazar Castellone, seguindo-se uma reunião com o presidente da Protecção Civil de Cabo Verde. Da parte da tarde a equipa partiu para a ilha Brava por ferry (seis horas de viagem com escala na ilha do Fogo) onde chegou por volta das 21 horas.
O dia 10 iniciou-se com uma reunião com a equipa da Universidade de Cabo Verde e o geólogo da Protecção Civil enviados para o terreno no início da crise. Mais tarde foi efectuada uma volta pela ilha para contacto directo com a morfologia, geologia e acessibilidades da Brava e escolha dos pontos preferenciais para evacuação marítima (a ilha não tem aeroporto e mesmo que tivesse ficaria certamente inoperacional durante uma erupção explosiva).
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