Proteína S100B

Entrevista a Joana S. Cristóvão

Joana S. Cristóvão e Cláudio M. Gomes

Cláudio M. Gomes é o orientador de Joana S. Cristóvão

RD
Javier Martinez
Javier Martinez regressou a Madrid
Fonte CMG

Javier Martinez regressou a Madrid onde está a concluir um MBA em Industria Farmacêutica e Biotecnologia. Hugo M. Botelho foi aluno de Bioquímica em Ciências e participou na fase preliminar do estudo durante a parte final do seu doutoramento, sob a supervisão de Cláudio M. Gomes. Atualmente é investigador doutorado no BioISI. Rodrigo David, aluno de licenciatura e de mestrado em Bioquímica em Ciências, é atualmente bolseiro de investigação no laboratório de Cláudio M. Gomes.

O artigo “The neuronal S100B protein is a calcium-tuned suppressor of amyloid-β aggregation”, publicado na Science Advances a 30 de junho, tem como primeira autora Joana S. Cristóvão, que está a terminar o doutoramento em Bioquímica em Ciências.

Cláudio M. Gomes, professor do Departamento de Química e Bioquímica e coordenador do FCUL Protein Folding and Misfolding Laboratory do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI), é o seu orientador.

Joana S. Cristóvão estuda uma das mais abundantes proteínas do cérebro - a proteína S100B – com funções regulatórias associadas à resposta inflamatória, apresentando níveis elevados em pessoas com a doença de Alzheimer.

Além de Joana S. Cristóvão e Cláudio M. Gomes, também assinam o artigo Vanessa K. Morris, Isabel Cardoso, Sónia S. Leal, Javier Martínez, Hugo M. Botelho, Christoph Göbl, Rodrigo David, Katrin Kierdorf, Mobina Alemi, Tobias Madl, Günter Fritz e Bernd Reif.

O estudo realizado por investigadores associados ao Departamento de Química e Bioquímica de Ciências, BioISI, Universidade do Porto, a instituições alemãs e a uma austríaca tem suscitado o interesse da comunicação social nacional e estrangeira.

Nesta entrevista fica a conhecer a jovem investigadora e os próximos passos da investigação.

Animação de Vanessa K. Morris mostra S100B com ligação à beta-amiloide (vermelho)

 “No cérebro de doentes de Alzheimer estão presentes agregados extracelulares da proteína beta-amiloide que são tóxicos e que provocam a morte dos neurónios, as células do cérebro. Os meus estudos verificaram que a proteína S100B tem um novo papel na doença, devido à sua interação com a proteína beta-amiloide. Devido a esta interação, há um atraso no processo de formação de agregados de beta-amiloide levando a uma redução na morte de neurónios.”
Joana S. Cristóvão

Joana S. Cristóvão
"O próximo passo da investigação é perceber se outras proteínas da mesma família da S100B têm papel semelhante e se existem moléculas que amplificam o efeito supressor da S100B na agregação da proteína beta-amiloide", conta Joana S. Cristóvão
Fonte CMG

Quais têm sido as alegrias e dificuldades encontradas nesta atividade?

Joana S. Cristóvão (JSC) - Um dos aspetos que quero destacar é a importância do meu grupo, tanto ao nível do ambiente como da dinâmica nele incutida. Tenho a oportunidade de trabalhar num grupo em que me sinto feliz e com gosto naquilo que faço, e ao mesmo tempo sou estimulada a progredir e enfrentar novos desafios. Isto é retratado pela participação em diversas conferências de âmbito nacional e internacional, assim como a realização de períodos de trabalho em laboratórios internacionais de colaboradores nossos, o que me permite consolidar a minha investigação. O trabalho pode ser por vezes frustrante quando não temos os resultados que procuramos. No entanto, o que torna tão gratificante este trabalho, é quando conseguimos superar as adversidades e atingir objetivos aos quais nos predispomos.

Que conselhos deixa aos colegas que neste momento se preparam para iniciar um doutoramento em Ciências?

JSC - O meu conselho é que vejam o panorama geral do trabalho que vão desenvolver e delineiem os objetivos que pretendem atingir. Isto não é impeditivo de que os mesmos não possam ser alterados ou aperfeiçoados, no entanto é importante definir a base daquilo que vai ser o seu projeto. Os resultados menos bons que possam surgir deverão ser encarados como uma forma de aprendizagem uma vez que na Ciência, todos os resultados nos dão algum tipo de informação, mesmo não sendo a que estávamos diretamente à procura.

Quem é a Joana S. Cristóvão?

JSC - A Joana é uma jovem investigadora determinada em marcar a diferença no meio científico. O esforço e empenho que tenho na minha vida é transversal à vida profissional e ajuda-me a enfrentar todos os obstáculos que surgem ao longo do percurso. Este artigo é o culminar do trabalho que produzi com este grupo, da oportunidade que tive de fazer o doutoramento nesta área, e mais um passo rumo ao conhecimento dos mecanismos da doença e desenvolvimento de novas terapêuticas.

Que planos tem para o presente e futuro?

JSC - Pretendo focar-me nesta fase final do meu doutoramento, escrever a tese que agrega todo o trabalho que produzi ao longo destes quatro anos, e preparar-me para os novos desafios que terei de enfrentar no futuro.

Como foi redigir o artigo agora publicado?

JSC - Como em tudo, o mais difícil é começar, no entanto tudo começa antes da escrita propriamente dita. Temos de conciliar a análise dos resultados e discutir a melhor forma de os expor, de modo a no fim, ter um artigo que seja cientificamente relevante e claro na mensagem que pretendemos transmitir. E que nos deixe orgulhosos e motivados para continuar a dar a nossa contribuição nesta área que está em contínua progressão.

Como foi colaborar com este grupo?

JSC - Este grupo de coautores é constituído por pessoas com diferentes talentos e áreas de especialização permitindo o desenvolvimento de um trabalho sólido. Esta solidez é refletida pelo conhecimento teórico que cada elemento tem e também pela possibilidade de utilizar múltiplas técnicas, recursos e know-how.

Quais são os próximos passos no âmbito desta investigação?

JSC - O próximo passo da investigação é perceber se outras proteínas da mesma família da S100B têm papel semelhante e se existem moléculas que amplificam o efeito supressor da S100B na agregação da proteína beta-amiloide.

Ana Subtil Simões, Área de Comunicação e Imagem de Ciências
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Entrevista a Cláudio M. Gomes

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O Cybersecurity Executive Program, um curso de cibersegurança direcionado para executivos e decisores de organizações públicas e privadas, civis e militares, inicia-se no próximo dia 29 de março de 2022, no formato online, com uma duração total de 25 horas. As inscrições já abriram.

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O cientista José Alberto Quartau escreve um artigo em homenagem ao grande entomologista e lendário biólogo evolucionista, muitas vezes apelidado de novo Darwin e também pai da Biodiversidade, visto ter sido um dos mais apaixonados e eloquentes defensores da diversidade biológica deste planeta.

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Trabalho de investigação liderado por grupo da Universidade de Barcelona, que conta com contribuições de quatro investigadores do IDL Ciências ULisboa, encontra evidências de ocupação Neandertal mais recuada e prolongada no tempo.

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"Esta altura do ano é ideal para parar e refletir e sobretudo agradecer aos alunos, alumni, professores, investigadores e todos os outros funcionários desta “casa”, aqueles que continuam no ativo, os que se reformaram e aos que já não estão entre nós. Há um legado, sempre", escreve Ana Subtil Simões, editora da Newsletter de Ciências.

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Equipa de investigadores portugueses a trabalhar no German Cancer Research Center desenvolvem técnica pioneira para o tratamento com protões do cancro da próstata.

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Em 2021 a Ordem dos Engenheiros (OE) celebrou 85 anos e 152 anos enquanto associação representativa destes profissionais portugueses. Durante as comemorações, esta sociedade pública profissional distinguiu Ciências ULisboa com o Troféu OE pelo centenário da criação da licenciatura Engenharia Geográfica/Geoespacial, um dos 12 que foram atribuídos durante a Gala 85 Anos OE.

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“O equilíbrio entre o pensamento holístico e o pragmatismo experimental, entre a intuição e a dedução, é difícil de atingir. A educação é o terreno próprio para não recearmos essa viagem”, escrevem Rui Malhó e Helder Coelho, a propósito da obra “Complexidade: implicações e políticas globais”, apresentada recentemente na Fundação Calouste Gulbenkian.

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Um estudo liderado por um estudante do doutoramento em Biologia e Ecologia das Alterações Globais sobre a influência da temperatura da água do mar nos “divórcios” de uma população de albatrozes demostrou, pela primeira vez, uma influência direta do meio ambiente nas taxas de separação desta espécie monogâmica.

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