Por Ana Paula Arez (Global Health and Tropical Medicine, GHTM, IHMT NOVA).
Em estudos anteriores realizados em áreas endémicas para a malária observou-se que alguns indivíduos infetados apresentavam sintomas ligeiros apesar das elevadas parasitémias o que suscitou o interesse sobre os fatores humanos de resistência ou de suscetibilidade à malária.
As variantes mais comuns e melhor caraterizadas que conferem alguma proteção contra a gravidade da malária envolvem proteínas estruturais e enzimas do eritrócito. O nosso grupo tem investigado a associação de enzimopatias eritrocitária das vias glicolítica e da pentose fosfato do eritrócito com a infeção por Plasmodium e gravidade da malária. Estudos populacionais mostraram que, nas regiões endémicas, a infeção malárica era a pressão seletiva mais provável a atuar sobre os genes pklr (codifica piruvato cinase, PK) e tpi (codifica triose fosfato isomerase, TPI). Prosseguimos estes estudos, tentando explorar os processos biológicos e mecanismos envolvidos na proteção conferida por estas enzimopatias.