Estudo em fio dos Painéis de São Vicente, por Almada Negreiros (1950)
Exposição com obras de Almada Negreiros, várias delas inéditas, todas relativas aos seus estudos dos Painéis de São Vicente (atualmente a ser restaurados). Estará patente ao público de 15 de outubro de 2020 a 10 de janeiro de 2021.
Será posteriormente inaugurada, a 21 de novembro de 2020 no Mosteiro da Batalha, outra exposição relativa a esta temática.
As iniciativas terão a participação do CIUHCT - Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia no comissariado científico e na edição de um livro sobre o desenvolvimento dos estudos de Almada acerca os painéis, que acompanhará a exposição da Batalha.
Almada Negreiros (1893-1970) é uma figura maior do modernismo português. Dedicou-se ao desenho, à pintura, à literatura, ao teatro, e, ao longo dos anos, à procura de um fundamento universal para a criação artística. Foi na geometria que encontrou uma ferramenta para estudar as manifestações artísticas de épocas passadas e, ao mesmo tempo, uma inspiração para o seu próprio trabalho.
Ao longo de décadas, Almada elaborou uma proposta de agregação de múltiplas pinturas deste Museu, imaginando-as num retábulo único, que incluía os Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves. Baseando-se em pressupostos geométricos, definiu o posicionamento das obras, sugerindo que o seu destino original seria a Capela do Fundador, no Mosteiro da Batalha. Esta sua investigação resultou numa produção ímpar, esbatendo fronteiras entre investigação e criação de arte.
Recentemente, algumas das suas obras foram objeto de estudo por parte de investigadores das áreas da matemática e das belas-artes, interessados na compreensão dos traçados geométricos em causa, o que permitiu o restauro da obra até hoje inédita Estudo em fio dos painéis de São Vicente (1950), para esta ocasião. Nesta sala expõem-se ainda Os quinze painéis na Capela do Fundador (1960), obra nunca antes apresentada na sua forma completa, e dois desenhos, também inéditos, que mostram como a partir de uma pintura do Museu Ecce Homo Almada Negreiros desenvolveu o seu caminho para a abstração.
Comissariado
Simão Palmeirim
Pedro Freitas (Ciências ULisboa)