Na historiografia da medicina tropical, a discursividade associada a programas de erradicação ou controlo de algumas doenças após a Segunda Guerra Mundial retorna à agenda contemporânea com principal destaque para as doenças emergentes, reemergentes e negligenciadas na sua interação com o todo social. Assim, as redes de colaboração técnico-científica e as diferentes constelações de atores e interesses sociais envolvidos na abordagem da saúde planetária permitem refletir sobre o programa transnacional de “Uma só saúde”, utilizando como âncora a história das epidemias/pandemias.
Este congresso visa, assim, estimular uma reflexão alargada sobre o período pós-pandémico de COVID-19. Privilegiará reflexões e trabalhos na interface da saúde humana com o meio ambiente (natural e social), à luz das peculiaridades socioeconómicas e político-administrativas de cada região e das correlações de força entre mercados, Estados/Nações e agências internacionais, como a Organização Mundial de Saúde, Organização Pan-americana de Saúde e a Organização das Nações Unidas, entre outras.
Será organizado pelo Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT), Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT/IN2PAST - Universidade do Minho), Instituto de Higiene e Medicina Tropical (Universidade Nova de Lisboa), Casa de Oswaldo Cruz (Fiocruz), Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares sobre Emergências em Saúde Pública (NIESP/Fiocruz) e Museu Histórico/Departamento de Medicina Preventiva, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo.