A Ciência e a sua metodologia são componentes centrais no mundo moderno. A Ciência pelo contributo que tem dado e promete vir a dar para o desenvolvimento humano. O crescimento da humanidade em número e em bem-estar dependem da tecnologia enquanto esta se baseia no incessante progresso científico. Este crescimento científico é o resultado de uma comunidade de investigadores profissionais que tem crescido e se tem espalhado por mais países e continentes. E toda esta imensa comunidade trabalha com base numa mesma metodologia aceite por todos. A metodologia científica desenvolveu-se de forma sistemática a partir do século XVII com um binómio de divulgação pública e exposição à crítica pelos pares. É notável verificar que, apesar da diversidade cultural, toda a ciência e, consequentemente, a tecnologia se baseia no consenso quanto à metodologia de expansão do conhecimento humano em pequenos passos continuamente verificados de forma aberta por toda a comunidade.
Não é de estranhar que a Ciência tenha vindo a ocupar um espaço crescente no percurso educativo das novas gerações e que, havendo sempre controvérsia quanto ao conteúdo e à estratégia educativa, haja consenso sobre a importância e os objetivos da educação científica. Todos os países se preocupam com o reforço e aprofundamento desta educação científica. Este será também o tema central deste VI Encontro da Casa das Ciências.
Num “caldo de cultura” de cariz predominantemente tecnológico, em que a informação circula a velocidades vertiginosas, sem que as suas fontes sejam sequer citadas (já não digo confirmadas ou validadas) qual o papel da escola? Como vamos encontrar e “abrir” caminhos para os cidadãos do futuro e os investigadores do futuro? Que novos instrumentos, modelos e procedimentos estão a surgir? E qual o papel da Escola no desenvolvimento de uma cidadania ativa e informada?
É dentro desta lógica de pensamento que a Casa das Ciências traz o tema do Ensino das Ciências e a Sociedade Moderna, procurando nos debates que certamente surgirão nas conferências plenárias, na mesa redonda centrada na questão da flexibilidade curricular, no grande painel que traz até nós alguns dos mais conceituados especialistas nesta área, uma reflexão séria que ajude na prática dentro de cada sala de aula, como sempre tem sido nosso apanágio. Contribui também de forma decisiva a mais valia habitual dos workshops orientados para cada “linha de formação”, este ano num total de oferta que ultrapassa os 120 distribuídos por três dias e que permitirá a cada participante ter um conjunto significativo de horas de formação operacional com aplicabilidade em sala da aula.