Por Ana Rita Luís (MARE-ISPA).
A Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade para 2030 identifica o conhecimento do património natural e o reconhecimento da biodiversidade pela sociedade como pontos basilares para a conservação. Contudo, e apesar da existência de registos centenários da ocorrência de cetáceos na costa continental portuguesa, os padrões de distribuição espácio-temporais para este grupo taxonómico são, ainda, pouco conhecidos.
Numa era de crescentes preocupações ambientais e enormes constrangimentos financeiros, novos caminhos que ajudam a ultrapassar as dispendiosas metodologias aplicadas na investigação de cetáceos têm vindo a ser trilhados. A ciência-cidadã, definida como «o envolvimento ativo do público em investigação científica», tem-se revelado eficaz na monitorização de tendências populacionais e no estudo de padrões de distribuição de cetáceos, mas também na promoção da literacia azul e no engajamento do grande público na conservação da biodiversidade.
Em Portugal, o projeto de ciência-cidadã CETASEE surgiu no início de 2020 e conta, atualmente, com mais de 500 observações partilhadas por cientistas-cidadãos e 20 espécies identificadas, incluindo pequenos delfinídeos como o golfinho-roaz e o boto, listados na Diretiva Habitats, mas também baleias-de-barbas, para as quais os dados existentes não permitem aferir o seu estatuto de ameaça.
Transmissão do evento em https://meet.jit.si/QuintasdoMARE2020.