Opinião

A Bioética em estado de emergência

Médicos e enfermeiros

Proteger os médicos e enfermeiros é uma das preocupações assumidas pelas instituições de Bioética, que sugerem estratégias que permitam manter as Comissões de Ética Hospitalar funcionais durante a crise pandémica

unsplash - National Cancer Institute
Joge Marques da Silva
Jorge Marques da Silva
Imagem cedida por JMS

A Bioética é frequentemente vista como uma disciplina esotérica, capaz de formular problemas fascinantes, mas irrelevantes no mundo real. Nada mais errado: a Bioética emerge numa época de profunda convulsão (em larga medida, no rescaldo do Julgamento dos Médicos, no Tribunal de Nuremberga) e constitui uma verdadeira “disciplina de crise” – um conceito que surge inicialmente, no âmbito da Filosofia das Ciências, para qualificar a Biologia da Conservação, mas que pode ser aplicado a qualquer disciplina com caráter programático.

De facto, a Bioética – pelo menos nas suas versões mais instrumentais, que assumem um papel de “diplomacia moral” – desenvolve-se com um objetivo pré-definido: apoiar o funcionamento dos sistemas de saúde.

A situação pandémica que vivemos suscitou, desde cedo, significativas preocupações éticas, essencialmente corporizados na definição do acesso aos ventiladores. Não é, por isso, de estranhar que diversas instituições da área da Bioética tenham, desde muito cedo, avançado com planos de contingência. Um dos primeiros, e mais completos, foi apresentado pelo Hastings Center, um instituto independente com sede em Nova Iorque. No seu documento, faz notar que uma importante fonte de tensão para o pessoal de saúde, em crises pandémicas, resulta do conflito entre duas fontes legítimas de autoridade moral: por um lado, o dever de cuidar de pessoas doentes, que é o paradigma do dever em ética clínica, segundo a qual é treinado o pessoal médico e de enfermagem; e, por outro, o dever de promover a segurança pública, protegendo a saúde comunitária, que é o dever paradigmático em ética de saúde pública.

O significativo desvio do primeiro para o segundo paradigma causa stress significativo entre os clínicos, que resulta do sentimento de ser incapaz de “fazer o que é correto” ou de ser incapaz de evitar “causar dano ou mal” aos pacientes. Proteger os médicos e enfermeiros desse stress – que, no limite, os pode impedir de prosseguir com a sua atividade – é uma das preocupações assumidas pelas instituições de Bioética, que sugerem estratégias que permitam manter as Comissões de Ética Hospitalar funcionais durante a crise pandémica.

Entre nós, e não obstante o seu papel mais reflexivo, o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) reagiu rapidamente à emergência pandémica e, no mês passado, emitiu uma posição onde salienta o conflito entre direitos individuais e interesses coletivos vivido em situações de emergência sanitária. Para enfrentar esta situação, o CVECV adota uma perspetiva principalista, sugerindo a subordinação da ação a cinco princípios: necessidade, precaução, transparência, solidariedade; e subsidiariedade.

Independentemente das soluções adotadas, a crise sanitária da COVID-19 vem inequivocamente demonstrar que a Bioética, para além de uma vertente mais teórica e fundamental, tem uma vertente prática que atua no terreno e dá um contributo importante para a estabilização do funcionamento dos sistemas de saúde.

Jorge Marques da Silva, professor do DBV Ciências ULisboa e investigador do BioISI
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

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No dia 7 de Maio o Departamento de Matemática da FCUL associou-se à AÇÃO ESCOLA SOS AZULEJO com a atividade “Com um simples azulejo” em que participaram alunos do 3º ano de escolaridade da Escola Básica Santo António do Agrupamento de Esc

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Doutoramento e Mestrado em Ciência Cognitiva 

6ª Edição, 2014-15

A revista mais prestigiada na área da Biologia Computacional publicou um artigo que resulta de uma investigação financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e que inclui investigadores de Ciências e da Universidade de Harvard.

O Centro de Investigação Operacional vai realizar no dia 21 de maio, pelas 14h30, na sala 6.4.30 um seminário intitulado Formulations and Exact&nbs

O Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa vai organizar de 4 a 6 de Junho de 2014 um curso intitulado "On Flexible Bayesian Methods for Diagnosis and ROC Curve Estimation".

Conferência no dia 21 de Maio, pelas 16h00, sala 6.2.56, Edifício C6, FCUL, Campo Grande, Lisboa.

Dia: 22 de Maio (Dia Internacional da Biodiversidade)

Apesar de já existir há dois anos e meio, e como há sempre novos funcionários/Docentes a entrar, vimos por este meio divulgar mais uma vez o Sistema de Impressão FCUL para funcionários/Docentes da FCUL.

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Perspectivas e oportunidades num dos grandes problemas científicos deste século

Medalha internacional de História das Ciências, Marta Lourenço

Ana Eiró, Fernando Bragança Gil, Maria Alzira Ferreira, Luís Mendes Vítor, Virgílio Meira Soares, Fernando Catarino, Fernando Parente, Noémio Marques, Galopim de Carvalho, são algumas das individualidades de Ciências que Marta Lourenço recorda, em jeito de agradecimento, pelos ensinamentos transmitidos.

A iniciativa existe desde 2008. “Um pequeno Roteiro pela Energia Solar Fotovoltaica na Faculdade de Ciências” inclui visitas guiadas ao Campus Solar e à central de mini geração fotovoltaica nos telhados da Faculdade de Ciências, e ainda a palestra “A revolução solar vem aí!”, proferida pelo professor António Vallêra.

“Os ensinamentos adquiridos em Ciências estão na base das investigações que tenho desenvolvido, foi através deles que adquiri os conceitos e conhecimentos que me permitem desenvolver o estudo dos materiais. Por outro lado, a interação com diferentes áreas da Geologia permite absorver muita informação importante para a interpretação de muitos dos achados”, explica a investigadora Elisabete Malafaia.

Jean-Paul Montagner, Institut de Physique du Globe, Université Paris-Diderot, Paris, France

António Castelo, Aidnature

"Recordo-me sobretudo dos professores e da matéria que dava nas aulas. A minha pancada com evolução é forte e já nessa altura era. Ainda hoje nada me dá mais prazer do que aprender e compreender como funciona a vida na terra. Tive muito bons professores durante o curso e isso foi fundamental até quando, mais tarde, saí para fazer o mestrado em Inglaterra", conta o antigo aluno de Biologia de Ciências, António Castelo.

Expedição Aidnature

“Cada animal, cada comportamento é um desafio. O momento em que conseguimos a imagem de que estamos à espera e que imaginámos na nossa cabeça, é de uma adrenalina enorme, que contrasta com a paz que é estar horas no campo à espera”, declara António Castelo, antigo aluno do curso de Biologia de Ciências, agora biólogo na Aidnature.

 Nos dias 29 e 31 de outubro de 2014 realiza-se uma reunião em Heildelberg, na Alemanha, com o intuito de apresentar os 106 novos membros ao EMBO Council.

Ano Internacional da Cristalografia 2014

O Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa associa-se à comemoração do Ano Internacional da Cristalografia.

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