Alterações climáticas

Phair Earth: há uma startup em CIÊNCIAS que faz projeções climáticas com distâncias de 100 metros e décadas de avanço

Pedro Matos Soares, Angelina Bushenkova e Gil Lemos (fundadores da Phair Earth)

Enquanto a maioria das pessoas só precisa de saber do tempo para amanhã, Pedro Matos Soares, Angelina Bushenkova e Gil Lemos preferem pensar em projeções climáticas com prazos de 10 ou muitos mais anos. Poderá haver quem diga que não sabe o que vai fazer nas próximas décadas, mas é precisamente essa a questão que levou o trio de investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS) a criar a startup Phair-Earth. Até porque há uma grande probabilidade de algo ter mesmo de mudar no final deste século.

“Por ano, estima-se que, em Portugal, há 600 a 700 mortes por excesso de calor, mas nas projeções que fizemos admitimos que o excesso de mortalidade causado pelos extremos de calor possa ser multiplicado por oito vezes até ao final deste século, no pior dos cenários”, descreve Pedro Matos Soares, professor de CIÊNCIAS e diretor executivo da recém-constituída Phair Earth.

No mundo dos negócios, as projeções da Phair Earth também dão que pensar: “Fazemos projeções sobre a forma como um negócio, uma infraestrutura ou uma cadeia de operações podem ser afetados pelas alterações climáticas. No limite, as projeções podem indicar se o negócio de uma empresa vai continuar viável dentro de 10, 20 ou 30 anos e que estratégias terão de ser aplicadas para mitigar os efeitos negativos das alterações climáticas”, refere Gil Lemos, diretor de Operações da Phair Earth.


Imagem que ilustra graficamente as projeções da Phair Earth

Entre os três empreendedores, há a convicção de que a jovem empresa, que se encontra incubada no Tec Labs e tem CIÊNCIAS no lote de investidores, assume contornos de pioneirismo face ao que já existe no mercado. Como outras entidades, a Phair Earth não dispensa os modelos climáticos globais, que costumam ter resoluções de 100 quilómetros e permitem aumentar o detalhe, com o recurso a técnicas que garantem resoluções de 10 quilómetros.

Em contrapartida, a Phair Earth pode usar esses modelos globais e, consoante as características de cada local, apresentar projeções climáticas com resoluções de 100 metros. O que, na prática, abre a porta a projeções que indicam como é que o clima pode variar de um quarteirão para outro dentro de uma cidade – ou de uma árvore para outra numa quinta.

"Queremos fazer projeções mais rapidamente. Em vez de processos e cálculos que podem demorar um ano, queremos apresentar projeções (aos clientes) em cerca de uma semana"

Mas há mais trunfos guardados no plano de negócios da Phair Earth: “Além disso, queremos fazer projeções mais rapidamente. Em vez de processos e cálculos que podem demorar um ano, queremos apresentar projeções (aos clientes) em cerca de uma semana”, refere ainda Gil Lemos.

A lista de potenciais clientes é extensa e vai de seguradoras e bancos, que pretendem saber a viabilidade de investimentos ou empréstimos, até municípios, autoridades nacionais e de proteção civil, sem esquecer entidades responsáveis pela gestão do território e empresas agrícolas ou que gerem equipamentos críticos que se encontram dispersos geograficamente. Para captarem o interesse destas entidades, a Phair Earth pretende usar modelos climáticos globais e dados registados por estações meteorológicas, satélites e muitas outras fontes de dados que ajudam a fazer as projeções a um nível local. Depois, entram em ação a Inteligência Artificial e as técnicas de aprendizagem profunda (deep learning) que aceleram as projeções climáticas para os diferentes cenários. 


Pedro Matos Soares, Angelina Bushenkova, e Gil Lemos são os três fundadores da Phair Earth

As projeções são locais, mas o negócio não perde de vista a escala global. A angariação de clientes deverá arrancar em Portugal, para depois evoluir para Espanha, Brasil, e África, sem desmerecer o histórico que CIÊNCIAS e o Instituto Dom Luiz já têm no estudo do clima e do ecossistema.

Uma parte do futuro depende também do que empresas como a Phair Earth conseguirem fazer em termos de projeções, admite Pedro Matos Soares. “Se não conseguirmos planear a 10 ou mais anos a nossa sociedade e os sectores mais suscetíveis às alterações climáticas, nunca vamos conseguir mudar este panorama de incêndios, excesso de mortalidade, alergias, doenças cardiovasculares, entre outras doenças”, conclui o investigador de CIÊNCIAS.

Hugo Séneca - DCI CIÊNCIAS
hugoseneca@ciencias.ulisboa.pt
Grande auditório com pessoas

A ULisboa é uma das melhores universidades portuguesas, segundo o portal Research.com, com 131 cientistas entre os mais influentes, dos quais 29 dizem respeito a investigadores, cujo trabalho tem sido realizado na Faculdade e nas suas unidades de investigação.

Rosto de Patrícia Chaves

Patrícia Chaves, atualmente no 3.º ano de doutoramento em Ciências ULisboa, está entre os 12 finalistas da primeira edição da competição Três Minutos de Tese – 3MT ULisboa. A final tem lugar a 30 de maio, às 18h30, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da ULisboa. Patrícia Chaves está atualmente no 3.º ano do programa de doutoramento Biologia e Ecologia das Alterações Globais.

tejadilho de uma carro com paineis solares

Uma equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia e do Instituto Dom Luiz, está a recrutar voluntários para uma campanha de ciência cidadã, cujo objetivo é estimar o potencial da mobilidade solar, utilizando os próprios veículos. A campanha decorre no âmbito do projeto “Solar Cars”.

telescópio

Um grupo de cientistas da Ciências ULisboa e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, membros do CENTRA - Centro de Astrofísica e Gravitação, participam no desenvolvimento do Mid-infrared ELT Imager and Spectrograph (METIS), um poderoso instrumento que vai equipar o maior telescópio do mundo - o Extremely Large Telescope (ELT) – em construção pelo European Southern Observatory (ESO) em Armazones, Chile.

logotipo simpósio

O simpósio internacional sobre “Os impactos humanos na conetividade funcional dos ecossistemas marinhos” realiza-se entre 22 e 25 de maio, no Cineteatro Municipal João Mota, em Sesimbra. Mais de 100 investigadores, gestores marinhos e políticos de 30 países de todo mundo partilham as últimas descobertas na temática e discutem as políticas de gestão e preservação destes ecossistemas.

Sala de reuniões com várias pessoas sentadas

Volker Mehrmann esteve na Ciências ULisboa, em outubro de 2022, para participar na reunião do Comité Executivo da EMS, que pela primeira vez ocorreu em Portugal. “A comunidade matemática portuguesa orgulha-se de, ao longo das últimas décadas, ter colocado com cada vez maior intensidade e reconhecimento Portugal no mapa da Matemática europeia e mundial”, diz Jorge Buescu, professor do Departamento de Matemática da Ciências ULisboa, vice-presidente da EMS, presente nestas reuniões desde 2018.

imagem com linhas e ligações luminosas

O Centro de Matemática, Aplicações Fundamentais e Investigação Operacional em conjunto com o Centro de Estudos de Gestão do Instituto Superior Técnico tem vindo a organizar a série "Workshop on Combinatorial Optimization". A 4.ª edição do evento terá lugar no próximo dia 8 de maio, em formato online.

3 pessoas a mostrar uma capa da Faculdade com o protocolo dentro

Realizou-se esta quarta-feira, dia 3 de maio, a assinatura da adenda ao acordo de cooperação do “UPskill - Digital Skills and Jobs”, um programa que aposta na requalificação de pessoas desempregadas ou em situação de subemprego, nas várias áreas das TIC. No âmbito deste acordo, a Faculdade irá participar como entidade formadora.

chuteira e uma bola de futebol

Em 2022, 23 alunos da Ciências ULisboa foram distinguidos com medalhas desportivas, em cerca de 50 provas de competições universitárias, nacionais e internacionais, nas modalidades karaté, taekwondo, judo, atletismo e natação, alcançando resultados de excelência.

mamífero toirão

O novo Livro Vermelho dos Mamíferos de Portugal Continental, apresentado esta terça-feira, atualiza o conhecimento sobre as espécies de mamíferos terrestres e marinhos da fauna de Portugal Continental e faz uma revisão dos estatutos de ameaça das espécies.

conjunto de pessoas - foto de grupo dos participantes

Nos dias 11 e 18 de março, realizaram-se no Departamento de Química e Bioquímica as semifinais das Olimpíadas de Química + e Júnior, respetivamente.

menina a escrever num papel com formulas matemáticas

Professores da Ciências ULisboa integraram equipas da Direção Geral de Educação, criadas para definir as aprendizagens essenciais para a Matemática do Ensino Secundário.

4 investigadores

Quatro investigadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente estiveram embarcados em expedições oceanográficas no Oceano Atlântico e Oceano Austral, com o objetivo de estudar os processos biogeoquímicos do oceano.

foto de grupo com mulheres homenageadas

O quarto volume do livro “Mulheres na Ciência”, editado pela Ciência Viva, conta com retratos de 101 cientistas portuguesas de diferentes gerações e áreas do conhecimento científico, onze delas investigadoras na Ciências ULisboa.

4 pessoas em frente de uma tela de apresentação

No âmbito da UC “Voluntariado Curricular”, realizaram-se no passado dia 19 de janeiro as apresentações dos projetos dos alunos. Esta UC promove a formação e o desenvolvimento pessoal dos estudantes, sensibilizando-os para as temáticas da solidariedade, tolerância, compromisso, justiça e responsabilidade social.

Henrique Leitão e José María Moreno

Henrique Leitão e José María Moreno Madrid, investigadores do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT) ​​​​​​ganham (em ex-aequo) o prémio Almirante Teixeira da Mota pelo seu livro "Desenhando a Porta do Pacífico. Mapas, Cartas e Outras Representações Visuais do Estreito de Magalhães".

instrumento matemático

Está patente na Fundação Caixa Agrícola Costa Azul, em Santiago do Cacém, “O Cálculo de Ontem e de Hoje”, uma exposição didática concebida pelo Departamento de Matemática da Ciências ULisboa e pelo Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em parceria com o Centro de Ciência Viva do Lousal.

alimentos

O programa da Antena 1 intitulado “Os desafios da alimentação sustentável”, que contou com a colaboração da ULisboa, Universidade Nova de Lisboa e Universidade do Algarve, foi lançado a 6 de fevereiro. Envolvido neste projeto esteve Bruno Pinto, investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, polo da Ciências ULisboa.

Maria Manuel Torres

Maria Manuel Torres, professora do DM Ciências ULisboa, é a protagonista do quinto vídeo do projeto “Porquês com Ciência” sobre Matemática e Sustentabilidade.

pessoas numa exposição

A iniciativa “Café Ciências” está de regresso, após uma pausa forçada devido à pandemia. As sessões terão lugar às quartas-feiras, pelas 17h30, na Galeria Ciências, promovendo olhares cruzados sobre a exposição “A Porta do Pacífico: Uma viagem cartográfica pelo Estreito de Magalhães”.

Marta Panão no estudio FCCN

Marta Panão, professora do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia da Ciências ULisboa, é a protagonista do quarto vídeo do projeto “Porquês com Ciência”, disponível no YouTube da Faculdade. A pergunta “Como pensar a energia nos edifícios do futuro?” está diretamente relacionada com a licenciatura em Engenharia da Energia e Ambiente.

fotografia dos dois premiados

Dois estudantes da Ciências ULisboa receberam, em 2022, Bolsas de Investigação para Doutoramento Maria de Sousa, atribuídas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, em colaboração com a Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica.

Conceção artística de um buraco negro

Uma equipa internacional, da qual faz parte José Afonso, investigador no Departamento de Física da Faculdade e no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, lançou a hipótese de que os buracos negros poderão ter a resposta para a expansão acelerada do Universo.

vários jovens numa foto de grupo

Leonor Gonçalves, estudante do 1º. ano do mestrado em Estatística e Investigação Operacional, fala sobre a sua missão e partilha a experiência enquanto embaixadora das Carreiras na União Europeia (UE), deixando um apelo aos estudantes da Ciências ULisboa com interesse e dúvidas sobre as carreiras da UE, para que entrem em contacto com ela.

mesa com computador, caneca de café e bloco de notas

A Sociedade Portuguesa de Autores atribuiu o Prémio de Jornalismo Cultural deste ano à jornalista Teresa Firmino, editora da secção de Ciência do jornal Público, e membro do Conselho de Escola da Ciências ULisboa.

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