ESPRESSO: Primeira etapa na descoberta de novos mundos

O ESPRESSO completou os testes preliminares e irá em breve ser enviado para o Chile para ser instalado no VLT

University of Geneva

O ESPRESSO é um instrumento de alta resolução e irá permitir descobrir exoplanetas semelhantes à Terra.

Este espectógrafo permitirá decompor e analisar a luz proveniente de estrelas e, com esta informação, medir a velocidade com que as estrelas se aproximam ou se afastam de nós.

O seu nível de precisão vai permitir medir o movimento induzido na estrela pela influência gravítica de um planeta tão pequeno como a Terra; determinar a massa do planeta; esperando-se ainda que os dados permitam, em certos casos, identificar elementos químicos presentes na atmosfera.

A componente tecnológica portuguesa deste projeto foi desenvolvida em parceria entre o IA e o Laboratório de Óptica, Lasers e Sistemas (LOLS), uma unidade de transferência de tecnologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. O grupo constituído ainda por professores e investigadores do Departamento de Física desenvolveu e instalou o sistema ótico do coudé train.

Após perto de dez anos de planeamento e construção, o espectrógrafo ESPRESSO vai ser instalado no Very Large Telescope (VLT), do ESO, no Chile. O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) é um dos membros do consórcio, pelo que terá acesso a 273 noites de observação com o VLT.

Passados os testes preliminares na Europa, como anunciado pelo ESO a 22 de agosto, o ESPRESSO vai partir para a sua primeira etapa na descoberta de novos mundos. Os primeiros dados devem ser obtidos a partir de meados de 2018.

Tal como os restantes membros do consórcio, o IA terá acesso privilegiado à exploração científica deste instrumento, nomeadamente 273 noites de observação com o VLT. A equipa do IA está responsável por definir o catálogo de estrelas a observar para procurar planetas, assim como os alvos prioritários em física fundamental.

Além do ESPRESSO, o IA também participa no projeto HIRES, um espectrógrafo de alta resolução planeado para o futuro ELT.

“A chegada ao Observatório do Paranal será o culminar de oito anos de trabalho num consórcio internacional em que a investigação e a indústria portuguesas mostraram com sucesso o seu valor. Enquanto se abre a porta para a ciência que será feita com o ESPRESSO, estamos já a começar o desenho dos próximos grandes espectrógrafos.”
Alexandre Cabral, investigador do IA, do LOLS e do Departamento de Física de Ciências

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“Os ensinamentos adquiridos em Ciências estão na base das investigações que tenho desenvolvido, foi através deles que adquiri os conceitos e conhecimentos que me permitem desenvolver o estudo dos materiais. Por outro lado, a interação com diferentes áreas da Geologia permite absorver muita informação importante para a interpretação de muitos dos achados”, explica a investigadora Elisabete Malafaia.

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"Recordo-me sobretudo dos professores e da matéria que dava nas aulas. A minha pancada com evolução é forte e já nessa altura era. Ainda hoje nada me dá mais prazer do que aprender e compreender como funciona a vida na terra. Tive muito bons professores durante o curso e isso foi fundamental até quando, mais tarde, saí para fazer o mestrado em Inglaterra", conta o antigo aluno de Biologia de Ciências, António Castelo.

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