Do incêndio da Politécnica aos C´s

E agora?

Pormenor de uma palmeira

Os dias começavam quase sempre da mesma maneira. Era como se os meus pés já conhecessem o caminho: saía de Campo de Ourique, começava a andar, e, de repente, dava comigo a entrar na Avenida das Palmeiras

João Correia de Freitas, aluno do 2.º ano do curso de Biologia, ano letivo 1977/1978
Rosto de Jorge Maia Alves
Jorge Maia Alves
Fonte ACI Ciências

Ali estava eu em resultado de uma decisão quase colectiva de um grupo de amigos no meio de uma noite de copos: porque é que não vamos todos para Física? E fomos. E ainda hoje recordo a primeira impressão de um edifício recheado de história cuja visão tornava absolutamente claro que ali começava uma etapa diferente da minha vida. Os tempos também ajudavam, claro: todos tínhamos a sensação de que tudo podia acontecer desde que saíamos de casa de manhã até que voltávamos. Até mesmo ter um exame de Mecânica com consulta que durava no mínimo oito horas, com almoço e lanche pelo meio. Ou ter o privilégio de assistir às aulas do Professor Andrade e Silva que me abriam linhas de pensamento completamente novas.

Os dias começavam quase sempre da mesma maneira. Era como se os meus pés já conhecessem o caminho: saía de Campo de Ourique, começava a andar, e, de repente, dava comigo a entrar na Avenida das Palmeiras. Pelo caminho, a minha cabeça ia vagueando entre ideias mais ou menos difusas sem nada a atrapalhar. Às vezes, tinha mesmo a sensação de acordar ao entrar na Avenida das Palmeiras, como se nada se tivesse ainda passado naquele dia antes disso. Nem sei mesmo se isso não chegou a acontecer algumas vezes.

E agora? Esquerda ou direita?

Agora era diferente. No fim da Ferreira Borges surgia sempre a mesma dúvida que me tolhia o passo: onde são as aulas hoje? E eu, traído pela minha própria desorganização, fazia todos os dias o mesmo esforço para encontrar uma qualquer lógica que me ajudasse a decidir para onde ir naquele dia. Politécnica? 24 de Julho? É claro que ter um horário comigo ajudaria...

Naquele dia tinha tido o palpite certo, sem dúvida ajudado pelo facto de o semestre ir já longo e me ter conseguido habituar a uma sequência sem lógica aparente. E tinha conseguido chegar a tempo a uma daquelas aulas que nos deixa a pensar durante um par de horas. De repente, vem-me uma ideia à cabeça sobre um ponto que me tinha deixado desconfortável. E se…?

- D. Maria, sabe se o Professor Bragança Gil está cá?

- Não menino, o Senhor Professor foi dar uma aula à 24 de Julho e já não volta hoje. Mas amanhã vem cá.

Amanhã?! Agora é que eu precisava de arrumar esta gaveta na minha cabeça, pensei. Amanhã, o mais certo é já não conseguir ter as ideias tão claras. Olhei para ela e pensei: coitada, ela preocupada com aquele último rim que já mal funciona e eu a massacrar-lhe o juízo com uma pergunta que queria fazer a um professor.

- Obrigado, disse. Falo com ele amanhã.

É claro que não falei.

Era como se o incêndio tivesse varrido o próprio espírito universitário. De repente, o ambiente era outro. Tínhamos deixado de ter uma espécie de casa comum, na qual nos encontrávamos diariamente e onde podíamos conversar sobre tudo. Mesmo que nada tivesse a ver com o que estávamos a estudar. E o Arlindo? Como é que o Arlindo ia sobreviver a isto? Desde que tinha resolvido começar a estudar Quântica por sua conta e risco andava estranhíssimo: chegava de eléctrico, ficava algum tempo a olhar para as palmeiras, apanhava o eléctrico, saía no Largo do Rato, voltava a apanhar o eléctrico para a Politécnica, e assim sucessivamente. Sempre bem-disposto. Sempre com aquele ar ausente de quem tinha descoberto o caminho. Como iria agora compor a rotina que o mantinha vivo?

Nota de redação: O autor não segue o atual Acordo Ortográfico.

Jorge Maia Alves, aluno do 2º ano do curso de Física em 1978
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

No dia 7 de Maio o Departamento de Matemática da FCUL associou-se à AÇÃO ESCOLA SOS AZULEJO com a atividade “Com um simples azulejo” em que participaram alunos do 3º ano de escolaridade da Escola Básica Santo António do Agrupamento de Esc

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Doutoramento e Mestrado em Ciência Cognitiva 

6ª Edição, 2014-15

A revista mais prestigiada na área da Biologia Computacional publicou um artigo que resulta de uma investigação financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e que inclui investigadores de Ciências e da Universidade de Harvard.

O Centro de Investigação Operacional vai realizar no dia 21 de maio, pelas 14h30, na sala 6.4.30 um seminário intitulado Formulations and Exact&nbs

O Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa vai organizar de 4 a 6 de Junho de 2014 um curso intitulado "On Flexible Bayesian Methods for Diagnosis and ROC Curve Estimation".

Conferência no dia 21 de Maio, pelas 16h00, sala 6.2.56, Edifício C6, FCUL, Campo Grande, Lisboa.

Dia: 22 de Maio (Dia Internacional da Biodiversidade)

Apesar de já existir há dois anos e meio, e como há sempre novos funcionários/Docentes a entrar, vimos por este meio divulgar mais uma vez o Sistema de Impressão FCUL para funcionários/Docentes da FCUL.

Dinâmica da Actividade Cerebral -

Perspectivas e oportunidades num dos grandes problemas científicos deste século

Medalha internacional de História das Ciências, Marta Lourenço

Ana Eiró, Fernando Bragança Gil, Maria Alzira Ferreira, Luís Mendes Vítor, Virgílio Meira Soares, Fernando Catarino, Fernando Parente, Noémio Marques, Galopim de Carvalho, são algumas das individualidades de Ciências que Marta Lourenço recorda, em jeito de agradecimento, pelos ensinamentos transmitidos.

A iniciativa existe desde 2008. “Um pequeno Roteiro pela Energia Solar Fotovoltaica na Faculdade de Ciências” inclui visitas guiadas ao Campus Solar e à central de mini geração fotovoltaica nos telhados da Faculdade de Ciências, e ainda a palestra “A revolução solar vem aí!”, proferida pelo professor António Vallêra.

“Os ensinamentos adquiridos em Ciências estão na base das investigações que tenho desenvolvido, foi através deles que adquiri os conceitos e conhecimentos que me permitem desenvolver o estudo dos materiais. Por outro lado, a interação com diferentes áreas da Geologia permite absorver muita informação importante para a interpretação de muitos dos achados”, explica a investigadora Elisabete Malafaia.

Jean-Paul Montagner, Institut de Physique du Globe, Université Paris-Diderot, Paris, France

António Castelo, Aidnature

"Recordo-me sobretudo dos professores e da matéria que dava nas aulas. A minha pancada com evolução é forte e já nessa altura era. Ainda hoje nada me dá mais prazer do que aprender e compreender como funciona a vida na terra. Tive muito bons professores durante o curso e isso foi fundamental até quando, mais tarde, saí para fazer o mestrado em Inglaterra", conta o antigo aluno de Biologia de Ciências, António Castelo.

Expedição Aidnature

“Cada animal, cada comportamento é um desafio. O momento em que conseguimos a imagem de que estamos à espera e que imaginámos na nossa cabeça, é de uma adrenalina enorme, que contrasta com a paz que é estar horas no campo à espera”, declara António Castelo, antigo aluno do curso de Biologia de Ciências, agora biólogo na Aidnature.

 Nos dias 29 e 31 de outubro de 2014 realiza-se uma reunião em Heildelberg, na Alemanha, com o intuito de apresentar os 106 novos membros ao EMBO Council.

Ano Internacional da Cristalografia 2014

O Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa associa-se à comemoração do Ano Internacional da Cristalografia.

MATEMÁTICA E ENSINO

De acordo com o Despacho do Senhor Diretor da Faculdade, a eleição do Presidente do Departamento de Matemática terá lugar no próximo dia 30 de Maio.

Conferência no dia 16 de Maio, 11h30, anfiteatro 3.2.15, Edifício C3, FCUL, Campo Grande, Lisboa.

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