No Campus com Helder Coelho

A Forma do futuro

Robô e criança

A IA está a formatar o nosso futuro e é um agente de mudança na nossa sociedade, e no presente afeta a forma como trabalhamos, o desemprego que temos, o que nos diverte, e as perturbações de atenção que provocam, sobretudo em crianças

unsplash - Andy Kelly

Helder Coelho
Imagem cedida por HC

“A IA precisa de controlo humano.”
Catelijne Muller, Público, 5 dezembro 2017

O debate, em volta da Inteligência Artificial (IA), tem aquecido nos meios de comunicação social com poucas ruturas na comunidade dos cientistas e num mundo cada vez mais dominado pelas desigualdades sociais, baixos salários e pelo alto desemprego científico jovem (22% em janeiro de 2018).

Na Web Summit 2017 Stephen Hawking comentou que o crescimento da IA podia ser “o pior ou a melhor coisa que tinha acontecido à humanidade”. E, nada a opor, pois é claro que a responsabilidade não é só dos programadores, mas sim de todos nós cientistas, professores, projetistas (designers), técnicos do desenvolvimento, governos, membros da sociedade em geral, e todos os restantes seres humanos. Não nos podemos alhear desta questão que não é só tecnológica. As ciências e as técnicas misturam-se também e ninguém se deve colocar de fora. A cultura está também ameaçada pela distração obsessiva (a manipulação frequente de um telemóvel).

Podemos dizer que a Informática também era, no passado, a nossa responsabilidade. Lembro que uma vez, nos anos 80, não consegui levantar dinheiro da minha conta num banco em Lisboa. Um empregado disse-me que “era por causa da Informática, dos computadores”, devia ter respondido que essa situação não devia ter ocorrido, e que a causa era devido a quem programara o sistema de automatização bancária, totalmente dependente do funcionamento dos computadores. E, com certeza dos administradores desse banco que tinham permitido uma tal escolha. Logo, os responsáveis pelas diversas escolhas  eram os seres humanos e não as máquinas.

De novo, em redor da IA, quer sejam robôs cirurgiões, carros (comboios) sem condutor, assistentes digitais (para idosos, tribunais, bancos, seguradoras, hospitais, governos), ou drones (na guerra e nas cidades), os responsáveis somos nós, que temos de regulamentar estas ferramentas de modo a que sejam consideradas éticas (completamente aceitáveis, normais e regulares).

Tal como no passado, onde se prometiam futuros com mais lazer, também agora a IA aparece não como fator de benefício, mas como um sinal de perigo para substituir os postos de trabalho. No entanto, o uso e exploração desta tecnologia pertence aos seres humanos, uns mais gananciosos do que outros.

A IA está a formatar o nosso futuro e é um agente de mudança na nossa sociedade, e no presente afeta a forma como trabalhamos, o desemprego que temos, o que nos diverte, e as perturbações de atenção que provocam, sobretudo em crianças. O tempo e a vida atravessa isto tudo.

Assim devemo-nos lembrar que a tecnologia da IA distingue-se da Informática em geral, pois os seus sistemas possuem níveis mais altos de cognição e emoção, o que exige articulações entre os dados e a experiência humana, equidade, prestação de contas e previsão dos efeitos a longo prazo. O brexit do Reino Unido, afastamento da Europa, não tem só vantagens (quais?): e o peso dos prejuízos e das consequências? Vale a pena a separação do continente se existirem argumentos convincentes e benefícios reais para o Reino Unido? Há quem tenha medo de descobrir esses benefícios, e por isso os esconde!

Existem observadores que exigem que a IA precisa de controle humano. A Accenture defende que a regulamentação ética é hoje urgente. Outros apontam para a possibilidade de colaboração entre os seres humanos e a IA, dando como exemplo o diagnóstico do sistema Watson (IBM), em saúde pública, o qual tem só um erro de 7.5%, enquanto o de um médico humano é de 3.5%. Mas em conjunto (artificial e natural), o erro cai para 0.5%!

Esta necessidade de toque humano reflete-se na automação em geral, muito orientada para o trabalho analítico (norma dos sistemas computacionais), enquanto os seres humanos colocam mais valor na empatia e na sensibilidade social. Será que a nossa educação e treino deve estar mais focada na comunicação e no modo como interatuamos uns com os outros em sociedade?

Quanto à responsabilidade é óbvio que ela deve ser partilhada, e que os agentes de IA devem ser mais justos e éticos. No entanto, toda a Informática tradicional se desenvolveu em redor de um utilizador individual e isolado (mundo fechado). Só mais tarde os agentes de IA (a partir da década de 90) herdaram um estilo conversacional, homem/computador/homem, mais aberto, que evoluiu para uma sociedade distribuída e descentralizada, para facilitar a confiança (note-se que na aviação civil, a presença do piloto e do copiloto no cockpit é obrigatória).

Revendo as discussões nos últimos anos sobre a IA, a ideia da superinteligência (super-homem) e da frieza dos comportamentos dos agentes artificiais, quando comparados com os seres humanos, concluímos que o medo à IA só será ultrapassado com uma nova postura da IA, virada para a enfâse nos benefícios.

Os preconceitos humanos só serão ultrapassados com uma maior confiança (preconceitos com a correção dos dados, a privacidade, a segurança) e a responsabilidade ética, o que exige um código ético global, que afaste o pânico pela falta de trabalho e por comportamentos altamente reprováveis (a desigualdade cada vez maior entre as pessoas, as vantagens só para alguns, enfim a ganância).

Dar muito poder à IA neste momento não é assim razoável, pois o seu desempenho pode ser uma desilusão, como o dos robôs (Sophia e Einstein) no Web Summit 2017! No entanto, se a escolha fosse o AlphaGo, da Deep Mind para o jogo do Go, teríamos uma agradável surpresa se abrissemos a caixa preta! A sua aprendizagem é mais potente e natural, e isso é algo de muito interessante.

Helder Coelho, professor do Departamento de Informatica de Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Encontro CARIBU

No âmbito da parceria a ULisboa recebeu quatro estudantes de África e do Pacífico. A candidata selecionada para a Faculdade de Ciências está a frequentar o mestrado em Geologia Aplicada.

A pouco e pouco vamos pavimentando o caminho para a sustentabilidade, junta-te a nós na actividade que mais te motivar!

Campus de Ciências

A substituição do torniquete por uma porta de vidro na biblioteca do C4, evitando o ruído de entradas e saídas, é um dos exemplos das melhorias implementadas com base neste serviço.

Raquel Barata

O Borboletário, inaugurado em 2006 no mesmo dia do Jardim, completa amanhã oito anos e constitui a primeira estufa de criação de borboletas da fauna Ibérica aberta ao público.

DGEEC disponibiliza informação sobre a produção científica portuguesa e respectivo impacto.

Programa de Estímulo à Investigação

O Instituto Dom Luiz e o Centro de Matemática e Aplicações Fundamentais acolhem os projetos dos dois alunos de Ciências galardoados pelo programa.

No âmbito das atividades do Centro de Investigação Operacional, decorre no Instituto Superior de Agronomia, Edf. Principal, Sala 27, em 29/11/2014, o 3º Workshop em Bio-Optimização.

No âmbito das atividades do Centro de Investigação Operacional, decorre em 29/11/2014, no Instituto Superior de Agronomia, Edf. Principal, Sala 27, o 3º Workshop em BIO-OPTIMIZAÇÃO.

Em CIÊNCIAS, atrair os melhores estudantes é uma prioridade.

Queremos reconhecer, estimular e valorizar a dedicação e o esforço dos nossos estudantes.

A Mercer líder global em serviços de consultoria nas áreas de capital humano, benefícios, pensões e investimentos pretende recrutar 5 novos estagiários.
O perfil procurado é o seguinte:

Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço

Durante o mês de novembro as redes sociais divulgam diariamente informação sobre o novo instituto e o seu papel científico e tecnológico, tanto a nível nacional como internacional.

Capa do livro

Thibault Langlois, professor no Departamento de Informática da Faculdade de Ciências da ULisboa, publicou recentemente um livro em português sobre compiladores, em coautoria com Pedro Reis Santos, professor no Instituto Superior Técnico.

Ricardo Eleutério

O projeto de Ricardo Eleutério, aluno da Universidade Nova de Lisboa (UNL), orientado por Raquel Conceição, professora cientista da Faculdade de Ciências da ULisboa, tem um enorme potencial na deteção precoce de metástases na axila.

fixURself

“Acredito que cursos como este [MIEBB], ensinados por professores com esta qualidade, preparam melhor os alunos para experiências como a deste concurso e, desta forma, para o futuro”, declarou Inês Santos, aluna do mestrado integrado em Engenharia Biomédica e Biofísica de Ciências.

A Matemática da ULisboa encontra-se em 14º lugar no ranking das melhores universidades europeias e em 58º lugar a nível mundial segundo o ranking U.S.

A plataforma moodle arquivo estará em manutenção (não sendo possível aceder à mesma) a partir das 14h00 de dia 3 de novembro até ao final de quarta-feira, dia 5 de

Food & Nutrition Awards

Equipa composta por investigadores do Centro de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências foi distinguida com a 2.ª Menção Honrosa, na categoria de Investigação e Desenvolvimento, da 5.ª edição do “Food & Nutrition Awards”.

A reunião geológico-cultural da Geologists Association aconteceu este ano em Portugal.

Parabéns a ALEXANDRE ANAHORY DE SENA SIMÕES, aluno do Mestrado em Matemática, pela atribuição do prémio do Programa Estímulo à Investigação 2014 na área da Matemática, com o trabalho "Métodos topol&oac

Em 2014 a European Molecular Biology Organization (EMBO) celebra 50 anos. Em entrevista, Margarida Amaral comenta a sua eleição, explica quais são as funções dos membros da EMBO e deixa mensagens a governantes, dirigentes universitários e alunos de ciências.

A sessão de entrega dos prémios realiza-se a 21 de novembro.

O Southwestern European Regional Programming Contest (SWERC) 2014 ocorre a 22 e 23 de novembro de 2014, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

O foco da plataforma Food & Nutrition Awards é “Inovar para Crescer”.

Campus de Ciências

Para um padrão de consumo doméstico típico, um sistema fotovoltaico não é economicamente viável, exceto talvez para muito baixas potências instaladas.

Queres potenciar a tua energia para entrares no mercado de trabalho?

Páginas