Programa de Estímulo à Investigação

Entrevista com… Sara Realista

Sara Realista foi uma das cientistas de Ciências distinguida em 2013 através do Programa de Estímulo à Investigação da Fundação Calouste Gulbenkian, com o projeto "Smart polymer switches for green CO2 capture".

O percurso académico da investigadora foi traçado na FCUL. De 2008 até ao ano de 2011, desenvolveu a licenciatura na área da Química. Em 2011, iniciou o mestrado, na mesma área, vindo a concluí-lo em 2013.

Atualmente, a aluna faz parte do Centro de Química e Bioquímica, que considera ser “um centro de excelência e com a grande vantagem de ter grupos de investigação muito competentes e que apresentam qualidades individuais elevadas”.

Fique a saber mais sobre o seu trabalho, distinguido pelo Programa de Estímulo à Investigação da Fundação Calouste Gulbekian, na entrevista a seguir apresentada.

Sara Realista
"O Centro de Química e Bioquímica de Ciências é um centro de excelência e tem a grande vantagem de ter grupos de investigação muito competentes", afirma Sara Realista
Fonte Cedida por SR

Em que consiste o projeto distinguido pela Gulbenkian?

Sara Realista (SR) - O projeto distinguido pela Gulbenkian tem como objetivo a captura de dióxido de carbono e a sua conversão noutro tipo de produtos de valor acrescentado, como metano, etano, metanol, entre outros. Deste modo, podemos estar a solucionar um problema ambiental bem como a produzir bens úteis para a indústria e com mais-valia para a sociedade.

Em que contexto surge?

SR - Este projeto tem por base a crescente preocupação com alterações dramáticas e irreversíveis no nosso ecossistema devido ao aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera. Ao converter o dióxido de carbono noutros produtos, estamos a usar algo que temos em excesso e que é prejudicial para produzir bens que podem ser úteis à sociedade e/ou às indústrias.

Qual o objetivo e/ou objetivos do trabalho?

SR - O trabalho tem três objetivos principais, o primeiro consiste na síntese de diversos compostos contendo o metal zinco. Esses compostos serão usados na formação de filmes poliméricos que serão os materiais a testar quanto à sua eficiência na conversão eletroquímica de dióxido de carbono noutros produtos.
 

Que importância atribui a este tipo de incentivos?

SR - Este tipo de incentivos é cada vez mais importante para os jovens nos tempos que correm. Trata-se de um enorme estímulo para quem está a iniciar a sua carreira na investigação científica, que é o meu caso, e penso que o caso de todos tendo em conta que o programa se destina a jovens com idades inferiores a 26 anos. É de extrema importância apostar nos jovens em Portugal e que se divulgue este tipo de incentivos por forma a demonstrar a qualidade da ciência que se faz no nosso país e a qualidade dos centros que apoiam estes jovens.

O que significa o reconhecimento deste trabalho para o centro de investigação do qual faz parte, e que está envolvido no projeto?

SR - O centro envolvido neste projeto acaba por beneficiar desta distinção ganhando alguma notoriedade e tornando-se mais apelativo para jovens que procuram centros de excelência para exercerem os seus projetos de investigação.

Quais as mais-valias de trabalhar nesse mesmo local?

SR - O Centro de Química e Bioquímica de Ciências é um centro de excelência e tem a grande vantagem de ter grupos de investigação muito competentes e que apresentam qualidades individuais elevadas.

Quem a apoiou na faculdade, neste projeto?

SR - Na Faculdade tive especialmente o apoio de Paulo Nuno Martinho,bolseiro de pós-doutoramento do Grupo de Química Inorgânica Teórica, que me incentivou à candidatura e que é o meu orientador neste projeto. Tive também o apoio da professora Maria José Calhorda que é a chefe do grupo onde estou inserida e com quem trabalho desde que me iniciei na investigação. De outro grupo do CQB, Grupo de Eletroquímica Interfacial, tive o apoio da Ana Melato com quem colaboro há algum tempo.

Sara Realista na cerimónia da FCG
Sara Realista apresentou o projeto "Smart polymer switches for green CO2 capture", durante a cerimónia de atribuição das bolsas
Fonte Cedida por SR

Que importância considera ter o seu trabalho para a área científica em que se insere?

SR - Tendo em conta o crescente problema que é o aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera, são necessárias atitudes que não adiem o problema mas que o resolvam. Cada vez mais, a comunidade científica tem direcionado os seus horizontes de investigação para resolver esta temática.

Qual o seu caráter “criativo e inovador”? O que o distingue dos demais?

SR - Essencialmente é a ideia de ser possível utilizar algo que está a ser prejudicial para produzir algo que possa ser útil. Também o facto de se usar a corrente elétrica (conversão eletroquímica do dióxido de carbono) e um material à base de zinco, e não outros tipos de recursos químicos mais pesados e/ou poluentes.

Que importância assume esta distinção a nível pessoal e profissional?

SR - Esta distinção tem tanta importância a nível pessoal como profissional. A nível pessoal trata-se de um grande estímulo e recompensa pelo tempo dispendido para a investigação. A nível profissional é algo que enriqueceu o meu curriculum e que vai ter sem dúvida relevância nos anos que se seguem. Ainda a nível profissional é de extrema importância o apoio que a Fundação Calouste Gulbenkian dá a nível financeiro pois não se faz ciência de qualidade sem se investir previamente em material e equipamento à altura.

Que aplicação irá ter?

SR - Este projeto tem a possibilidade de ter aplicação na área da indústria. Para tal, é necessário a investigação profunda do projeto antes de se avançar para qualquer tipo de aplicação à larga escala. Não se pode falar em aplicação à larga escala sem ter investigação fundamental do processo. Por isso, e ao contrário do que muitos possam pensar, a investigação fundamental dos processos e dos materiais é de extrema importância, antes de qualquer passo para a aplicação a larga escala.

Sara Realista na cerimónia de atribuição das bolsas da FCG
 A cerimónia de atribuição das bolsas no âmbito do Programa de Estímulo à Investigação ocorreu em fevereiro  passado
Fonte Cedida por SR

De que forma os ensinamentos adquiridos na Faculdade contribuíram/estão a contribuir para a conceção deste trabalho?

SR - Toda a minha formação académica - licenciatura e mestrado -, ocorreu na Faculdade e foi sem dúvida esta instituição que contribuiu para a obtenção deste prémio. Proporcionou-me os melhores ensinamentos tanto a nível pessoal como a nível científico, tendo em conta os excelentes profissionais que nela estão inseridos.

Quais as mais-valias de trabalhar nesse mesmo local?

SR - Tanto a Faculdade como o CQB proporcionam um bom ambiente de trabalho e além disso fornecem a maior parte dos instrumentos que necessito para desenvolver este projeto.

Futuramente, qual será a aplicação do projeto? Terá continuidade no processo de investigação?

SR - O projeto terá continuidade através da minha tese de doutoramento, cujo tema é o mesmo, a conversão de dióxido de carbono em produtos/bens úteis à sociedade/indústria.

Raquel Salgueira Póvoas, Gabinete de Comunicação, Imagem e Cultura
info.ciencias@fc.ul.pt

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O ano passado “The Sphere of the Earth” integrou a exposição “Formas & Fórmulas”, patente no Museu Nacional de História Natural e da Ciência. De lá para cá e por sugestão de José Francisco Rodrigues, um dos comissários desta mostra, Daniel Ramos começou a atualizar o referido programa tornando-o ainda mais rico em termos de funcionalidades e design, com uma multitude de visualizações cartográficas e da geometria da esfera e pela primeira vez em Português. Assim surgiu Mappae Mundi.

As plantas estão por todo o lado, são-nos indispensáveis de diversas formas, mas a nossa consciência, individual e coletiva, da sua importância, é ainda muito limitada.

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Ao serviço de quem está a ciência e a tecnologia? Devemos ter medo das suas utilizações? Há mesmo o perigo de uma superinteligência fazer-nos mal? Em 2014 e 2015, um conjunto de personalidades pôs em causa o controlo (ou a sua falta) da disciplina da Inteligência Artificial (IA) e abriu o debate com os temas da superinteligência e do domínio dos humanos por máquinas mais inteligentes. Graças a Elan Musk, Bill Gates, Stephen Hawking, Nick Bostrom e Noam Chomsky podemos estar mais descansados com o alerta (na singularidade defende-se que a Inteligência Artificial ultrapassará a humana para criar uma IA geral ou forte), mas mesmo assim cuidado.

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A que cheira a sardinha? Cheira bem, cheira a Portugal. Na próxima quinta-feira, 18 de maio, junte-se a Miguel Santos e a Susana Garrido, dois investigadores do IPMA envolvidos no processo de avaliação do estado dos recursos da pesca em águas nacionais e internacionais para mais uma sessão de 60 Minutos de Ciência, desta vez no Edifício Caleidoscópio.

Cristina Branquinho e Paula Matos propõem utilização dos líquenes como um novo indicador ecológico global.

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A 8.ª edição da feira anual de emprego de Ciências aconteceu em abril. Esclarecimento de dúvidas através do contacto pessoal com empresas, workshops, treino de entrevistas de emprego e análises de currículos foram algumas das atividades que marcaram os dois dias.

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A pergunta “Pode uma máquina pensar?” abre a busca por agentes inteligentes capazes de interatuarem com os seres humanos através de linguagens (a proposta do jogo de imitação como teste de inteligência), e sobretudo de serem autónomos em ambientes sofisticados.

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