O estudo baseia-se em amostras da zona fótica oceânica e séries temporais de armadilhas de sedimentos que foram colhidas ao longo de um transecto transatlântico
Qual o impacto das poeiras provenientes do Sahara na produtividade marinha do Oceano Atlântico tropical, particularmente nos coccolitóforos (fitoplâncton calcário)? Esta é a principal questão que irá marcar o trabalho de Catarina Guerreiro, investigadora do MARE.
Catarina Guerreiro concluiu a licenciatura em Geologia em 2003, o mestrado em 2006 e o doutoramento em 2013. Agora vai desenvolver o projeto “Effects of atmospheric DUST deposition on COccolithophore production (DUSTCO)”, ao qual foi atribuído uma bolsa europeia Marie Skłodowska-Curie.
O estudo baseia-se em amostras da zona fótica oceânica e séries temporais de armadilhas de sedimentos que foram colhidas ao longo de um transecto transatlântico (entre o NW de África e as Caraíbas), precisamente à latitude por onde passa a maior pluma de poeira desértica originária do continente africano (12º N).
Este trabalho será desenvolvido com o apoio e orientação de Vanda Brotas, professora do Departamento de Biologia Vegetal e investigadora do MARE; e em estreita colaboração com o Royal Netherlands Institute for Sea Research (NIOZ) e com o Institute of Environmental Science and Technology (ICTA) da Universidade Autónoma de Barcelona.
A deposição de poeiras desérticas nos oceanos tem o potencial de alterar o clima da Terra e as concentrações de CO2 atmosférico, quer através da fertilização do oceano (fonte de nutrientes para o fitoplâncton marinho), quer através da aceleração da “bomba biológica do carbono” (efeito de lastro).