Portugal participa no desenvolvimento de instrumento para o maior telescópio do mundo

Fotografia de grupo da revisão de design preliminar do METIS

ESO

Um grupo de cientistas da Ciências ULisboa e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), membros do CENTRA - Centro de Astrofísica e Gravitação participa no desenvolvimento do METIS (Mid-infrared ELT Imager and Spectrograph), um poderoso instrumento que vai equipar o maior telescópio do mundo - o Extremely Large Telescope (ELT).

Imagem artística conceptual do ELT
Imagem artística conceptual do ELT
Fonte  ESO/L. Calçada

O desenho completo e preliminar do METIS já está concluído e após esta etapa crítica serão necessários cerca de sete anos para terminar a respetiva construção e instalação no ELT.A revisão de design preliminar do METIS decorreu de 6 a 10 de maio do ano passado, no European Southern Observatory (ESO) em Garching, na Alemanha.

O METIS irá detetar radiação invisível ao olho humano, radiação que se “sente” sob a forma de “calor”. O instrumento irá tirar total partido do espelho primário gigante do ELT para estudar uma enorme quantidade de tópicos científicos, desde objetos do nosso sistema solar até galáxias ativas distantes, com uma precisão revolucionária. A integração e teste dos módulos produzidos em Portugal será realizada no campus da Ciências ULisboa.

“Participar no desenvolvimento do METIS tem sido um gigantesco teste das nossas capacidades de inovação, simulação e construção de instrumentos para a Astrofísica. Coloca-nos na linha da frente como professores, investigadores, engenheiros físicos e estudantes abertos ao mundo do desenvolvimento e da produção industrial, promovendo ainda o nosso acesso a observações realizadas com um instrumento científico de topo que nos transporta para o futuro da Astrofísica”, afirma António Amorim, responsável pela participação portuguesa no METIS, professor do Departamento de Física (DF) da Ciências ULisboa e coordenador do grupo SIM do CENTRA.

A participação portuguesa no desenvolvimento do instrumento tem lugar em vários aspetos. O primeiro é a construção da estrutura mecânica de suporte. O custo total do instrumento METIS ronda os 95 milhões de euros e a sua massa é de cerca de 12 toneladas (equivalente a um autocarro de dois andares). Para Mercedes Filho, gestora do projeto em Portugal no CENTRA e professora do Departamento de Engenharia Física (DEF) da FEUP, “a estrutura de suporte tem requisitos extremos, por um lado deve posicioná-lo com uma estabilidade de 10 milionésimos de uma rotação e 100 milionésimos do metro. Por outro deve resistir a um grande terramoto, mantendo a integridade do instrumento, sendo capaz de suportar uma massa equivalente de 40 toneladas!”.

O desenho do METIS também contou com a participação de estudantes, nomeadamente André Boné, estudante de doutoramento em Engenharia Física na Ciências ULisboa. “Contribuir para o desenvolvimento do instrumento METIS foi a oportunidade de estar ligado a um projeto de vanguarda e multidisciplinar, que me conduziu a uma aprendizagem científica e pessoal de outro modo inalcançável, e ao mesmo tempo me permitiu contribuir para a expansão do conhecimento humano e para o bom nome da ciência e engenharia portuguesa”, refere o jovem cientista.

Desenho de engenharia do instrumento METIS
Desenho de engenharia do instrumento METIS
Fonte ​ESO/METIS Consortium/D. Bettonvil

Já ao nível da Astrofísica muitas descobertas científicas estão a ser preparadas em detalhe dado o elevadíssimo custo e competição pela infraestrutura, como explica Paulo Garcia, investigador do CENTRA e professor do DEF FEUP: “O METIS permitirá um estudo sem precedentes da gravidade na proximidade do buraco negro supermassivo no centro da nossa galáxia. Os avanços estão ligados à sua capacidade de detetar novas estrelas em órbitas mais próximas do buraco negro do que as atualmente conhecidas, como também no estudo do seu movimento”.

Outros investigadores portugueses estão envolvidos na preparação científica desta iniciativa, como é o caso de André Moitinho, investigador no CENTRA e professor do DF Ciências ULisboa; Koraljka Muzic, investigadora no CENTRA; e Alexandre Correia, professor do Departamento de Física da Universidade de Coimbra.

O METIS tem potencial para detetar diretamente exoplanetas terrestres em torno das estrelas mais próximas e permitirá o estudo das estrelas em momentos primordiais, quando têm um milésimo da sua vida total. “É neste primeiro milésimo que se encontram as grandes incógnitas sobre a formação estelar e planetária”, declara André Moitinho. As estrelas nascem em enxames, que têm estrelas com massas que variam das dezenas de vezes a massa do Sol até estrelas com apenas algumas dezenas de massas de Júpiter. “São estas últimas que iremos estudar”, conclui Koraljka Muzic.

O ELT em construção no Chile pelo ESO será o maior telescópio terrestre no ótico e infravermelho quando der início às suas operações, prevista para meados desta década. Com o seu espelho primário de 39 metros de diâmetro e sistemas de ótica adaptativa avançados, o telescópio será capaz de ver detalhes seis vezes mais finos do que o Telescópio Espacial James Webb e 20 vezes mais finos do que o Telescópio Hubble.

ACI Ciências ULisboa com CENTRA
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O Air4, um protótipo para medição de gases indicadores da qualidade do ar, associado a um modelo de análise de mapas e a uma aplicação mobile, ficou em 2.º lugar no 1.º Hackathon de Tra

No Dia da Criança Galopim de Carvalho lança “O Avô e os Netos Falam de Geologia”, editado pela Âncora Editora e apresentado durante a Feira do Livro de Lisboa.

Foi em setembro do ano passado que a HortaFCUL decidiu abraçar o projeto de ajudar a construir uma Horta Pedagógica na Escola Básica de Santo António em Alvalade, em parceria com Direção e Associação de Pais da Escola e apoiado pelo programa de estímulo à aprendizagem financiado pela Gulbenkian.

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 É necessário estabelecer redes de monitorização mais robustas e de larga escala para avaliar o impacto das alterações climáticas e da poluição atmosférica na Bacia do Mediterrâneo, refere comunicado de imprensa do cE3c - Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais.

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O ano passado “The Sphere of the Earth” integrou a exposição “Formas & Fórmulas”, patente no Museu Nacional de História Natural e da Ciência. De lá para cá e por sugestão de José Francisco Rodrigues, um dos comissários desta mostra, Daniel Ramos começou a atualizar o referido programa tornando-o ainda mais rico em termos de funcionalidades e design, com uma multitude de visualizações cartográficas e da geometria da esfera e pela primeira vez em Português. Assim surgiu Mappae Mundi.

As plantas estão por todo o lado, são-nos indispensáveis de diversas formas, mas a nossa consciência, individual e coletiva, da sua importância, é ainda muito limitada.

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“O que realmente me aqueceu o coração foi o facto de que, depois da apresentação, algumas pessoas dedicaram tempo a dirigirem-se a mim para discutir o tema em mais profundidade, explicar-me os seus pontos de vista e opiniões”, declara Helena Calhau, aluna do 2.º ano da licenciatura em Física.

Ao serviço de quem está a ciência e a tecnologia? Devemos ter medo das suas utilizações? Há mesmo o perigo de uma superinteligência fazer-nos mal? Em 2014 e 2015, um conjunto de personalidades pôs em causa o controlo (ou a sua falta) da disciplina da Inteligência Artificial (IA) e abriu o debate com os temas da superinteligência e do domínio dos humanos por máquinas mais inteligentes. Graças a Elan Musk, Bill Gates, Stephen Hawking, Nick Bostrom e Noam Chomsky podemos estar mais descansados com o alerta (na singularidade defende-se que a Inteligência Artificial ultrapassará a humana para criar uma IA geral ou forte), mas mesmo assim cuidado.

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“O Malcolm Love é uma pessoa incrível e ensinou-nos muitas coisas, desde como agir numa entrevista, como contar uma história de forma fascinante, como controlar o nervosismo e principalmente como cativar o público quando falamos”, conta Andreia Maia, aluna do mestrado em Biologia Molecular e Genética, finalista do concurso FameLab Portugal.

A que cheira a sardinha? Cheira bem, cheira a Portugal. Na próxima quinta-feira, 18 de maio, junte-se a Miguel Santos e a Susana Garrido, dois investigadores do IPMA envolvidos no processo de avaliação do estado dos recursos da pesca em águas nacionais e internacionais para mais uma sessão de 60 Minutos de Ciência, desta vez no Edifício Caleidoscópio.

Cristina Branquinho e Paula Matos propõem utilização dos líquenes como um novo indicador ecológico global.

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O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de maio é com Assunção Bispo, assistente técnica do Departamento de História e Filosofia das Ciências.

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Pela 13ª vez, realizou-se em Ciências a fase de semifinal das Olimpíadas de Química Júnior. 67 alunos dos 8.º e 9.º anos conheceram a Faculdade, o Departamento de Química e Bioquímica e testaram conhecimentos de Química, em provas escritas e experimentais.

A 8.ª edição da feira anual de emprego de Ciências aconteceu em abril. Esclarecimento de dúvidas através do contacto pessoal com empresas, workshops, treino de entrevistas de emprego e análises de currículos foram algumas das atividades que marcaram os dois dias.

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A pergunta “Pode uma máquina pensar?” abre a busca por agentes inteligentes capazes de interatuarem com os seres humanos através de linguagens (a proposta do jogo de imitação como teste de inteligência), e sobretudo de serem autónomos em ambientes sofisticados.

Realiza-se este mês a 7th International Conference on Risk Analysis, em Chicago. Nela, a professora de Ciências Maria Ivette Gomes é homenageada pelo seu trabalho na área da Análise de Risco.

Faltam poucos dias para o Dia Aberto. A Faculdade volta a abrir portas aos alunos do ensino secundário no próximo dia 3 de maio.

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