Por Joana Rita Martins da Silva (MARE, IP Leiria).
Um dos maiores desafios atuais da Sociedade está associado ao envelhecimento da população, particularmente relacionado com o aumento da incidência de doenças neurodegenerativas. Apesar da existência de um maior conhecimento sobre estas doenças, a sua etiologia ainda não é totalmente conhecida. Estas patologias não têm atualmente uma cura efetiva e a terapêutica atua principalmente na diminuição dos impactos sintomatológicos. Para além da necessidade de maior investimento em ciência que vise o entendimento das causas e mecanismos das doenças neurodegenerativas, é fundamental desenvolver tratamentos preventivos adequados, torna-se imperativo a procura de novas soluções terapêuticas. Historicamente os produtos de origem natural têm desempenhado um papel extremamente importante para a medicina, sendo este facto evidente pelo elevado número de fármacos, atualmente no mercado, de origem natural ou baseados em estruturas químicas naturais. Em contraste com os organismos terrestres, os organismos marinhos não têm uma história tão significativa de uso na medicina tradicional. Contudo, nas últimas décadas, estes têm-se revelado uma fonte promissora de novas moléculas com potencial terapêutico e com características distintas daquelas encontradas no meio terrestre. Entre os vários organismos marinhos as macroalgas demonstram ser um dos maiores produtores de compostos bioativos, alguns dos quais com elevado potencial biomédico, nomeadamente na terapia de diferentes patologias. Este estudo visa avaliar o efeito neuroprotetor de compostos isolados a partir de uma macroalga, Bifurcaria bifurcata, num modelo celular que mimetiza a condição de stress oxidativo da doença de Parkinson.