Este seminário destina-se à apresentação de trabalhos em curso sobre as inter-relações entre conhecimento científico, tecnologia e formações imperiais. O seminário convoca historiadores, antropólogos e cientistas sociais em geral para uma reflexão conjunta e interdisciplinar sobre a ciência e o fenómeno colonial.
Realiza-se nas segundas quartas-feiras de cada mês, das 12h30 às 13h30, alternadamente na Faculdade de Ciências e no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
As sessões são abertas à comunidade académica e não académica, apelando à participação de investigadores nacionais e estrangeiros, de diferentes instituições.
Resumo: A "influência" francesa sobre a instituição militar portuguesa em termos de contrassubversão - no sentido em que, na véspera e no início da guerra colonial, esta noção é formatada pelas doutrinas elaboradas pela França na guerra da Argélia, ao nível das representações sobre a natureza do conflito e da ação a desenvolver - contribui para colocar os seus promotores nos lugares de poder, modificar o formato de instrução dos quadros que massificam sempre mais os efetivos mobilizados, e enfim para instaurar uma nova dinâmica entre as forças armadas e o poder político. Nesta comunicação será prestada especial atenção ao desenvolvimento institucional e prático da ação psicológica - principal recuperação portuguesa da panóplia contra subversiva francesa, sob a denominação "ação psicossocial". Nesta noção enfatiza-se a vertente da engenharia social, pelo menos no discurso. Nesta comunicação, tratar-se-á o emprego desta arma na orientação desenvolvimentista e repressiva, num contexto de militarização da guerra.