Seminário Ciência e Império

Guerra, Informação e Propaganda: A "conquista das almas " na Guerra Colonial 1961-1974

Rui M. Pereira, lHC/FCSH-NOVA

Sala 8.2.11, FCUL, Lisboa

Este seminário destina-se à apresentação de trabalhos em curso sobre as inter-relações entre conhecimento científico, tecnologia e formações imperiais. O seminário convoca historiadores, antropólogos e cientistas sociais em geral para uma reflexão conjunta e interdisciplinar sobre a ciência e o fenómeno colonial.

Realiza-se nas segundas quartas-feiras de cada mês, das 12h30 às 13h30, alternadamente na Faculdade de Ciências e no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

As sessões são abertas à comunidade académica e não académica, apelando à participação de investigadores nacionais e estrangeiros, de diferentes instituições.

Resumo

Nos últimos anos tem-se intensificado a investigação e o debate sobre o investimento científico e do conhecimento nas diversas épocas da afirmação do império colonial português, desde a fase da expansão marítima à derradeira fase tardo-colonial.

Todavia, os últimos anos do colonialismo português, indissociavelmente mercados pela Guerra Colonial (1961-1974) não tem merecido a mesma atenção da comunidade académica.

É comummente aceite que a guerra alterou profundamente, até na substância, de alguns dos princípios estruturantes da política colonial portuguesa (p.ex. com a abolição do estatuto do indigenato e a automática concessão de cidadania a todo os africanos), eludindo algumas das contradições mais marcantes na caracterização de situação colonial.

Numa primeira fase do estado Novo, entre 1936 1955, ocupação científica foi assumida como política oficial, institucionalizada mesmo na forma da Junta das Missões Geográficas e Investigações Coloniais (após 1953, Junta de Investigação Ultramarina, JIU).

Apos 1955 e até ao despontar da luta armada nas colónias, numa inflexão dessa política científica colonial, deslocalizou-se esse investimento no conhecimento das colónias, até então centrado na Metrópole, para as próprias colónias, fundando-se em algumas delas (Angola e Moçambique) Institutos de Investigação científica e pondo-se termo às missões científicas, episódicas e de curta duração (durante a férias de verão) que académicos provindos das universidades de Lisboa, Coimbra e Porto dirigiam no terreno por pouco mais de um par de meses.

Concomitantemente, determinavam-se linhas de Investigação nos centros de pesquisa da JIU, possibilitando a permanência dos investigadores em missões de longa duração nas colónias, ano após ano, de que o exemplo mais emblemático foi o da Missão de Estudos das Minorias Étnicas do Ultramar Português, dirigida por Jorge Dias.

Depois de 1961. o empenho no conhecimento das realidades socias das colónias (para me cingir às ciências sociais) foi reorientado, em grande media, para os objectivos estratégicos da posição portuguesa, numa empresa muito assinalável, congregando esse “conhecimento civil" no esforço da guerra conduzido pelos militares.

A face mais visível e institucionalizada desse conhecimento estratégico foi a criação, em junho de 1961, dos Serviços de Centralização e Coordenação de Informações, em Moçambique e Angola, serviços que iriam ter um papel decisivo na "conquista das almas" através da sua articulação com os Serviços de Ação Psico-Social, estruturas civis que em 1963 passariam a ser enquadradas e dirigidas militares.

12h30
CIUHCT - Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia
CIUHCT
Representação de pessoa a interagir com tecnologia

O curso introduz o conceito de Digital Twins e a sua aplicação estratégica no contexto do serviço público, com foco na modernização digital, otimização de processos e apoio à decisão - candidaturas até 11 de janeiro.

Bola de cristal colocada no solo

O curso tem como objetivo apresentar aos participantes um estado da arte atualizado sobre a diversidade da biota do solo e os papéis funcionais desempenhados pelos organismos do solo nos principais processos ecológicos - candidaturas até 19 de dezembro.

Imagem exemplificativa da área da deteção remota

Este curso avançado tem como objetivo fornecer acesso e ferramentas para a aquisição e processamento de dados de deteção remota para diferentes aplicações, usando imagens multiespectrais de satélite, drone, terrestres e LiDAR, com foco na caracterização da vegetação e da paisagem, bem como das suas mudanças ao longo do tempo - candidaturas até 19 de dezembro.

Duas pessoas a interagirem num contexto de realidade virtual

O curso explora o potencial da Realidade Virtual (VR) e Aumentada (AR) como ferramentas inovadoras nos processos de onboarding e desenvolvimento de competências - candidaturas até 25 de janeiro.

Ginásio "inundado" de tecnologia

Um programa único na Europa, com o objetivo de capacitar para a integração crítica, segura e eficaz de ferramentas digitais na intervenção clínica - candidaturas até 30 de janeiro.

Imagem abstrata

Neste curso, será promovida uma abordagem multidisciplinar, apresentando as descobertas mais recentes sobre o tema e desafiando a forma tradicional de considerar as associações simbióticas como exceções e não como a regra - candidaturas até 09 de janeiro.

A conferência visa reunir os principais especialistas no domínio da Imagiologia Médica por Micro-ondas (MMWI) e incluirá palestras, apresentações e pósteres de resumos revistos por pares e artigos de conferências, bem como workshops em áreas satélite de investigação com interesse para a investigação em MMWI.

Pessoas a analisarem dados

Candidaturas até 13 de fevereiro.

Um curso prático, limitado a um pequeno número de participantes, destinado a quem procura formação básica em teoria e estatística macroecológica e deseja familiarizar-se com algumas das potenciais utilizações de vários métodos avançado - candidaturas até 13 de fevereiro.

Páginas