Telhado verde - Cobertura Ecológica

Telhado verde

“11 - Cidades e Comunidades Sustentáveis”, “15 - Proteger a Vida Terrestre", "13 - Ação Climática", "6 - Água Potável e Saneamento"

Ciências foi pioneira na instalação da primeira Cobertura Ecológica numa Instituição de Ensino Superior, em fevereiro de 2013. Com o apoio da Galp, da Neoturf Espaços Verdes e da ZinCo, deu início a um projeto piloto, instalando uma cobertura ecológica com recurso a espécies nativas adaptadas ao clima local, cuja evolução está a ser acompanhada por docentes e alunos, contribuindo para um melhor conhecimento do funcionamento e sustentabilidade destas estruturas em áreas mediterrânicas.

 

O que são Coberturas Ecológicas?

As coberturas ecológicas são espaços verdes localizados nos telhados dos edifícios com requisitos mínimos de manutenção, através da utilização de espécies adaptadas ao clima local.

 

Quais os benefícios das Coberturas Ecológicas?

  • Isolamento térmico dos edifícios;
  • Proteção estrutural dos edifícios;
  • Retenção de precipitação;
  • Sequestro de carbono atmosférico;
  • Promoção da biodiversidade nas cidades;
  • Criação de espaços de lazer.

 

Como é a estrutura da Cobertura Ecológica de Ciências?

Para a plantação da Cobertura Ecológica foi necessária a montagem de uma estrutura com substrato e drenagem adequados à vegetação selecionada e que, simultaneamente, mantivesse a integridade do edificado. Na figura seguinte é possível verificar as diferentes camadas da estrutura que proporciona suporte à Cobertura Ecológica.

 

Estrutura da Cobertura Ecológica de Ciências

A Cobertura Ecológica de Ciências em números

Instalação: 2013

Área total: 105m2

Número de plantas: 1560

Número de espécies: 4 espécies do género Sedum

 

A cobertura ecológica está localizada na zona entre os edifícios C4 e C5 e pode ser observada a partir do 3ºpiso do C1, C2 e C4.

 

Quais as espécies utilizadas?

Foram utilizadas quatro espécies do género Sedum, por se tratar de espécies suculentas de folha carnuda que acumulam água e são particularmente resistentes à seca e a temperaturas elevadas, tornando-as potencialmente adequadas à utilização em coberturas ecológicas. Estas plantas têm ainda uma grande capacidade de regeneração por sementes e vegetativa a partir de folhas e porções de caule, o que permite a colonização natural do espaço. Sendo polinizadas por insetos, têm o benefício complementar de contribuir para o aumento da biodiversidade no campus.

Sedum acre L.

 Sedum acre L.

Sedum album L.

 Sedum album L.

Petrosedum rupestre (L.) P.V.Heath (syn. Sedum rupestre L.)

 Petrosedum rupestre (L.) P.V.Heath (syn. Sedum rupestre L.)

 Petrosedum sediforme (Jacq.) Grulich (syn. Sedum sediforme (Jacq.) Pau)

 Petrosedum sediforme (Jacq.) Grulich (syn. Sedum sediforme (Jacq.) Pau)

Além das referidas plantações, está ainda a decorrer um teste-piloto à utilização de transplantes de briófitos (musgos), instalados em novembro de 2014.

Briófitos transplantados para a Cobertura Ecológica

Briófitos transplantados para a Cobertura Ecológica

Briófitos transplantados para a Cobertura Ecológica

 

Monitorização e manutenção. Como funciona?

A manutenção regular da cobertura ecológica é um fator importante neste projeto, o que traduz benefícios não apenas ambientais, mas também educativos, uma vez que a manutenção e monitorização é assegurada por voluntários, alunos e investigadores de Ciências.

Para uma correta avaliação da evolução e sucesso da instalação da Cobertura Ecológica, é necessária a sua monitorização regular. Esta monitorização incluí o controlo: do conteúdo hídrico e da temperatura do substrato; da sobrevivência do número de plantas vivas; do crescimento das espécies (cobertura e altura); e da propagação vegetativa e seminal (presença de novas plântulas).

Avaliação do conteúdo hídrico do substrato

 Avaliação do conteúdo hídrico do substrato

Grelha para avaliação da cobertura

 Grelha para avaliação da cobertura

 

Oito anos depois da instalação da Cobertura Ecológica, o que mudou?

Das 4 espécies iniciais, apenas duas dominam a cobertura (S. sediforme e S. acre), espécies autóctones, enquanto as outras duas (S. album e S. rupestre) são menos visíveis.

A produtividade do local não é tão baixa como à partida se poderia pensar, tendo sido removidos na última monda 4,4 kg de biomassa fresca. Com a ajuda do vento e das aves, chegaram à cobertura as sementes de várias plantas anuais e de herbáceas perenes, que florescem no local (ex. Centranthus calcitrapae, Micromeria graeca). Outras espécies, não tão inócuas para a cobertura, devido ao porte ou à extensão do sistema radicular, são removidas durante as mondas efetuadas 1-2 vezes por ano. Estas incluem árvores de grande porte como carvalhos (bolotas transportadas por gaios, provavelmente do C6) ou choupos e palmeiras (também presentes no campus), entre outras.

Em conjunto com o projecto +Biodiversidade@CIÊNCIAS iniciou-se a marcação das espécies presentes na cobertura, diferenciando entre as que foram plantadas, e as que aparecem espontaneamente.

 

Referências sobre o projeto:

  • Saule Beken (março de 2023) Eficiência dos telhados verdes como medida de mitigação das alterações climáticas. Estudo de caso em Praga (República Checa). Departamento de Paisagem e Planeamento Urbano (FES), Faculdade de Ciências do Ambiente, Universidade Checa de Ciências da Vida Praga
  • Artigo científico (2024) - Cristina Branquinho, Ricardo Cruz de Carvalho et alii A daily time-step hydrological-energy-biomass model to estimate green roof performances across Europe to support planning and policies.

 

Coordenadora: Helena Serrano

Membros do projeto: Alice Nunes, Cristina Branquinho, Pedro Pinho, Ricardo Cruz de Carvalho, Sergio Chozas.

 

Para mais informações, contactar sustentabilidade@ciencias.ulisboa.pt.