Oferta Formativa - Sinopse

Ecologia Vegetal

Código: 461136
Ano Letivo: 2015/16
Departamento: Biologia Vegetal
ECTS: 6
Carga horária: T: 2:00 h; TP: 3:00 h; OT: 1:00 h;
Área Científica: Biologia; 

Objetivos da Unidade Curricular

A  ECOLOGIA VEGETAL tem como objectivos gerais as espécies e comunidades como unidades ecológicas e o modo como a sua estrutura e distribuição é determinada por factores bióticos e abióticos, tendo em conta diferentes escalas de observação, dos indivíduos ao ecossistema. Será abordada a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas em função das constrições ambientais, a sua variação temporal e respostas a perturbações naturais e antropogénicas, com especial ênfase nos ecossistemas mediterrânicos. Pretende-se fornecer bases científicas  que permitam ao aluno  abordar de forma correcta a temática da conservação dos habitats e da biodiversidade.


Pré-requisitos

Sem pré-requisitos

Conteúdos

Factores de stress e perturbação no estabelecimento e desenvolvimento da vegetação. Estratégias adaptativas. Variações temporais no ecossistema. Sucessão ecológica.

O papel da água, radiação e balanço energético no funcionamento dos ecossistemas terrestres.

A economia dos nutrientes nos ecossistemas. Os nutrientes como limitantes ecológicos.

Produção Primária. Produção de folhada, decomposição e acumulação, e factores reguladores.

A importância dos isótopos estáveis em Ecologia.

O impacto das alterações globais e espécies invasoras na estrutura e funcionamento dos ecossistemas:

Impactes ecológicos, mitigação e restauração de ecossistemas desertificados e degradados. O fogo como factor ecológico nos ecossistemas mediterrânicos.

Ecologia Urbana. Fragmentação das manchas florestais.

Propriedades do ecossistemas como sistemas integrados: Resiliência vs Inércia.

Conservação vs gestão como forma de manter a estabilidade dos ecossistemas.

 

Descrição detalhada dos conteúdos programáticos

Componente Teórica

Componente Teórica

 

1. Objectivos da disciplina. Da ecofisiologia das plantas à dinâmica das comunidades e paisagens. Conceitos e metodologias. Estabelecimento e desenvolvimento da vegetação. Factores de stress e perturbação. Estratégias de vida. Estratégias da fase estabelecida e da fase regenerativa. Estratégias primárias e secundárias. Modelo de Grime. Formas de vida e tipos funcionais. Demografia.

2. Variações temporais no ecossistema. Sucessão ecológica. Caracterização da dinâmica de sucessão. Teoria Clementsiana. Teoria da substituição florística teoria da composição florística inicial. Facilitação. Variação das características dos ecossistemas durante os processos sucessionais. Comparação dos diferentes processos sucessionais nos diferentes biomas.

3. O papel da água no funcionamento dos ecossistemas terrestres. A água como factor determinante na produção primária dos ecossistemas. Aspectos gerais das relações hídricas nas plantas-continuum solo-planta-atmosfera. O papel da vegetação no ciclo hidrológico. A importância da água subterrânea e da conservação dos níveis das toalhas freáticas nas comunidades costeiras. Aspectos ecofisiológicos em plantas adaptadas à seca e a sua importância para a ecohidrologia. A pegada hídrica e os desafios que se colocam quando da conservação dos recursos hídricos.

Case Study: As florestas costeiras sobre cenários de limitação de água subterrânea: dos trópicos ao mediterrâneo – (Cristina Antunes)

4. Resposta das plantas aos factores de stresse. O caso particular da vegetação mediterrânica. A teoria subjacente aos grupos funcionais e às suas características específicas no funcionamento dos ecossistemas. O papel da biodiversidade no funcionamento dos ecossistemas. O conceito de “tiping point”. Mecanismos e relações entre espécies (competição e facilitação)

5. O funcionamentos dos ecossistemas terrestres sob a influência do aumento da concentração do CO2 e aumento da temperature. Produtividade primária e o balanço de carbono e água através da medição dos fluxos de carbono e água nos ecossistemas terrestres. O caso particular do montado. A resiliência das comunidades vegetais num ambiente em mudança.

6. Introdução às espécies invasoras. Apresentação da teoria da disponibilidade de recursos e perturbação. As espécies invasoras e os factores bióticos e abióticos que determinam a sua expansão e desnvolvimento. Adaptação e plasticidade fenotípica. O papel das comunidades microbianas no controlo das espécies exóticas-invasoras. Os impactes ecológicos no funcionamento e na utilização dos recursos. O caso particular da Acacia longifolia em Portugal. A competição para a água por parte da Acacia longifolia em sistemas dunares. A composição isotópica do azoto como "tracer" da invasibiliade da Acacai longifolia em sistemas dunares . As acacias asutralianas como “um modelo” ao nível global.

Case Study: Análise espacial do impacto ecológico da Acacia longifolia em sistemas dunares: o papel da rizosfera. (Florian Ulm)

7. A fenologia como uma ciência actual no contexto das alterações globais. O seu papel na monitorização das alterações globais (i.e. LTER). O desenvolvimento dos padrões fenológicos das plantas e a interacção planta-animal. O caso particular das espécies exóticas-invasoras. O desafio global no controlo e erradicação das espécies exóticas-invasoras. Os desafios societatais na sua gestão. A UE e as políticas para o controlo e gestão das espécies exóticas-invasoras. Efeito da presença de Pinus pinaster na fenologia e ecofisiologia de uma espécie invasora (Acacia longifolia).

8. A economia dos nutrientes nos ecossistemas. Os nutrientes como limitantes ecológicos. Habitats oligotróficos. Mecanismos estabilizadores da reciclagem de nutrientes. A herbivoria e a produtividade. Adaptações antiherbivoria. Defesas móveis e imóveis. Interacção planta-animal e sua influência na distribuição da vegetação e na sucessão ecológica. Exemplos de caso estudo do papel dos animais na distribuição da vegetação.

9. Plantas de ambientes extremos. Áreas salinas e ricas em metais. Ilhas geoquímicas como exemplos, habitats serpentínicos. Ambientes oligotróficos e eutróficos. Adaptações. O caso estudo do Plantago almograviensis na costa SW Alentejana.

10. O impacto das alterações globais na estrutura e funcionamento dos ecossistemas: o problema das alterações climáticas e desertificação, o problema do aumento da eutrofização e o aumento dos compostos tóxicos.

Case Study: Como calcular os níveis críticos de N nos ecossistemas? Dr Pedro Pinho

11. Ecologia Urbana. Fragmentação das manchas florestais. Indicadores de diversidade urbana. Aumentando a conectividade em ambientes urbanos. As infraestruturas “verdes” em ambiente urbano, que impacto?. Indicadores do impacto da poluição atmosférica em zonas urbanas.

12. Propriedades dos ecossistemas. Resiliência vs Inércia. Elasticidade, Amplitude, Histeresis e Maleabilidade. Exemplos concretos em ecossistemas mediterrânicos. Ruptura dos ecossistemas – casos estudo.

13. O fogo como factor ecológico na vegetação mediterrânica. Causas e consequências. Factores determinantes do fogo. Diferentes tipos de fogo. Regeneração da vegetação após o fogo:. "Obligate sprouters", "Obligate seeders" e "Facultative sprouters". Exemplos de espécies mediterrânicas. Padrão demográfico da vegetação a seguir ao fogo. Frequência de fogos. Fogos controlados como forma de gestão.

14. Impactes ecológicos, mitigação e restauração de ecossistemas desertificados e degradados. O caso particular da exploração de minas a céu aberto pedreiras calcárias.

Case Study: Hidrosementeiras. Drª Graça Oliveira

Case study: “O papel dos bancos de sementes na conservação da biodiversidade – Drª Adelaide Clemente (curadora do Banco de sementes do Jardim Botânico do MNHN) .

 

Componente Teórica-Prática

1ª TP- Introdução às metodologias usadas em Ecofisiologia e a aplicar na saída de campo às dunas da Caparica: 1 - Porómetro de vapor de água - transpiração e resistência estomática, 2- Câmara de Scholander - potencial hídrico, 3 - Fluorómetro - eficiência quântica óptima (Fv/Fm) e Yield, 4 - Espectroradiómetro - espectros de reflectância das folhas, 5 - SPAD - clorofila das folhas.

2ªTP - A importância dos isótopos estáveis como uma ferramenta em Ecologia. Noções básicas, nomenclatura e utilização dos isótopos estáveis em ecologia. Introdução `as causas do fraccionamento isotópico do carbono e do oxigénio nas plantas. A aplicação de composição isotópica do carbono em estudos de eficiência do uso da água. O caso particular da vegetação mediterrânica. Utilização da água dos lençóis freáticos e a aplicação dos isótopos de oxigénio no funcionamento dos diferentes grupos funcionais num sistema dunar sob exploração do aquífero.

3ªTP - Saída de Campo: Dunas da Fonte da Telha (Costa da Caparica)

Espécies invasoras e seus efeitos na alteração do ambiente e nas comunidades vegetais autóctones dos sistemas dunares da Costa da Caparica (Fonte da Telha). Estudos ecofisiológicos em diferentes grupos funcionais dos sistemas dunares. Espécies invasoras vs autóctones

4ªTP - Determinação de diferentes características foliares das espécies colhidas nas dunas. Avaliação da área das folhas, conteúdo hídrico, peso foliar específico e densidade estomática. Abordagem ao tratamento dos dados obtidos durante a saída de campo.

5ªTP - Saída de campo à Companhia das Lezírias. Avaliação da pastorícia na biodiversidade e funcionamento de montados de sobro. Estudos de diversidade liquénica e plantas vasculares em montados sujeitos a pastorícia e em montados sem pastagem há cerca de 20 anos. Colheita de folhas para avaliação do conteúdo de carbono e azoto e da utilização da água e do azoto através de isótopos estáveis

6ª TP - Compilação e tratamento dos dados recolhidos durante a saída de campo à Companhia das Lezirias.

TP - Avaliação do índice de área foliar (LAI) em diferentes espécies com base em medições de atenuação da radiação pelas copas e em fotografias hemisféricas com objectiva de olho de peixe. – Abordagem às diferentes metodologias em espécies arbustivas e arbóreas do Campus da FCUL.

 

Bibliografia

Recomendada

ABER, J. D. & MEILLO, J.M. 2001. Terrestrial Ecosystems. Harcourt Science and Technology Company.  2ªed. San Diego. Tokio.

BARBOUR, M.G.,  BURK, J. H. ,  PITTS, W. D., GILLIAM, F. S. & SCHWARTZ,M.W. 1999. Terrestrial Plant Ecology. The Benjamin Cunnings Publishing Comp..3ª ed.

GRIME, J.P. 2001. Plant Strategies, Vegetation Processes and Ecosystems Properties. John Wiley& Sons. LTD. 2ªed.Chichester. New York.Toronto.

GUREVITCH, J.,SCHEINER S.M. & FOX G.A. 2002. The Ecology of Plants. Sinauer Associates,Inc. Publishers. Sunderland, Massachutts, USA

MOORE, P. D.& CHAPMAN, S. B. 1986. Methods in Plant Ecology. Blackwell Scientific Publications.

TERRADAS, J.(2001). Ecologia de la Vegetación. De la ecofisiologia de las plantas a la dinámica de comunidades y paisajes. Ed. Omega. Barcelona.

VAN DER MAAREL, E.2005. Vegetation Ecology. Blackwell Publishing. USA.

WALKER L.R.& MORAL R. 2003. Primary Succession and Ecosystem Rehabilitation. Cambridge University Press. Cambridge. UK.

 

Outros elementos de estudo

Artigos cientificos da especiliazado relacionados com a matéria teórica e os trabalhos práticos

 

Métodos de Ensino

Apresentação teórica e elucidativa de conteúdos.

Concretização de trabalhos práticos de campo e tratamento de dados. Apresentação de um trabalho sob a forma de artigo cientifico

 

 

Métodos de Avaliação

Relatório sobre trabalho teórico-prático num tópico específico (paper cientifico) - 40%

Exame final teórico - 60%

 

Língua de ensino

Português