ESO

Quem faz o sistema ótico do coudé train do espectrógrafo ESPRESSO?

sistema ótico

Para terminar o projeto faltam três missões, ou seja, três viagens de trabalho ao Chile: em maio, outubro e a terceira a definir

AC

Alexandre Cabral começou a trabalhar em ótica ainda antes de terminar a licenciatura em Física Tecnológica, tendo estagiado no INETI sob orientação de José Rebordão, professor do Departamento de Física. Após a licenciatura em Ciências concluiu na mesma faculdade o mestrado e o doutoramento. No seu percurso a luz sempre foi o denominador comum.

A resposta é simples: uma equipa portuguesa da qual fazem parte professores e investigadores do Departamento de Física de Ciências, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e do Laboratório de Óptica, Lasers e Sistemas (LOLS).

Foi em 2010 que o projeto ESPRESSO deu o primeiro passo. Já a primeira viagem, até ao Chile, mais precisamente ao deserto do Atacama, aconteceu em 2011. Desde então, as malas do grupo já foram feitas umas quantas (muitas) vezes.

Qual o objetivo? Trabalhar na construção do espectrógrafo de alta resolução ESPRESSO, um instrumento que serve para ver o espectro dos astros, mais precisamente no sistema ótico coudé train, um aparelho composto por nove elementos óticos que levam a luz desde o telescópio até ao espectrógrafo com o mínimo de perdas, ao longo de um trajeto com cerca de 60 metros.

“Temos que garantir que o sistema vai ‘sobreviver’ a um tremor de terra com certas características”
Conversas em Ciências com Alexandre Cabral

instalação de um os elementos óticos
Instalação de um dos elementos óticos do coudé train num dos quatro telescópios do VLT
Imagem cedida por AC

É no European Southern Observatory (ESO) que ele se encontra e, apesar de algumas das peças serem produzidas em Portugal, as deslocações àquele sítio são parte do processo. Portugal já enviou para serem instalados nos telescópios mais de duas toneladas de componentes e subsistemas, montados ou integrados no LOLS. Em 2014 iniciou-se a instalação desses componentes mecânicos de interface.

A equipa do ESPRESSO é composta por quatro países: Portugal, Suíça, Espanha e Itália, no consórcio inclui-se ainda o próprio ESO.  Em Portugal, a entidade responsável é o IA. O astrónomo Nuno Santos, antigo aluno de Ciências é o investigador principal deste projeto financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa contam-se atualmente sete profissionais de instrumentação alocados ao projeto, nomeadamente Alexandre Cabral, Manuel Abreu, João Pinto Coelho, Pedro Santos, António Oliveira, Catarina Oliveira e David Alves. Da Universidade do Porto, além de Nuno Santos, o grupo conta também com Manuel Monteiro, Sérgio Santos e Pedro Figueira.


Equipa do IA/LOLS no Paranal: Alexandre Cabral, Pedro Santos, Manuel Abreu, António Oliveira e David Alves
Imagem cedida por AC

Alexandre Cabral e Manuel Abreu, dois dos elementos que fazem parte do projeto desde o início, em conversa com Ciências, deram conta do trabalho realizado “na montanha”, no Chile, local onde se encontram os observatórios do ESO, a qualquer coisa como 2670 metros de altitude.

“Nós estamos a aprender muito…”
Conversas em Ciências com Alexandre Cabral

Ambos desenham, “redesenham” as vezes que forem necessárias, concebem, implementam e testam os sistemas óticos do coudé train. Tarefas que exigem precisão e que nem sempre seguem à risca a planificação inicial, tantas são as variáveis e a interação com outros instrumentos já instalados. Do desenho à realidade, tudo passa pelas suas mãos (literalmente).

“O coudé train foi feito exclusivamente pela equipa portuguesa. Houve muitos pormenores que não era suposto termos feito, como furos no telescópio necessários para determinada aplicação, e acabámos por fazer. Andámos de berbequim na mão, a dar resposta a qualquer necessidade que apareceu. Houve o dobro de esforço que inicialmente julgámos existir. Houve muitas alterações a fazer”, relatam os investigadores.

Very Large Telescope (VLT) é composto por quatro telescópios de 8m e quatro telescópios auxiliares de 1,8m

O instrumento tem grande importância na continuação da descoberta do espaço tem por objetivo procurar e detetar planetas parecidos com a Terra e testar a estabilidade das constantes fundamentais do Universo.

Nada capaz de desencorajar a equipa, até porque, como reforçam “o espírito de grupo é forte, somos unidos”, e o resultado do trabalho é recompensador face aos avanços positivos dentro das áreas científicas Física e Astronomia.Por exemplo, o coudé train faz com que “a luz de quatro telescópios seja conduzida para o espectrógrafo, o que permite ter como resultado a maior área coletora do mundo para telescópios óticos”, acrescentam. Por outro lado, o facto de se estar a construir de raiz este sistema ótico, faz com que os investigadores tenham conhecimento acrescido passível de aplicação em outros projetos de relevo. Por fim, entre outros aspetos positivos, este projeto coloca o IA e o LOLS na linha da frente da investigação mundial neste contexto.

Cada missão ao Chile é composta por duas ou quatro semanas, durante as quais só há “tempo livre” quando é preciso obrigatoriamente descer da montanha para o hotel (por razões relacionadas com a altitude a que se encontra o observatório), acontece de duas em duas semanas. Nessa altura, durante um dia, é tempo de descontrair, responder a emails e avançar trabalho pendente de outros projetos.

“O sonho é daqui a 10 anos os centros de investigação em Portugal nesta área terem uma componente de instrumentação tão forte como a que vemos lá fora”
Conversas em Ciências com Alexandre Cabral

Alexandre Cabral e Manuel Abreu, continuam a dar aulas na Faculdade de Ciências. A logística nem sempre é fácil, mas, mais uma vez, revela-se compensatória. Para as aulas do mestrado integrado em Engenharia Física há sempre exemplos práticos trazidos do Chile para explicar aos alunos alguns dos procedimentos em aprendizagem. É um género de “win win” para quem conta e explica e para quem ouve e aprende.

Para terminar o projeto faltam três missões, ou seja, três viagens de trabalho ao Chile: em maio, outubro e a terceira a definir.

Até lá, o trabalho e empenho da equipa continuam.

Raquel Salgueira Póvoas com Ana Subtil Simões, Área de Comunicação e Imagem de Ciências
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Pedreira

O mestrado em Geologia tem como objetivo formar profissionais com uma formação sólida em áreas chave das Ciências da Terra e que possam responder aos desafios da sociedade do século XXI. Artigo de opinião do Departamento de Geologia a propósito deste novo plano de estudos.

saída de campo da Geologia

A Faculdade tem um novo ciclo de estudos acreditado pela  Agência e Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), para substituição dos mestrados na área da Geologia com 90 ECTS. O novo mestrado em Geologia tem a duração de dois anos, com 120 ECTS.

Mesa com vários oradores no grande auditório da Faculdade

A sessão de abertura do 30th International Carbohydrate Symposium foi antecipada e presencial, tendo sido gravada em Ciências ULisboa, para ser apresentada internacionalmente a 10 de julho, primeiro dia do simpósio. A cientista Amélia Pilar Rauter, nesta crónica, descreve o que aconteceu nessa sessão, o antes e depois… O simpósio termina a 15 de julho e segundo a presidente da International Carbohydrate Organisation  serão apresentadas as invenções e descobertas mais recentes, muitas delas relevantes para a sociedade.

dois alunos no laboratório

Doze alunos do Clube Ciência Viva da Escola Secundária Padre António Vieira visitaram um dos laboratórios da Faculdade. A visita foi organizada pelo professor Octávio Paulo, orientada por dois alunos da Faculdade.

Imagem do palco do evento com oradores em destaque

“A iniciativa alcançou o sucesso científico desejado, prontamente reconhecido pela maioria dos seus participantes, (...) o que confirma o interesse crescente que os temas dos riscos urbanos têm vindo a suscitar, no seio da comunidade técnica e científica internacional”, escreve Paula Teves-Costa, presidente da Comissão Organizadora da ICUR2022.

evento da ECFS com pormenor para sigla da sociedade

Carlos M. Farinha, professor do Departamento de Química e Bioquímica da Ciências ULisboa e investigador do Grupo de Investigação em Fibrose Quística, incluído no Grupo de Genómica Funcional e Proteostase do BioISI, foi eleito membro do Conselho de Direção da Sociedade Europeia de Fibrose Quística (ECFS sigla em inglês).

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"O BioBlitz é uma metodologia para realizar uma avaliação rápida da biodiversidade de um local num determinado período de tempo", escrevem Patrícia Tiago e Sergio Chozas, coordenadores do +Biodiversidade @CIÊNCIAS. Há cerca de um mês dinamizaram um BioBlitz no campus da Faculdade. Leia a crónica dos cientistas sobre o assunto.

Imagem de satélite da erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai

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Imagens do campus, laboratórios e salas de aula

Entrevista com os professores Cláudio M. Gomes, Margarida Gama Carvalho e Carlos Cordeiro - membros da Comissão de Coordenação do Mestrado em Bioquímica e Biomedicina -, sobre o mestrado em Bioquímica e Biomedicina. Até maio de 2022, cerca de 165 alunos concluíram com sucesso este mestrado, criado em 2009.

Imagens relacionadas com o mestrado em Bioquímica e Biomedicina

"Há importantes mudanças no plano de estudos. Simplificámos o percurso formativo, abolindo áreas de especialidade, mas dando grande liberdade aos alunos para a escolha das optativas que mais lhes interessam e ampla escolha", escrevem Cláudio M. Gomes, Margarida Gama Carvalho e Carlos Cordeiro, membros da Comissão de Coordenação do Mestrado em Bioquímica e Biomedicina.

bioplásticos

O BioLab Lisboa é palco do evento Young Creators – BioLab Edition, que se realiza entre 4 e 8 de julho e cujas inscrições terminam a 2 de julho. O programa destina-se a pessoas com mais de 12 anos. O objetivo desta iniciativa é incentivar a criatividade e o desenvolvimento de novas ideias, através do acesso a equipamentos e ao conhecimento na área da Biotecnologia.

Jovem em frente ao computador

A 1.ª fase de candidaturas aos mestrados da Faculdade decorre até 11 de julho. Esteja atento às redes sociais da Faculdade e conheça os testemunhos de quem frequenta estes cursos. Para Fernanda Oliveira, subdiretora da Direção, “a Faculdade tem uma oferta formativa muito diversificada”.

Complexo não covalente de composição [KrSF5]+ (Fig. 1), que provem duma molécula estável, [KrSF6]+ (Fig. 2), em resultado da reação direta de hexafluoreto de enxofre com crípton ionizado

Este ano comemora-se os 60 anos da descoberta da reatividade dos gases nobres nomeadamente do xénon. Nuno A. G. Bandeira, investigador do Departamento de Química e Bioquímica e do BioISI Ciências ULisboa, escreve sobre os gases nobres, suas aplicações e um estudo recente da sua autoria e de cientistas do Centro de Química Estrutural e que apresenta um novo composto de crípton.

Logotipo GMC

A primeira fase de decisões da primeira volta do Global Management Challenge 2022 terminou no passado dia 14 de junho. Em competição estiveram 206 equipas a nível nacional - compostas por estudantes, quadros de empresas ou mistas -, duas delas incluem estudantes da Ciências ULisboa.

Grande auditório da Faculdade com pessoas

Vale a pena recordar os 111 anos comemorados no grande auditório da Faculdade no canal YouTube, numa viagem imaginária a Marte, com a tradicional entrega de prémios e distinções e outros momentos singulares, assim como conhecer a opinião daqueles que participaram no evento.

sao jorge ao fundo e logotipo da iniciativa

“Andamentos da Ciência” é o novo ciclo de conferências da Ciências ULisboa que arranca no próximo dia 22 de junho. Nesta iniciativa, especialistas de diferentes áreas do conhecimento vão partilhar o saber sobre os temas mais atuais da sociedade, na forma de comunicações inspiradas nas palestras TED.

quatro estudantes

O Departamento de Geologia atribuiu 14 cartas de reconhecimento de mérito aos melhores alunos da licenciatura em Geologia de 2019/2020 e de 2020/2021. O Gabinete de Jornalismo entrevistou alguns dos estudantes distinguidos na ocasião. Saiba o que pensam sobre o curso que frequentaram na Faculdade e o que estão a fazer neste momento.

conjunto de pessoas no palco

Numa cerimónia realizada durante a Feira Nacional da Agricultura 2022, em Santarém, foi apresentado e contratualizado o projeto AdaptForGrazing, inscrito no Plano de Recuperação e Resiliência. O projeto é coordenado por Cristina Branquinho, professora do Departamento de Biologia Vegetal da Faculdade e investigadora do cE3c.

Praia

No próximo dia 17 de junho, na praia de Albarquel, em Setúbal, decorrem as atividades “Ida à Maré e Festa na Praia”, promovidas pelo projeto bLueTIDE. Estas atividades contam com a participação de investigadores do MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, polo da Ciências ULisboa, com o apoio da Incubadora do Mar & Indústria da Figueira da Foz.

Ato solene da atribuição do título no Centro Cultural Alcazaba de Mérida

Ricardo Trigo, professor do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia e investigador do Instituto Dom Luiz, recebe título doutor honoris causa da Universidade da Extremadura, numa cerimónia que teve lugar no Centro Cultural Alcazaba de Mérida, em Badajoz, Espanha, no passado dia 1 de junho.

Galardoados com os Prémios Verdes

O COVIDETECT é o vencedor dos Prémios Verdes na categoria investigação. “É uma distinção que muito nos honra e que reforça o caráter inovador e visionário do projeto”, diz Mónica Vieira Cunha, professora do Departamento de Biologia Vegetal da Ciências ULisboa, investigadora do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c) e coordenadora científica do consórcio.

lancha hidrográfica leva os alunos para o rio

Durante o mês de maio, uma turma de alunos do 3.º ano, finalistas do curso de Engenharia Geoespacial deslocou-se em trabalho de campo até à Praia de Santo Amaro, em Oeiras, para realizar um levantamento topo-hidrográfico da praia. O trabalho constitui o projeto final da disciplina de Hidrografia, ministrada pelo professor Carlos Antunes.

Anfiteatro com os participantes da homenagem

Este ano a celebração do Dia Mundial da Terra no Departamento de Geologia foi ainda mais especial:organizaram a conferência “A evolução da Geologia costeira em Portugal e principais desafios futuros” com o objetivo de surpreender e homenagear César Andrade, professor na Faculdade há 43 anos. A reportagem inclui vários testemunhos de colegas e antigos alunos.

Joana Ribeiro, Bárbara Henriques e Filipa Carvalho no simpósio

A Sociedade Portuguesa de Doenças Metabólicas (SPDM) atribuiu uma bolsa de apoio à investigação Dr. Aguinaldo Cabral, no valor de 10.000€, a Bárbara Henriques, investigadora do Departamento de Química e Bioquímica e investigadora principal do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI), polo da Ciências ULisboa. É a primeira vez que um investigador da Ciências ULisboa recebe este prémio.

Cinco alumni e logotipo da rubrica

Esta foi a pergunta feita a cinco alumni da Ciências ULisboa durante o mês de maio. A primeira série de lives transmitidas em direto no Instagram também está disponível no canal YouTube da Faculdade. Estas primeiras cinco conversas descontraídas e enriquecedoras contaram com a presença de Eduardo Matos, Dário Hipólito, Ana Prata, Margarida Ribeiro e João Graça Gomes.

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