Opinião

A importância da Filosofia das Ciências numa Faculdade de Ciências

Einstein com estudantes da Lincoln University

Einstein com estudantes da Lincoln University

The Canadian Friends of Hebrew University

“A knowledge of the historic and philosophical background gives that kind of independence from prejudices of his generation from which most scientists are suffering. This independence created by philosophical insight is—in my opinion—the mark of distinction between a mere artisan or specialist and a real seeker after truth.” Albert Einstein, Letter to Robert A. Thornton, 1944

João Cordovil
João L. Cordovil
Imagem cedida por JC

Esta frase, dirigida por Einstein a um estudante de Física em 1944, poderia ser dirigida a qualquer estudante, de qualquer ciência, em qualquer tempo. Ela carrega em si uma tese fortíssima e intemporal sobre a importância da Filosofia da Ciência na formação intelectual de um cientista. Se é possível – e sem dúvida que o é – formar um fazedor de ciência tecnicamente competente, essa formação, por si só - assinala Einstein - permite apenas a formação de um artesão de ciência, de um especialista. Não a de um cientista de facto, completo, sólido. Ser um cientista, enquanto produtor de conhecimento científico relevante, enquanto aquele que procura a verdade sobre o mundo que estuda, exige que este – o/a cientista - possa pensar liberto - ou pelo menos, consciente – do conjunto de pressupostos implícitos, mas decisivamente condicionantes, que todos cientistas carregam no interior da sua actividade. Essa libertação ou consciência desses pressupostos só se alcança, só se pode alcançar, deslocando-se para um lugar onde estes possam ser questionados, pensados criticamente, analisados. Esse lugar necessário à ciência, indica Einstein, só se alcança pela Filosofia da Ciência.

Por outro lado, perguntar, por exemplo, pelos limites da ciência, sejam estes éticos, metodológicos, epistémicos ou outros; perguntar pela implicações e impactos da ciência, também na sociedade; perguntar por aquilo que são as suas fronteiras e relações com a Tecnologia, ou com a Arte, por exemplo; sobre o que é o conhecimento científico; sobre como podemos ser realistas sobre a ciência; se a Inteligência Artificial poderá vir a ter consciência e o que é isso da consciência, ou o que é a ciência, a biodiversidade, a energia, o tempo... São tudo questões, entre tantas mais, que sendo relativas à ciência, não são objecto de estudo dos cientistas, nem a ciência, por si só, as poderia alguma vez enfrentar. Estas questões e tantas outras acompanham os cientistas como uma sombra e só tomam a devida luz através da Filosofia da Ciência. Não admira, pois, que Einstein, Bohr, Heisenberg, De Broglie, ou mais contemporaneamente, Rovelli e Smolin, entre tantos mais, compreenderam e compreendem tão inequivocamente a importância da Filosofia da Ciência na formação de um cientista.

A Filosofia da Ciência tem tido, pelo menos desde 1975, uma presença na Ciências ULisboa e na formação de alunos. Quase meio século. Nos últimos 20 anos tem existido na Faculdade um minor, um mestrado, um doutoramento e um Centro – único no país – em Filosofia das Ciências. Ao longo destas décadas, a presença da Filosofia da Ciência tem sido enriquecedora no trajeto de muitos nesta Faculdade e um elemento diferenciador relativamente a outras escolas. Só nos podemos perguntar o que diria Einstein desta presença da Filosofia da Ciência na nossa faculdade.

“The reciprocal relationship of epistemology and science is of noteworthy kind. They are dependent upon each other. Epistemology without contact with science becomes an empty scheme. Science without epistemology is—insofar as it is thinkable at all—primitive and muddled.” Albert Einstein, 1949, In Schilpp (ed.) Albert Einstein: Philosopher-Scientist, 1949, 665.

João L. Cordovil, coordenador científico do CFCUL
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt

Falta pouco para a Faculdade voltar a ser homenageada com a atribuição de mais duas insígnias de professores eméritos a dois dos seus docentes aposentados.

Zbigniew Kotowicz, investigador e membro integrado do Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa, faleceu aos 67 anos, no dia 21 de setembro de 2017.

Ciências integra um consórcio europeu que vai receber do programa Horizon 2020 cinco milhões de euros para desenvolver, entre 2018 e 2021, a mais avançada tecnologia de espectrometria de massa.

Agora que terminaste o ensino secundário e estás prestes a iniciar esta nova etapa, vários vão ser os desafios pessoais e académicos que vais enfrentar.

O "MOONS Science Consortium Meeting" termina esta quarta-feira, dia 13 de setembro, após dois dias de reuniões. O encontro "à porta fechada" decorre no campus de Ciências e visa consolidar os casos científicos e discutir as estratégias de observação do espectrógrafo, cuja fase de construção arranca agora.

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de setembro é com Sandra Crespo, assistente técnico do Departamento de Informática de Ciências.

Ciências preencheu 99,9% das suas vagas na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA) ao ensino superior, a taxa mais elevada desde que há registo.

No dia 14 de setembro, pelas 17h30, a arqueóloga Lídia Fernandes vai falar sobre o chão, no MUHNAC-ULisboa, em mais uma sessão de 60 Minutos de Ciência.

Maria de Deus Carvalho, professora do Departamento de Química e Bioquímica (DQB) e investigadora do Centro de Química e Bioquímica de Ciências, faleceu aos 53 anos, no dia 5 de setembro de 2017.

As Olimpíadas Internacionais de Ciências da Terra ocorreram nos dias 29 e 30 de agosto, em Nice, na Côte d'Azur, em França. Pelo terceiro ano consecutivo, os estudantes do ensino secundário português voltaram a conquistar medalhas.

Depois de ter passado pela Austrália, África do Sul, EUA e Reino Unido, entre outros países, a EMAPI chega a Portugal.

Valiant acredita que a ciência da aprendizagem permanece apenas explorada parcialmente, e que o uso das previsões (via a Aprendizagem) no mundo atual, tão sujeito às mudanças e às surpresas, é particularmente interessante. Por exemplo, os sistemas biológicos são altamente adaptativos, e compreender o que eles fazem, passo a passo, e porquê tem êxito, levaram-no a considerá-los como tópicos ideais para uma teoria da aprendizagem e da ciência da computação.

O “5th International Tsunami Field Symposium” realiza-se de 3 a 7 de setembro de 2017, em Lisboa e no Algarve e reúne a elite mundial no estudo de depósitos de tsunami, destaque para os dois oradores convidados - Alastair Dawson e Raphael Paris.

O projeto “Caixa Sismológica”, do Agrupamento D. Maria II, com sede na Escola Básica e Secundária Gama Barros, no Cacém, venceu o concurso internacional “Ciência na Escola”, 1.º escalão – Educação Pré-escolar, promovido pela Fundação Ilídio Pinho. Neste escalão do concurso, participaram 48 projetos, dos quais só 12 chegaram à fase final, em Coimbra.

Após perto de dez anos de planeamento e construção, o espectrógrafo ESPRESSO vai ser instalado no Very Large Telescope, do ESO, no Chile. O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço é um dos membros do consórcio, pelo que terá acesso a 273 noites de observação com o VLT.

Cerca de 360 pessoas estiveram presentes na sessão Ignite IAstro e que integrou o programa do XXVII Encontro Nacional de Astronomia e Astrofísica. Em outubro a digressão ruma até à Ribeira Grande, nos Açores.

Os autores do artigo apresentam a história evolutiva de duas espécies de lagartos endémicos da Austrália - Carlia triacanth e Carlia johnstonei - revelando como se adaptaram a alterações climáticas do passado.

Com o fortalecimento da Aprendizagem (Machine Learning), a escola clássica da Inteligência Artificial ou IA (Good Old Fashion AI, GOFAI), apoiada em sistemas simbólicos, ficou entrincheirada. O livro mais recente do professor Hector Levesque, “Common Sense, the Turing Test, and the Quest for Real AI”, da MIT Press (2017), vem ajudar a não esquecermos o que a IA nos tem ensinado, ano após ano, acerca da mente, e, em particular, que o pensamento é um processo computacional. Como pode, então, a computação iluminar o pensamento?

O que fazem e o que pensam alguns membros da comunidade de Ciências? O Dictum et factum de agosto é com Cristina Manessiez, técnica superior da Biblioteca de Ciências.

Investigadores de Ciências e do Instituto Universitário de Lisboa desenvolvem hardware capaz de resolver tarefas robóticas, em contexto real, em menos tempo do que o alcançado até então. Os resultados foram publicados na revista científica Royal Society.

Em 2017 os Prémios Científicos ULisboa/Caixa Geral de Depósitos foram atribuídos a Vladimir Konotop e Ricardo Trigo. O ano passado foi a vez de Henrique Cabral e Eric Font. Ainda não é conhecida a data da cerimónia pública de entrega das referidas distinções.

Na lista de artigos e livros notáveis da ACM Computing Reviews, a Best of Computing, encontram-se publicações de professores e investigadores do Departamento de Informática de Ciências.

grupo de participantes

Alunos do ensino secundário participaram em projetos de investigação na Faculdade de Ciências da ULisboa. O culminar da atividade deu-se com um Congresso Científico, onde os "novos cientistas" apresentaram os resultados do trabalho realizado.

A palestra "Por que não anda o tempo para trás?” acontece dia 29 de julho, pelas 21h30, no Planetário Calouste Gulbenkian, Centro Ciência Viva de Belém.

Durante duas semanas, estudantes do ensino básico e secundário conheceram o ambiente da Faculdade e os métodos de trabalho dos cursos aqui lecionados.

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