Alumna Cristina Brito

“O estudo (…) é o que nos faz crescer”

4-OCEANS: projeto interdisciplinar sobre o passado dos oceanos e das pessoas

Oceano e costa

O ERC atribuiu recentemente uma bolsa Synergy no valor de 10,4 milhões de euros ao projeto 4-OCEANS, deverá começar em 2021 e terminar em 2027

Unsplash - Michael Olsen

"O nosso percurso na investigação faz-se caminhando e trabalhando, sem medo das críticas, das recusas e dos 'nãos', mas com confiança em cada passo que se dá.”
Cristina Brito

Cristina Brito
"É um projeto [4-OCEANS] marcadamente interdisciplinar que nos permitirá perceber quando, onde e como foram extraídos os grandes recursos do mar", diz Cristina Brito
Imagem cedida por CB

O Conselho Europeu de Investigação (ERC) atribuiu recentemente uma bolsa Synergy no valor de 10,4 milhões de euros ao projeto 4-OCEANS, liderado por Cristina Brito, professora do Departamento de História e investigadora do Centro de Humanidades da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, antiga aluna da Ciências ULisboa.

“Este é um projeto muito ambicioso, tanto em termos dos seus objetivos científicos - de ampla cronologia, de larga escala geográfica e englobando o estudo do passado de diversas espécies marinhas e de diferentes sociedades humanas - como em termos do tempo de dedicação e da equipa envolvida. Será um grupo grande de investigadores, de vários países e de variadas áreas de especialização, sendo o foco central das humanidades para os oceanos. É um projeto marcadamente interdisciplinar que nos permitirá perceber quando, onde e como foram extraídos os grandes recursos do mar. Estamos muito entusiasmados e esperamos dar um contributo importante para a produção de conhecimento sobre o passado dos oceanos e das pessoas”, diz Cristina Brito, cujo projeto deverá começar em 2021 e terminar em 2027.

Cristina Brito estudou Biologia Aplicada aos Recursos Marinhos, entre 1993 e 1998, na Ciências ULisboa. Os oceanos e suas populações foram sempre o seu interesse principal, assim como o estudo de mamíferos marinhos.

Cristina Brito e colegas
Primeira saída de campo de Cristina Brito, na Praia das Avencas, em Cascais
Imagem cedida por CB

“Foi este interesse que ditou a minha participação em projetos de investigação logo enquanto estudante da licenciatura, sobre a população residente de golfinhos-roazes do Sado, assim como a escolha do mestrado em Etologia (trabalhei com comportamento e bioacústica). Mas foi também na licenciatura que descobri o meu interesse pela história, neste caso, pela história da biologia na disciplina do professor Carlos Almaça e com um primeiro trabalho que se poderia dizer de história ambiental na cadeira do professor Luiz Saldanha”, conta Cristina Brito, cuja passagem pela Faculdade foi “muito feliz, com colegas fantásticos e grandes professores”, mencionando ainda os professores Luís Vicente e Carlos Reis. Na sua opinião a passagem pela Faculdade foi determinante para o seu percurso pessoal e profissional.

A mudança para a história enquanto área disciplinar central da sua carreira aconteceu durante um período de trabalho em São Tomé e Príncipe, também a estudar os cetáceos da região e aquando de uma visita ao Arquivo História Nacional de São Tomé. “A mudança foi imediata e radical, não regressei a Biologia. Mas o desenvolver deste olhar interdisciplinar ficou marcado não apenas na investigação que faço, mas na investigadora que sou”, adianta.

Entre 2005 e 2015 Cristina Brito criou a Escola de Mar, uma empresa para a investigação e conservação do meio marinho e que funcionou no Tec Labs.

Quando questionada sobre outras memórias do tempo passado na Faculdade realça uma das primeiras saídas de campo mais longas. “No verão do primeiro ano, fomos fazer voluntariado às Berlengas e aí passámos cerca de dez dias. Ver o dia nascer e as pardelas a sair para o mar ou a regressar, mergulhar nas águas transparentes e muito ricas, conhecer a fortaleza e as histórias desta ilha, foram impressionantes”, relata adiantando também como muito importantes o companheirismo, o trabalho e a dedicação, neste caso, à causa da conservação de uma área protegida. “Conheço bem a região oeste e todo o seu litoral desde muito jovem e, das memórias de família e também da faculdade, ficaram as ilhas - pequenas ou grandes - também como uma das minhas paixões e focos de investigação”, menciona.

Crsitina Brito
No estuário do Sado, durante uma saída de campo
Imagem cedida por CB

Atualmente o seu dia-a-dia é de trabalho, tentando conciliar muitas e diferentes tarefas de investigação, ensino e gestão. “Todos os dias é possível aprender algo, com os colegas, com os alunos e com a pesquisa que desenvolvemos. E todos os dias, é possível ensinar e transmitir e partilhar. Tento ao máximo conciliar a vida profissional com a familiar, mas essa sim é uma tarefa muito difícil. E devo sempre agradecer à minha família, e à minha filha, que têm muita paciência para as minhas ausências ou até algumas distrações”, refere Cristina Brito, que deixa conselhos aos jovens que querem prosseguir os estudos ao nível do ensino superior: “O estudo é fundamental para a aprendizagem diária e para evoluir na vida, é o que nos faz crescer. Mais do que decidir definitivamente por uma área, ou uma profissão, é importante aprender a pensar, a analisar criticamente, a procurar soluções para problemas, a ver as possibilidades e aplicar o conhecimento com criatividade. O nosso percurso na investigação faz-se caminhando e trabalhando, sem medo das críticas, das recusas e dos 'nãos', mas com confiança em cada passo que se dá”.

Ana Subtil Simões, Área Comunicação e Imagem Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
Abstrato dourado

A 26.ª edição dos Prémios da Associação Portuguesa de Museologia galardoou “Hortas de Lisboa. Da Idade Média ao século XXI” com o Prémio Exposição Temporária e “Almada Negreiros e o Mosteiro da Batalha – quinze pinturas primitivas num retábulo imaginado” com uma Menção Honrosa do Prémio Investigação.

Logotipo da rubrica radar Tec Labs

Primeira rubrica Radar Tec Labs do ano 2022 dedicada às atividades do Centro de Inovação da Faculdade.

Imagem artística de Proxima d, o candidato a planeta recentemente detetado à volta da estrela anã vermelha, Proxima Centauri, a estrela mais próxima do Sol

Uma equipa liderada por João Faria, antigo aluno da licenciatura de Física da Faculdade e investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, detetou um novo planeta à volta da estrela mais próxima do Sol – Proxima Centauri, anunciou o Instituto, na quinta-feira passada, dia 10 de fevereiro.

anfiteatro

Os alunos da Ciências ULisboa inscritos nos exames nos dias 11 e 12 de fevereiro podem realizá-los novamente em época extraordinária. De acordo com a Direção da Faculdade não existem indícios de se ter verificado a existência de um absentismo superior ao normal nas provas de avaliação realizadas nestes dois dias.

Campus da Faculdade

Ciências ULisboa, após contacto da Polícia Judiciária (PJ), colaborou estreitamente no contexto da investigação relacionada com a suspeita de atentado dirigido a estudantes universitários da ULisboa e que levou ao desenlace anunciado esta quinta-feira, dia 10 de fevereiro, pela PJ. A Direção da Ciências ULisboa congratula-se com o impedimento da referida ação.

Tubos de ensaio

Portugal tornou-se o mais recente membro do EU-OPENSCREEN, um consórcio europeu de infraestruturas de investigação para a Química biológica e descoberta inicial de fármacos. A participação portuguesa no EU-OPENSCREEN está integrada no Roteiro Nacional de Infraestruturas de Investigação, através do PT-OPENSCREEN. O CQE e o BioISI são parceiros desta infraestrutura.

Membros da rede MedECC na Sala do Senado na Assembleia da República

Cristina Branquinho, professora do DBV Ciências ULisboa e investigadora do cE3c, participou no 1.º Relatório de Avaliação - Alterações Climáticas e Ambientais na Bacia do Mediterrâneo - Situação Atual e Riscos para o Futuro realizado pela Rede de Especialistas do Mediterrâneo em Alterações Ambientais e Climáticas, distinguida com o Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa.

Lisboa Romana | Felicitas Iulia Olisipo foi distinguida com os Prémios APOM 2021 e com os Prémios Património.pt. Esta iniciativa alvo destas distinções contou com a colaboração de cientistas do Departamento de Geologia da Ciências ULisboa e do Instituto Dom Luiz, entre outras entidades.

tela com várias cores coloridas

"Escrever é um ato criativo, ainda que seja sobre uma descoberta científica, um prémio a um investigador, uma empresa de sucesso que aqui nasceu", escreve Marta Tavares, do Gabinete de Jornalismo da Direção de Comunicação e Imagem da Ciências ULisboa. Mais um artigo em jeito de editorial.

Costa coberta de algas

Uma equipa de investigadores da Ciências ULisboa avaliou o desempenho de algoritmos de Inteligência Artificial (IA) destinados a avaliar a resposta fotoquímica de diatomáceas expostas a contaminantes emergentes.

Vinhas geladas na Áustria (leste)

A cientista Ana Margarida Fortes escreve uma crónica sobre a sua experiência em BOKU durante duas semanas, um convite que recebeu com particular entusiasmo.

Francisca Canais e Rita Maçorano

Holi é o nome da mais recente aplicação criada pela Nevaro, uma empresa com berço no Centro de Inovação da Ciências ULisboa, o Tec Labs. A aplicação funciona como um “pequeno cérebro”, que monitoriza a saúde mental do utilizador, ajudando na sua autogestão.

cibersegurança

O Cybersecurity Executive Program, um curso de cibersegurança direcionado para executivos e decisores de organizações públicas e privadas, civis e militares, inicia-se no próximo dia 29 de março de 2022, no formato online, com uma duração total de 25 horas. As inscrições já abriram.

Berço De Gray Newton

“O crescimento da confiança na ciência e nos cientistas é uma tendência mundial”. Mais um artigo em jeito de editorial, da autoria de Marta Daniela Santos e Pedro Almeida.

A colony of tiny ants swarming an area of the patio stone

O cientista José Alberto Quartau escreve um artigo em homenagem ao grande entomologista e lendário biólogo evolucionista, muitas vezes apelidado de novo Darwin e também pai da Biodiversidade, visto ter sido um dos mais apaixonados e eloquentes defensores da diversidade biológica deste planeta.

Hands working with liquids in laboratory

A Câmara Municipal de Lisboa (CML), a Faculdade e a Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências (FCiências.ID) inauguram esta quinta-feira, dia 13 de janeiro, o BioLab Lisboa (BLL). Para Luís Carriço, diretor da Ciências ULisboa, "esta iniciativa é crucial para a integração do cidadão no ecossistema de inovação, de modo a que todos juntos possamos produzir o conhecimento que nos ajudará a criar a cidade do amanhã".

Scientists working at the laboratory

Jaime A. S. Coelho, professor do DQB Ciências ULisboa e investigador no CQE, polo desta faculdade, é o primeiro investigador a trabalhar em Portugal a ser galardoado com o Prémio Thieme Chemistry Journals. "É uma enorme honra fazer parte desta prestigiada lista em que estão presentes outros químicos internacionalmente reconhecidos, como o Dean Toste (distinguido em 2003), Nuno Maulide (distinguido em 2010), Benjamin List (distinguido em 2001, prémio Nobel da Química 2021), David MacMillan (distinguido em 1999, prémio Nobel da Química 2021), entre outros”, diz Jaime A. S. Coelho.

Worldwide connection technology interface. Global Strategy Virtual Icon.Innovation Graphs Interface

A Faculdade é um dos associados fundadores da Biodata.pt, que opera a infraestrutura distribuída portuguesa de dados biológicos e o nó português ELIXIR. “A participação da Faculdade nesta associação é de elevada importância e valor estratégico”, escrevem os cientistas Cátia Pesquita, Sofia Henriques, Vítor Sousa, Célia Miguel e Miguel Machuqueiro.

Digital Cyber Circuit Head 3d

Um dos seis novos projetos financiados pelo Programa CMU Portugal no âmbito do concurso da FCT para projetos exploratórios 2021, na área das TIC intitula-se “Agência de Adultos Idosos em Interação Humano-Robot”.

zona costeira

Trabalho de investigação liderado por grupo da Universidade de Barcelona, que conta com contribuições de quatro investigadores do IDL Ciências ULisboa, encontra evidências de ocupação Neandertal mais recuada e prolongada no tempo.

Pescoço inclinado para trás

"Esta altura do ano é ideal para parar e refletir e sobretudo agradecer aos alunos, alumni, professores, investigadores e todos os outros funcionários desta “casa”, aqueles que continuam no ativo, os que se reformaram e aos que já não estão entre nós. Há um legado, sempre", escreve Ana Subtil Simões, editora da Newsletter de Ciências.

6 investigadores

Equipa de investigadores portugueses a trabalhar no German Cancer Research Center desenvolvem técnica pioneira para o tratamento com protões do cancro da próstata.

várias imagens de engenheiros ao computador e no terreno

Último artigo de opinião no âmbito das comemorações do centenário do curso de Engenharia Geográfica/Geoespacial.

Troféu

Em 2021 a Ordem dos Engenheiros (OE) celebrou 85 anos e 152 anos enquanto associação representativa destes profissionais portugueses. Durante as comemorações, esta sociedade pública profissional distinguiu Ciências ULisboa com o Troféu OE pelo centenário da criação da licenciatura Engenharia Geográfica/Geoespacial, um dos 12 que foram atribuídos durante a Gala 85 Anos OE.

Campus da Faculdade - passagem

“O equilíbrio entre o pensamento holístico e o pragmatismo experimental, entre a intuição e a dedução, é difícil de atingir. A educação é o terreno próprio para não recearmos essa viagem”, escrevem Rui Malhó e Helder Coelho, a propósito da obra “Complexidade: implicações e políticas globais”, apresentada recentemente na Fundação Calouste Gulbenkian.

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