O estuário do Tejo é um dos maiores da Europa e a segunda zona húmida mais importante da Península Ibérica. Os estuários prestam serviços ecológicos fundamentais, como a recirculação de nutrientes, e suportam por isso uma elevada biodiversidade. A vida nos estuários é controlada pelo ritmo das marés: duas vezes por dia áreas vastíssimas são alternadamente emersas (na maré-baixa) e submersas (na maré-alta), criando ambientes com condições ecológicas muito distintas. Sobreviver e tirar partido destas variações ambientais extremas é o desafio de todos os habitantes do estuário do Tejo.
Entre as espécies mais emblemáticas do estuário do Tejo destacam-se as aves limícolas, que todos os anos chegam aos milhares vindas das terras frias do norte para passar o Inverno. Durante a maré-baixa, estas aves alimentam-se de invertebrados (como bivalves, minhocas e caranguejos) que vivem enterrados nas lamas do estuário e que por sua vez se alimentam de algas microscópicas que vivem suspensas na coluna de água ou na superfície dos sedimentos arenosos ou vasosos. No período de maré-alta, as aves abandonam as zonas entremarés procurando refúgio nos sapais e salinas que bordejam o estuário e são então os peixes que substituem as aves como importantes predadores nesta sensível cadeia trófica.
Às portas de Lisboa, o estuário do Tejo sempre atraiu as populações humanas, servindo como ponto central de transporte fluvial e marítimo, como fonte de recursos alimentares (pescas e mariscagem) e, mais recentemente, como local de atividades recreativas. Conciliar a atividade humana e a conservação da natureza no estuário do Tejo é agora o maior desafio.
Inscrição e submissão de fotografias:
- 18 de abril a 31 de maio de 2022 (mais informações)
O concurso é organizado no âmbito do projeto "MigraWebs: Migradores como modeladores ecológicos sazonais das comunidades e funções ecossistémicas de áreas costeiras temperadas e tropicais", financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e coordenado por investigadores do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
O concurso tem como objetivo final a organização de uma exposição com o tema “Ao ritmo das marés: a vida no estuário do Tejo” composta pelas fotografias vencedoras do concurso e que ficará patente no espaço EVOA (Espaço de Visitação e Observação de Aves - Lezíria Grande de Vila Franca de Xira) por um período de seis meses.